Páginas

Mostrando postagens com marcador Gabriel García Márquez. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Gabriel García Márquez. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de novembro de 2016

PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS

"No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou-se às 5h30m da manhã para esperar o navio em que chegava o bispo. Tinha sonhado que atravessava um bosque de grandes figueiras onde caía uma chuva branda, e por um instante foi feliz no sonho, mas ao acordar sentiu-se completamente salpicado de cagada de pássaros. “Sempre sonhava com árvores”, disse-me sua mãe 27 anos depois, evocando os pormenores daquela segunda-feira ingrata."

Crônica de Uma Morte Anunciada - Gabriel García Márquez - 1981

terça-feira, 19 de julho de 2016

PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS

“O Coronel destampou a lata do café e notou que apenas restava uma colherinha de pó. Tirou a panela do fogo, jogou no chão de barro batido a metade da água e raspou de faca todo o interior da vasilha, até botar na panela o que restava, uma mistura de raspas com ferrugem. Sentado junto ao fogão, em atitude de confiada e inocente expectativa enquanto o café não fervia, o Coronel como que sentiu brotar de suas tripas cogumelos e lírios malignos. Era outubro. Eis uma manhã difícil de vencer, esta, mesmo para um homem de sua fibra, sobrevivente de tantas outras manhãs. Havia cinqüenta e seis anos – desde que acabara a última guerra civil – que ele não fazia outra coisa senão esperar. Outubro era uma dessas raras coisas que chegavam”.
Ninguém Escreve ao Coronel -  Gabriel García Márquez - 1961

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

FRASE DO DIA

"A sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada."
Gabriel García Marquez

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS

"No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar levantou-se às 5 e 30 da manhã para esperar o barco em que chegava o bispo. Tinha sonhado que atravessava uma mata de figueiras-bravas, onde caía uma chuva miúda e branda, e por instantes foi feliz no sono, mas ao acordar sentiu-se todo borrado de caca de pássaros. "Sonhava sempre com árvores", disse-me a mãe, Plácida Linero, recordando vinte e sete anos depois os pormenores daquela segunda-feira ingrata. "Na semana anterior tinha sonhado que ia sozinho num avião de papel de estanho que voava sem tropeçar por entre as amendoeiras", disse-me. Tinha uma reputação bastante bem ganha de intérprete certeira dos sonhos alheios, desde que lhos contassem em jejum, mas não descobrira qualquer augúrio aziago nesses dois sonhos do filho, nem nos restantes sonhos com árvores que ele lhe contara nas manhãs que precederam a sua morte."


Crônica de uma morte anunciada - Gabriel García Márquez - 1981

terça-feira, 26 de março de 2013

PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS

"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo."

Gabriel García Márquez - Cem Anos de Solidão - 1967