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domingo, 30 de junho de 2013

CONDOMÍNIO





Direção: Bruno Bock / Samuel Costa
Tipo: Ficção
Formato: HDV
Ano Produção:2008
Origem: Brasil (SP)
Cor / PB: cor
Duração:10 min.
Roteiro: Bruno Bock
Fotografia: Renata Celete
Contato: Bruno Bock
São Paulo - SP
brunobock@bluesfilmes.com.br
http://www.bluesfilmes.com.br

LEITURA DE DOMINGO

MILLÔR FERNANDES 

A barata é a mais lídima das aquisições democráticas do mundo. Quase toda a casa a possui. Aos pobres lhes cabe melhor quinhão desses insetos, muito embora o Sr. Guinle não possa se queixar pois o Copacabana também as tem apesar de todo o DDT. 

Pertencendo à família das BLATÍDEAS, muito conhecida nos buracos de rodapés, cantos de estantes, fundos de arquivos e de gavetas, as baratas têm hábitos próprios interessantíssimos com os quais me familiarizei nos meus longos anos de pertinaz contato com arcanos e alfarrábios. Para se lidar com baratas há quem acredite em inseticidas e baraticidas. Como em tudo mais, acredito em psicologia. Para se aplicar a psicologia é preciso um certo método e uma vasta disciplina. 

Vejamos. Encontra-se a barata. Para se encontrar uma barata não é preciso muito gasto de energia. Em geral ela nos procura. E mais em geral ainda ela vem ao meio de nossos dedos quando pegamos aquela pilha de livros que estava embaixo da escada. No momento em que sentimos a barata presa em nossos dedos um sentimento de horror inaudito corre nossa espinha. Largamos livros, agitamo-nos furiosamente, batemos no chão, nos móveis e nos livros com o primeiro pano ou jornal que se nos depara, mas, a essa altura, a barata já estará longe, escondida numa das 365 mil páginas dos 870 livros que espalhamos no chão. Como encontrá-la? eis o problema. Esse problema, depois de acalmados nossos nervos e esfregadas nossas mãos com sabão e bastante álcool, é que procuramos resolver. 

Existe, para se pegar uma barata, dois processos distintos. Um é chamar a empregada e dizer: "Tem uma barata aí! Quero isso bem limpo!" e virar covardemente as costas. Dessa atitude pode resultar que a barata atinja um extraordinário grau de longevidade pois a empregada passará um pano nos livros e jogará por cima deles um pouco de DDT, dando-se por satisfeita. A barata também. E daqui há seis meses, quando você for pegar aquele velho exemplar de Balzac, terá a desagradável surpresa de ver, à página 276, olhando-o com aqueles olhos brejeiros e aquelas antenas irônicas que lhe são próprios, a mesma barata que você tinha condenado à morte. Vocês fitar-se-ão demoradamente. Ela continuará baloiçando as antenas. E você, depois de um segundo de inércia, saltará para o ar, jogará o livro para o outro lado e berrará femininamente. Pois eis que as baratas têm o extraordinário poder de nos afeminar a todos, afirmativa essa que se aceitará sem contestação se se atentar para o grande número de baratas que há em nossos teatros. 

Portanto não se deve virar as costas a uma barata, como fazem os elementos da ribalta, mas sim enfrentá-la masculamente. Para isso precisamos, antes de mais nada, saber se a barata é uma BLATÍDEA comum ou se é uma PERIPLANETA AMERICANA, ou, em linguagem menos científica, uma dessas baratas que voam. Se é dessas aconselho o leitor a desistir de qualquer pretensão máscula, arrumar as malas, fechar as portas de sua casa e entrar para o Teatro. Agora, se é das outras, sempre há recursos: 1 — Pegue um Correio da Manhã bem dobrado, deixando à mostra o artigo de fundo. Sacuda os livros e espere, trepado numa cadeira. Atente sobretudo para o estilo de bater quando a barata surgir. Lembre-se: o estilo é o homem. 2 — Quando a barata surgir bata de uma vez. Não durma na pontaria. Ela normalmente pára um pouquinho, para sondar o ambiente cá de fora e confrontá-lo com a literatura em que vive metida. esse o momento de atacar. 3 — Trate de verificar se o inseto em que você está batendo é uma barata ou um barato. Nunca se esqueça: o barato sai caro. 4 — Nunca aproxime e afaste o jornal para fazer pontaria. As baratas sabem muito bem o que as espera quando sentem esse ventinho, quando você bater de verdade ela já terá embarcado para a Europa. 5 — Não tenha pena de bater. Bata firme, forte, decididamente. É a vida dela ou a sua. Se você não a matar terá que passar a existência inteira alimentando-a a inseticida. 6 — Não se importe com as coisas que o cercam. Afinal de contas que são meia dúzia de copos partidos, um tapete manchado, dois livros com as páginas rasgadas e uma perna de cadeira quebrada se você conseguiu eliminar uma barata? 7 — Se falhar, só a paciência lhe dará outra oportunidade. A barata não lhe dará outra tão cedo, enquanto permanecer em sua memória o trauma da pancada que quase lhe tirava a vida. Não adianta você sacudir livro após livro porque se recusará a aparecer. Agarrar-se-á às páginas e, se cair ao chão, correrá rapidamente, escondendo-se por trás do guarda-roupa. 8 — Não se deixe levar pela vaidade. Às vezes você atinge uma barata de leve e ela vira-se de barriga para o ar agitando as perninhas ininterruptamente, com a expressão de quem está dando uma gargalhada, achando você engraçadíssimo. Isso poderá lisonjeá-lo mas não a poupe por esse motivo. 9 — Às vezes elas tentam outro truque sentimental. Atingidas de leve elas vão se arrastando tristemente, de vez em quando olhando para você com um olhar que 1he dilacera o coração, como quem diz: "Seu malvado, viu o que você fez?" Antes de começar a chorar bata até matar. Depois chore. 10 — De seis em seis meses faça um teste consigo próprio para ver se você está mais desbaratador do que no semestre anterior. 

Se a resposta for negativa não esmoreça. Continue lutando até que possa, como nós, cobrar caro pelas lições administradas. E essa é nossa última recomendação: cobre sempre caro pelos seus conselhos nesse setor. Não se barateie!

FRASE DO DIA

"Jesus deve estar  se revirando em seu túmulo!"
Barney Gumble

DAS MADRUGADAS

 
 

sábado, 29 de junho de 2013

DIA DE LENTIDÃO


Dia de Lentidão, em francês, Jour de lenteur, título que passa a sensação de tédio, até mesmo desesperança, exacerbada pela imobilidade da composição. Assemblages perturbadoramente passivas povoam a pintura, como se de repente tivessem sido detidas no meio do caminho.



O autor da obra não alcançou a notoriedade de outros surrealistas, apesar de ter sido um dos primeiros integrantes do grupo parisiense. Tanguy também nunca estudou pintura.

A ameaça de um conflito armado na década de 1930, aliada às previsões de uma guerra tecnológica, empresa às estruturas que habitam a imagem um tom apocalíptico.

O cenário retratado é ambíguo e lembra as praias e desertos de Dalí, ao mesmo tempo que faz alusão a uma origem aquática ou lunar. É impossível distinguir o horizonte e à distância tem-se a impressão de dunas ondulantes e céu enevoado. Essa falta de definição tira a cena da realidade e cria um clima de pressentimentos.

Dispostos em seis grupos distintos, diversos objetos estranhos ocupam o primeiro e o médio planos, transpirando uma estranha semelhança biomórfica. Em primeiro plano se vê uma enigmática forma animal, que pode ser um cavalo encouraçado ou um pequeno cão, símbolo da burguesia parisiense.

Os objetos cuidadosamente posicionados conduzem o olhar do espectador pela pintura, convidando-o a imaginar seu simbolismo e sua história.

 3 detalhes de Dia de Lentidão se destacam:

1. Criatura quadrúpede:

A criatura quadrupede no primeiro plano da obra costuma ser descrita como um cavaleiro medieval montado em seu cavalo, outra metáfora bélica atribuida à pintura.

2. Sombras:

Diversas sombras dão solidez as estruturas presentes na obra, mas um olhar atento revela que essas sombras são tão duvidosas quanto os objetos dos quais se projetam.

3. Formas transparentes:

Misteriosas formas transparentes se espalham em diversos lugares da pintura. O artista as acrescentava por último, fazendo uso de um pincel fino de tinta branca.
 
Ficha Técnica - Dia de Lentidão:
Autor: Yves Tanguy
Onde ver: Musée National d'Art Moderne, Centre Pompidou, Paris, França
Ano: 1937
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 92cm x 73cm
Movimento: Surrealismo
 
 

 

ROCKY & HUDSON (Adão Iturrusgarai)


COVER DO SÁBADO

Marina é uma composição de Dorival Caymmi gravada em 1947 em um disco que tinha Lá vem a baiana no lado B. 

A música foi um sucesso, e logo foi gravada por outros grandes ídolos da época, como Nélson Gonçalves, Francisco Alves, e tornou-se um dos maiores êxitos da carreira de Dick Farney.



Em 1979, Gilberto Gil inclui Marina no disco Realce (Elektra - Warner), gravado nos EUA. Esse disco já é a terceira parte da trilogia de RE's (Refazenda e Refavela foram gravados na Polygram). Já na Warner, Gil levou esboços do Brasil para os EUA, somente para gravar o disco. Levou consigo até mesmo os ex-Mutantes Sérgio Dias e Liminha.



FRASE DO DIA

"Há várias maneiras de se cantar e fazer música brasileira. Gilberto Gil prefere todas."



Torquato Neto

GILBERTO GIL COMPLETA 71 METÁFORAS INCOMPREENSÍVEIS

Do site da Revista Piauí

Em cerimônia impenetrável em que todos se confundiram já no “Bom dia”, o intelectual, literato e grande mestre do português indecifrável Candido Mendes entregou a Ordem do Mistério Enigmático, no grau Charada Abstrusa, a Gilberto Gil, “em homenagem estreme e impermista a suas setenta metáforas pulcras”.

Enquanto a plateia folheava freneticamente os três volumes do Dicionário da Língua Portuguesa Caldas Aulete, Candido Mendes seguiu afirmando que, mesmo com toda sua experiência em criar obstáculos à compreensão do idioma, sentia-se um humilde aprendiz diante da obra gilbertiana. “Por mais que obrasse, jamais atinei com a razão pela qual no instante que tange o berimbau é volta ao mundo, camará”, disse, sem esconder a admiração. Perguntado sobre quanto tempo levaria para traduzir a obra de Gil para o português, respondeu: “De jangada leva uma eternidade. De saveiro leva uma encarnação. De avião, o tempo de uma saudade”.

Pelo menos cinco psicanalistas lacanianos e dois especialistas em Gilles Deleuze tomaram o microfone para atestar que a elucidação dos ditos do compositor baiano tem sido o maior desafio profissional de suas carreiras. “E olha que tivemos de atravessar o Seminário sobre a Lógica do Fantasma”, disse um lacaniano. “E o conceito de rizoma em Diferença e Repetição”, aduziu um deleuziano, sendo prontamente ovacionado pelo feito. “Nada disso nos preparou para decifrar por que enquanto o tempo não trouxer abacate amanhecerá tomate e anoitecerá mamão”, concluiu um heideggeriano, que se mostrou nitidamente assustado com o verso. “Durmo todas as noites com receio de acordar num mundo só de tomates.”

Gilberto Gil aceitou a comenda, mas declarou que se sentia desmerecedor da honraria. “Afinal, é com pesar e admiração que digo a vocês que não fui capaz de compor o verso: Quando se tem o álibi de ter nascido ávido e convivido inválido mesmo sem ter havido”.

Passado o instante de perplexidade, os jurados concordaram com Gil e chamaram Djavan ao palco. No final do dia, executivos do Google anunciaram o lançamento do Gilberto Gil Tradutor, uma ferramenta que verte os versos do vate baiano para doze idiomas – inclusive o português.

Há um vídeo no YouTube em que Gil tece comentários sobre essas metáforas.



Nota da Redação: De forma arrevesada, é uma homenagem que o TOA faz ao grande Gilberto Passos Gil Moreira, que no último dia 26 de junho completou 71 anos.

DAS MADRUGADAS

www.gilbertogil.com.br

"Chico Buarque estava sendo hipercensurado naquele momento, e quis responder a isso fazendo um disco só com músicas de colegas. Por isso pediu a Paulinho da Viola, a Caetano, a mim e a outros que compusessem para ele.



"Eu estava em casa, sentado no sofá, já de madrugada. Tinha tomado um copo de vinho no jantar, e o copo tinha ficado na mesa. Pensando no que é que eu ia fazer pro Chico, eu de repente vi o copo vazio e concentrei o olhar nele para dali extrair emanações de imagens e significados, a princípio como se para nada obter, mas logo constatando: 'O copo está vazio, mas tem ar dentro'. Disso me vieram idéias acerca das camadas de solidificação e rarefação que vão se sucedendo nas coisas - e disso, a música.

"A letra faz uma viagem ao mundo das coisas sutis, transcendentes, mas suas primeiras frases são muito significativas em termos do que estava acontecendo: regime de exceção, censura, o Chico privado de sua liberdade artística plena etc. Embora não fosse essa a intenção principal, as dificuldades da situação contingencial estavam necessariamente metaforizadas, e qualquer crítica à canção em termos de fuga da realidade esbarraria no fato de que, ao contrário, a letra parte da realidade e não foge dela; foge com ela, se for o caso..." 

Gilberto Gil completou 71 anos dias 26 de junho. 

Copo Vazio foi gravada por Chico Buarque no disco Sinal Fechado, de 1974.

http://youtu.be/tGdK14-Gqc0



sexta-feira, 28 de junho de 2013

PAUTA EXTRA 07


Pauta Extra 07

 

 

PADRÃO FIFA


DELÍCIA

"Casamento de Naldo terá drinks inspirados em suas músicas"

       (BOL)

CALA A BOCA!!!


CORREIO DO CORVO

Morre aos 66 anos Mark Fish, designer de palcos do U2 e Pink Floyd


Ele desenhou palcos de 'The Wall', do Pink Floyd, '360º', do U2, e outros.
Morte foi anunciada na quarta-feira (26) no site do escritório de Mark.

Do G1, em São Paulo
Cenário arrojado da turnê '360º': após Finlândia, giro segue para Rússia, Áustria e Grécia. (Foto: Mikko Stig/AP)Cenário da turnê '360º': do U2. (Foto: Mikko Stig/AP)
O designer de palco Mark Fish morreu aos 66 anos, anunciou na quarta-feira (26) o site da Stufish, escritório que ele dirigia. A causa da morte não foi anunciada.
Mark foi responsável pelo design de apresentações como das turnês "The Wall", do Pink Floyd, de 1989, e "360º", do U2, de 2009, junto com Willie Williams.
Ele também trabalhou com os Rolling Stones e fez parte da equipe que planejou as cerimônias de abertura e encerramentos dos Jogos Olímpicos de Beijing em 2008 e Londres em 2012.
"Seu trabalho influenciou não apenas os colegas e equipes com as quais ele conviveu, mas também supreendeu e deliciou milhões de pessoas que presenciaram as experiências que ele desenhou por todo o mundo", diz a nota no site da Stufish. 

MÚSICA NA SEXTA

Música na Sexta deixa de lado hoje seu formato original para que João Bosco fale sobre Tradição.
 

 Tradição é do disco Realce, de 1979, e foi regravada por Caetano e Gil em Tropicália 2, de 1993. 



Tradição

Gilberto Gil
  
Conheci uma garota que era do Barbalho
Uma garota do barulho
Namorava um rapaz que era muito inteligente
Um rapaz muito diferente
Inteligente no jeito de pongar no bonde
E diferente pelo tipo
De camisa aberta e certa calça americana
Arranjada de contrabando
E sair do banco e, desbancando, despongar do bonde
Sempre rindo e sempre cantando
Sempre lindo e sempre, sempre, sempre, sempre, sempre
Sempre rindo e sempre cantando
Conheci essa garota que era do Barbalho
Essa garota do barulho
No tempo que Lessa era goleiro do Bahia
Um goleiro, uma garantia
No tempo que a turma ia procurar porrada
Na base da vã valentia
No tempo que preto não entrava no Bahiano
Nem pela porta da cozinha
Conheci essa garota que era do Barbalho
No lotação de Liberdade
Que passava pelo ponto dos Quinze Mistérios
Indo do bairro pra cidade
Pra cidade, quer dizer, pro Largo do Terreiro
Pra onde todo mundo ia
Todo dia, todo dia, todo santo dia
Eu, minha irmã e minha tia
No tempo quem governava era Antonio Balbino
No tempo que eu era menino
Menino que eu era e veja que eu já reparava
Numa garota do Barbalho
Reparava tanto que acabei já reparando
No rapaz que ela namorava
Reparei que o rapaz era muito inteligente
Um rapaz muito diferente
Inteligente no jeito de pongar no bonde
E diferente pelo tipo
De camisa aberta e certa calça americana
Arranjada de contrabando
E sair do banco e, desbancando, despongar do bonde
Sempre rindo e sempre cantando
Sempre lindo e sempre, sempre, sempre, sempre, sempre
Sempre rindo e sempre cantando

FRASE DO DIA

"Uma das alegrias dessa vida severina, em palmos medida, é jantar depois que o jornal entra por baixo da porta."
Luiggi

DAS MADRUGADAS


“Eu tenho andado aéreo
Tropas minhas no ataque
Fim de noite, fim do mundo
Lá no fundo do conhaque”

H. Gessinger

PEIXES

 

DAS MADRUGADAS


Steve Vai tocando longe de um ventilador. E o Karatê Kid tocando melhor que ele. Só em filme mesmo.
 
 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

DE RÁDIO

Eu não consigo deixar de me surpreender com as pessoas. Acabo de ouvir agora no rádio uma pessoa conclamando a população para uma manifestação (mais uma!) no final desta tarde. 



O legal foi ouvir isso: “Que os manifestantes vão em paz, não quebrem nada, não saqueiem”. Eu imagino o sujeito com espírito de porco, preparado-se para mais tarde saquear, roubar e brigar, escutando o rádio e pensando: “Opa, a Dona pediu pra eu me comportar. Vou me comportar hoje, não vou roubar ninguém. Ainda bem que estava ouvindo o rádio agora. Vou obedecer a Dona”.

Ora, faça-me o favor...

ÁLBUM DA QUINTA

SHAFT (1971) ISAAC HAYES

Shaft é um álbum duplo de Isaac Hayes para a Stax Records e lançado pelo selo Enterprise Records como trilha-sonora do filme blaxploitation da Metro-Goldwyn-Mayer, de 1971, Shaft

O álbum tem, em sua maioria, músicas instrumentais compostas por Hayes para a trilha do filme. Apenas três canções contêm vocais: "Soulsville", "Do Your Thing" e "Theme from Shaft". Sucesso comercial e de crítica, Shaft é o trabalho mais conhecido de Hayes e o disco da Stax que mais vendeu.


Hayes se envolveu no projeto na esperança de que o diretor Gordon Parks o chamasse para o elenco do filme, mas não estava ciente de que Richard Roundtree tinha já sido chamado para o papel do detetive John Shaft. Hayes aparece no filme apenas em uma ponta. 

Enquanto o filme ainda estava em produção, Parks enviou a Hayes algumas cenas ainda brutas que renderam três canções: "Theme from Shaft", para a sequência de abertura, "Soulsville" para a cena em que Shaft anda pelo Harlem, e "Ellie's Love Theme", para uma cena romântica.

Impressionada com o resultado, a MGM convidou Hayes para compor o resto da trilha, e o músico passou dois meses trabalhando, entre apresentações ao vivo, na trilha no estúdio da MGM. Uma vez que a trilha estava composta e arrajada, Hayes gravou a sessão rítmica com a banda da Stax, The Bar-Kays, em um dia. As faixas orquestradas foram gravadas no dia seguinte e os vocais no dia posterior. As canções foram mais tarde regravadas para o álbum no Stax Studios e rearranjadas em poucos detalhes para as versões do filme.



O álbum atingiu o número um da parada The Billboard 200, e passou 60 semanas na parada. Ambas "Theme from Shaft" e "Do Your Thing", tornaram-se singles Top 40 na parada Billboard Hot 100.

Na edição de 1972 do Grammy Awards, "Theme from Shaft" ganhou dois prêmios: Melhor Engenharia de Som Não Clássico e Melhor Arranjo Instrumental. A trilha do filme ganhou na categoria Melhor Trilha-Sonora, e a Associação Nacional de Anunciantes de Televisão e Rádio concedeu-lhe o prêmio Álbum do Ano. 

Na edição do Oscar daquele ano, Hayes tornou-se o primeiro negro a vencer em uma categoria que não fosse atuação, quando "Theme from Shaft" foi premiada por Melhor Canção Original.


Todas as canções foram escritas e produzidas por Isaac Hayes.

Lado 1
"Theme from Shaft" (Vocal Version) – 4:39
"Bumpy's Lament" – 1:51
"Walk from Regio's" – 2:24
"Ellie's Love Theme" – 3:18
"Shaft's Cab Ride" – 1:10

Lado 2
"Cafe Reggio's" – 6:10
"Early Sunday Morning" – 3:49
"Be Yourself" – 4:30
"A Friend's Place" – 3:24

Lado 3
"Soulsville" (Vocal Version) – 3:48
"No Name Bar" – 6:11
"Bumpy's Blues" – 4:04
"Shaft Strikes Again" – 3:04

Lado 4
"Do Your Thing" (Vocal Version) – 19:30
"The End Theme" – 1:56




Vocais, teclados, letra e arranjos: Isaac Hayes
Backing vocals: Pat Lewis, Rose Williams e Telma Hopkins
Instrumentação: The Bar-Kays e The Isaac Hayes Movement
Piano elétrico: Lester Snell
Baixo: James Alexander
Guitarra: Charles Pitts
Guitarra: Michael Toles
Bateria: Bernard Purdie
Conga: Gary Jones
Trompete: Richard "Johnny" Davis
Flauta: John Fonville



FRASE DO DIA

"Qualquer um pode ser morto."
Arya Stark

BARRIGA NA VOZ DO BRASIL


Na sua edição de ontem (26/06/2013), a Voz do Brasil “matou” Nelson Mandela.

POVO NOVO


Tom Zé, cuja bronca das “redes sociais” fez com que recentemente lançasse “Tribunal do Feicebuqui” se inspira novamente em protestos, dessa vez das ruas, para fazer sua nova música, “Povo Novo”. A música pode ser baixada no site oficial de Tom Zé. Ou clique aqui para ouvir.
 

POVO NOVO
(tom zé/marcelo segreto/... ...?)
A minha dor está na rua
Ainda crua
Em ato um tanto beato, mas
Calar a boca, nunca mais! (bis)
 
O povo novo quer muito mais
Do que desfile pela paz
Mas 
Quer muito mais.
 
Quero gritar na
Próxima esqui na
Olha a meni na
O que gritar ah/oh
O que gritar ah/oh
 
Olha, menino, que a direita
Já se azeita,
Querendo entrar na receita
De gororoba, nunca mais (bis)
Já me deu azia, me deu gastura
Essa políticaradura
Dura,
Que rapa-dura!
Quero gritar na...
 
A letra e autoria da música foram tiradas do site, e está com aquele ponto de interrogação porque segundo Tom Zé a música foi baseada em um texto e no site da socióloga Marília Moscou.
Colaboraram também os jornalistas Marcus Preto e Paula Mirhan.

BREVE HISTÓRIA DO BAIXO

Até os anos 50, sempre que um baixista arrumava um trabalho, era sempre o mesmo drama para carregar um gigante de madeira, desajeitado e pesado, até o local da gig. Se fosse em outra cidade, o risco que todos os músicos correm até hoje: o descaso dos funcionários do trem, ônibus, navio ou avião com o transporte da bagagem. Sobrevivendo à viagem, havia o problema do volume um tanto discreto do instrumento não microfonado – em se tratando de uma banda – execução e entonação, com sua longa escala sem trastes e cordas altas.

 Foi então que um homem mudou para sempre o mundo da música dando ao contrabaixo um status até então desconhecido. Leo Fender, um técnico em eletrônica de 42 anos do sul da Califórnia, lançou, no fim de 1951 o mais revolucionário instrumento musical do século XX. Inspirado na guitarra elétrica Telecaster, a primeira de corpo sólido com características contemporâneas, que ele colocara no mercado apenas um ano antes, Fender criou a guitarra baixo elétrica, ou simplesmente baixo elétrico. Batizando-o de Precision, já que os trastos em sua escala de 34 polegadas permitiam precisão nas notas, rapidamente tornou-se conhecido entre os músicos, passando a ser chamado por eles de Fender Bass, por algum tempo. O tamanho da escala, considerada ideal até hoje, foi escolhido após muitas pesquisas e testes de erro e acerto por Leo e seu companheiro, George Fullerton. As escalas de 30 polegadas não permitiam que a corda vibrasse o esperado para produzir um bom som e a de 36 polegadas dificultava o músico, pelo tamanho das casas.

Seu desenho era arrojado e totalmente diverso do contrabaixo tradicional, assim como das tentativas fracassadas feitas anteriormente por Ampeg, Gibson, Audiovox e Regal. Seu corpo em ash com dois recortes, para permitir o acesso às notas mais agudas, braço em maple fixado ao corpo por quatro parafusos, com tarraxas Kluson de um só lado da mão e um captador em Alnico (liga de alumínio, níquel e cobalto) com controles de volume e tonalidade. Ele era ligado a um amplificador desenhado especialmente por Fender para reproduzir as freqüencias mais baixas do instrumentos (Bassman Amp), lançado na mesma época. O baixo elétrico nasceu pronto, sem que fosse necessária nenhuma evolução, como aconteceria com a guitarra, o órgão, e até mesmo a bateria. Se você tiver curiosidade de comparar o Fender Precision 51 com um modelo atual, verá que as modificações feitas foram meramente cosméticas ou ocasionadas pelo natural desenvolvimento tecnológico, sem alterar a concepção inicial. Não houve, na verdade, um protótipo, mas um modelo perfeito e definitivo.

Convidado por Leo Fender a visitar sua fábrica e experimentar o Precision Bass, o baixista William "Monk" Montgomery (irmão do guitarrista virtuose Wes Montgomery) foi um dos primeiros a divulgar o novo instrumento pelos EUA e Europa.

Por Raul Branco 

CARA DE GUITARRA

Assim como para quem vai a um show a audição do artista não é suficiente, é preciso dançar e pular nos pés dos outros e gritar histericamente para a gente ouvir melhor, não basta tocar a guitarra bem. É preciso fazer caretas, caras, bocas e trejeitos.

Não foram poucas as vezes que me contiveram na plateia por querer subir ao palco e socorrer o guitarrista, pensando eu que ele estava tomado e consumido por súbita e terrível dor.
É simplesmente Cara de Guitarra.

Alguns exemplos:
Carlos Santana
Angus Young

Pat Metheny
 
Mais doloridas fotos em loudwire.com.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

CORREIO DO CORVO

Alan Myers, baterista do Devo, morre aos 58 anos de câncer no cérebro

Notícia foi confirmada nesta quarta-feira (26) pelo porta-voz do grupo. 
Ele tocou nos discos mais conhecidos da banda de rock norte-americana.

Do G1, em São Paulo


O Devo em formação de 1978: Mark Mothersbaugh, Bob Mothersbaugh, ajoelhado, Jerry Casale, Bob Casale e Alan Myers (da esquerda) (Foto: AP/Janet Macoska)O Devo em formação de 1978. Alan Myers está no canto direito, segurando baquetas. Além dele, estão Mark Mothersbaugh, Bob Mothersbaugh, ajoelhado, Jerry Casale e Bob Casale (Foto: AP/Janet Macoska)
O baterista Alan Myers, que tocou nos discos mais conhecidos do Devo, morreu aos 58 anos de câncer no cérebro, confirmou nesta quarta-feira (26) o porta-voz da banda. Ele morreu na segunda-feira (24), disse Michael Pilmer à agência Associated Press.
Alan Myers tocou nos sete primeiros álbuns da banda new wave, incluindo "Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!" e "Freedom of Choice", de 1980. Ele saiu da banda em 1986. Após sair da banda, Myers teve projetos musicais com sua esposa, Christine Myers e sua filha, Laena Geronimo. 
O Devo é uma das bandas mais importantes do chamado new wave, principalmente na sua primeira fase de atividade, de 1972 a 1991. Entre seus sucessos estão "Satisfaction", cover de Rolling Stones, e "Whip it". A banda retornou em 1996 e já se apresentou no Brasil, sem Alan Myers.
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MILTON NASCIMENTO

Bandeiras do Bituca

Milton Nascimento declara apoio a movimento das ruas e diz esperar convite para abraçar uma carreira de ator

26 de junho de 2013 | 2h 21

Emanuel Bomfim - O Estado de S.Paulo
Colocar em evidência a projeção de uma obra tão rica até faz Milton Nascimento romper com seu jeitão introspectivo. Não é de efemérides, no entanto, que seu olhar vai brilhar de fato. Milton gosta mesmo é de contar histórias: rever o tempo e falar dos amigos. Quando fala de si, chega a pedir desculpas. Mas quando o assunto é Elis Regina, Mercedes Sosa, Gilberto Gil e o pessoal do Clube da Esquina, os argumentos se multiplicam na sua boca e voz privilegiadas. Amanhã e na sexta, no HSBC Brasil, ele irá dividir com o público paulistano as passagens musicais que marcaram seus 70 anos de vida e os 50 de carreira, no show Travessia.
Momento. 'Não acho mal. Estou feliz com a minha voz.' - Hélvio Romero/AE
Hélvio Romero/AE
Momento. 'Não acho mal. Estou feliz com a minha voz.'
Em visita à sede do Estado, ele concedeu entrevista de pouco mais de uma hora nos estúdios da Rádio Estadão. Recorreu suas memórias, opinou sobre os protestos, falou sobre o futuro e foi interpelado por jornalistas e amigos de estrada, como Lô Borges. "Com essa empadinha de queijo tudo fica mais fácil", confessa, sem nunca disfarçar a mineirice.
Como você vê este momento do Brasil, com essa onda de manifestações?
Milton Nascimento - Na semana passada, eu estava em Curitiba e foi quando vi que estes protestos estavam ocorrendo pelo País. É um negócio muito forte e bom. Parece mesmo que o Brasil acordou. Pena que tem os baderneiros que se aproveitam no meio de tanta gente boa e bonita. Tão querendo atrapalhar, mas não vão conseguir. Eu tenho acompanhado tudo. As coisas que a Dilma propôs são fantásticas. Eu dou meu apoio a ela e às pessoas deste movimento.
A classe artística precisa se posicionar?
Milton Nascimento - Precisa se pronunciar e se fazer presente em momentos como este. Eu já passei por muitas coisas, mas isso não quer dizer nada. Eu estou aqui de novo e toda vez que precisarem de mim, estou à disposição.
No show do Rio, no último fim de semana, você entrou abraçado numa bandeira do Brasil...
Milton Nascimento - Sim. Tem uma música chamada Credo, minha e do Fernando Brant, que fala sobre ter fé no nosso povo. No meio do show, alguém jogou uma camiseta com o lance dos 20 centavos. Foi algo que me deixou maluco e no bis eu voltei com ela. É o que posso fazer por enquanto.
Julio Maria: Qual foi a música mais difícil que você fez em toda sua história?
Milton Nascimento - Uma que meu deu muito trabalho foi Saudade dos Aviões da Panair. Foi assim: eu acordei às 9 da manhã e fui direto pra sala num apartamento que não tinha nada, em Copacabana. Só tinha fogão, geladeira, um negócio para eu dormir no quarto, além do piano. Eu fiquei ali o dia inteiro só com o eco. Eu adoro o eco, sou fã. Insisti nesta música até umas seis da tarde. Quando estava cansado, decidi ir pro quarto e olhar para o teto. No caminho, no momento que ia entrar nele, eu olhei para trás e vi o piano. Aí fiz de imediato outra música, que é Ponta de Areia. Eu não estava pensando em fazê-la, mas eu estava com tanta coisa na cabeça por conta daquela primeira que acabou saindo as duas.
Foi Truffaut o "culpado" em transformá-lo em compositor?
Milton Nascimento - O cinema sempre foi uma coisa extraordinária em minha vida. Quando eu me mudei para Belo Horizonte, era amigo do Marcinho Borges e a gente ia em todos os filmes. O Marcinho tinha uma mania de querer que eu compusesse, mas eu não queria. Um dia encontrei com ele na rua e fomos para o cinema. Entramos numa sessão às 14h e só saímos às 22h. Estava passando Jules et Jim. Quando a gente saiu, fui atrás do Marcinho e disse: "Vamos lá para sua casa, vou pegar um violão, você vai pegar um caderno e vamos começar a fazer música hoje!". Saíram três canções.
Quais?
Milton Nascimento - NovenaCrença Gira Girou.
Lô Borges: Você concorda com a frase do Villa Lobos que diz que o ouvido de fora não tem nada a ver com o ouvido de dentro?
Milton Nascimento - Tem realmente a ver. Se eu estiver sozinho em casa para compor, eu não componho. Tem que ter meus afilhados, crianças. Esse negócio do barulho do bonde e do trem faz parte da minha vida e da minha música. De fato, tem que ter bagunça para eu compor.
Vocês tinham a noção que o Clube da Esquina era histórico?
Milton Nascimento - Minha única certeza era que eu adorava aquilo que estava fazendo. Quem ajudou a bancá-lo junto à gravadora foi o Adail Lessa, conhecido como o pai dos músicos. O pessoal da minha gravadora não queria, mas ele convenceu os diretores.
Por que o Clube não chegou a ter o mesmo reconhecimento de movimentos como a bossa nova ou a Tropicália?
Milton Nascimento - A imprensa tinha aquele negócio de descer a lenha com coisas novas. E fizeram isso, tentaram acabar com ele.
Como está sua voz hoje?
Milton Nascimento - Segundo as pessoas que entendem, está melhor do que nunca (risos).
E pra você?
Milton Nascimento - Eu não acho mal. Estou feliz com minha voz.
Quais são suas ambições daqui pra frente?
Milton Nascimento - Eu quero continuar a compor. Queria também trabalhar como ator. Sempre gostei de teatro e quando eu morei em São Paulo trabalhei com o Plínio Marcos numa peça. Gosto muito! Ainda participei do filme do Herzog, Fitzcarraldo. Foi uma das coisas mais maravilhosas que aconteceram na minha vida. Sempre digo: tem um ator aqui esperando o convite de um diretor! 

DILBERT (Scott Adams)


PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS

Robert Cohn fora campeão de boxe na categoria dos pesos médios em Princeton. Não pensem que esse título me impressione. Mas significava muito para Cohn. Ele dava pouca importância ao boxe, que, de fato, desagradava-lhe, mas aprendera-o com esforço, apenas para contrabalançar o complexo de inferioridade e a timidez que sentira, porque o tratavam como judeu em Princeton. Sentia uma satisfação íntima em saber que poderia derrubar a quem quer que o provocasse. Mas, sendo muito tímido e ótimo rapaz, nunca travava luta fora do ginásio.

O Sol Também se Levanta - Ernest Hemingway - 1926


FRASE DO DIA

"Um cavalheiro de verdade sempre deixa que as damas acreditem em suas próprias ilusões."
Jack Sparrow