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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

POR FALTA D'ÁGUA


Comunidade do Jardim Marabá, em Porto Alegre, convida autoridades para passar o ano novo com eles. Sem água.
 
Segundo o vice-prefeito da MuiLeal, o problema não é falta de água, é que tem ar dentro dos canos. Ah, bom...
 
 

EI, MINA, ME DÁ UM SINAL!

Ermã podia ter me poupado dessa. Mas ermã, assim como o pop, não poupa ninguém. E me mandou um vídeo e me insta a comentar a respeito.

O vídeo é de uma dupla sertaneja ruim, mais muito ruim mesmo, pior do que as que conhecemos sem querer, com um inglês pior ainda, mas que toca em grandes festivais e com dinheiro pra produção de shows e videoclipes com direito a helicóptero. É sabido que a combinação muita grana e muita falta de gosto aliado a muita pretensão só pode dar em tragédia de proporção hecatômbica.

Até aí nada de mais, nenhuma novidade. O problema é que escolheram Another Brick in the Wall (parte II), do Pink Floyd, pra cantar. Tudo bem, é a música mais pop do disco mais pop do Pink Floyd. Mas é Pink Floyd. E claro, como toda música sertaneja que não frequentou o pré-primário e foi direto pra perto da universidade, precisa falar de “pegação”. O refrão da música virou “Ei, mina, me dá um sinal!”.

O riff de guitarra de David Gilmour tocado na sanfona são de constranger qualquer um. Eu só torço para que nem Gilmour e nem (principalmente) Roger Waters vejam uma coisa dessas. Eles não merecem esse desgosto.


Eu só não entendo por que Pink Floyd. É sabido que essa turma não gosta de música, de nenhum tipo de música, gosta de dançar. Ou, como diz Kevin, ouve música com os pés. Certa vez coloquei uma música do Rush e ouvi o seguinte comentário: “Legal. Mas como é que a gente dança isso?”

Sou obrigado a lembrar Renato Russo, que em uma de suas músicas escreveu: “Ora, se você quiser se divertir, Invente suas próprias canções."

Sertanejos universitários, deixem o rock em paz. Chega de desserviço à música.

VALEU A PENA

“Valeu a pena, ê, ê. Valeu a pena, ê, ê.” Assim como na música d'O Rappa, a bióloga ativista do Greenpeace, futura candidata ao Prêmio Nobel (Medalhas Negrinho do Pastoreio, Mérito Farroupilha, Simões Lopes Neto e aquele distribuído na Expointer são certos. Cogita-se, também, um Troféu Açorianos) e, principalmente, “gaúcha”, Ana Paula, concedeu entrevista com o seu ursinho de pelúcia e declarou: “Valeu a pena”.


Ana Paula certamente chegou da Rússia batendo asas ou em avião movido a biodiesel. Ou outros meios, como destacou nosso leitor Carlos Alberto.

Eu fico pensando se é pelo momento sem notícia nenhuma relevante para o mundo ou se realmente a imprensa acha que essa moça merece esse destaque todo.

Ela e seu ursinho de pelúcia, naturalmente.

MIL TONS GENIAIS

Meninas faceiras sobem ao palco e pedem para o músico da casa, um simpático violonista, tocar determinada música. Prontamente, ele atende e pergunta:

- Qual tom vocês preferem?

Uma delas solta uma sonora gargalhada embriagada e responde:

- Ah... qualquer tom,  a gente quer é cantar. O tom é contigo!


No filme The Blues Brothers, Jake, vocalista da banda, responde ao seu pianista quando este pergunta em que tom deve tocar:

- Um bom tom.

QUALQUER UM

Qualquer um (ou qualquer uma) bem que podia muito bem ser traduzido por “o melhor” ou “o pior”. Depende do caso.

E essa época é propícia pra isso, época que você encontra aquele seu amigo que parou de fumar, mas sempre lhe pede um cigarrinho. O mesmo que para com você no posto de gasolina, quando oferece carona, e pergunta se você tem “dez pila”, fazendo aquela cara de informalidade. Esqueceu de passar no banco e tá só com uma folha de cheque. Que é pro gás de cozinha. Você conhece o tipo.

Ele chega na festa de final de ano com um pacote de latas de cerveja Kayser: “Comprei qualquer uma”. Aproveita que tá botando as cervejas no grande isopor com algumas pedrinhas de gelo e pega uma Stella Artois, a marca mais gabaritada da festa: “Peguei qualquer uma”.


Chega no aniversário do cunhado e leva um Drury's de presente: “Trouxe qualquer um”, diz ele com aquela sua informalidade característica e irritante. E complementa falando com o rosto muito próximo: “A gente não dá bola pra essas coisas”. E vai direto à sua prateleira de bebidas e enche o melhor copo com o melhor uísque: “Peguei qualquer um”.

E sai atrás de alguém que possa lhe dar um cigarrinho, já com os dedos em forma de V.

BREGA CHIQUE

José Roberto iniciou a carreira em 1967, ano em que saiu de Salvador, sua terra natal, mas o sucesso só viria na década de 70, com músicas no estilo jovem guarda. Gravou músicas de Roberto e Erasmo Carlos e de Sérgio Reis, entre outros.

Um de seus maiores sucessos foi Lágrima nos Olhos, de Raulzito.


Ontem nós nos despedimos com lágrimas nos olhos
Ontem nós nos despedimos com lágrimas nos olhos

Eu te amo, eu te amo, e não esperava esse adeus
Se tudo isso certo entre nós meu amor
Sei de tudo, das histórias que foram contar pra você
Mentiras de alguém que inveja nós dois

Ontem nós nos despedimos...

Você podia acreditar em mim um pouco mais
Amar sem medo, pois você já sabe muito bem
Que eu te amo mais que tudo
E não estava em mim te enganar
E se a saudade apertar algum dia
Volte logo, eu te espero, a felicidade virá
Não vamos chorar outra vez, meu amor

Ontem nós nos despedimos...

FRASE DO DIA

"A ditadura é um estado em que todos temem alguém."
Alberto Moravia

SOB CONTROLE

Um secretário do município de Gravataí (não ouvi o nome do indivíduo e nem a sua pasta) tem a pachorra de, em uma entrevista à rádio, dizer que o abastecimento de água na sua cidade está “sob controle”. Ora bolas, se estar sem água há cinco dias e não haver previsão de normalidade é estar sob controle, eu não entendo mais nada.

Falta de banho nesse calor, de água pra cozinhar, pra lavar a roupa... É terrível! Mas e uma senhora que não sabe o que fazer com as “bolsinhas” do marido, que fez operação de colostomia e precisa reaproveitá-las?

Sob controle?

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SÃO SILVESTRE

Acho muito bacana a corrida de São Silvestre. Pessoal saudável correndo atrás dos quenianos no último dia do ano. Alguns fantasiados, outros querendo superar sua própria marca pessoal e outros tantos motivos que levam alguém a correr 40 e tantos quilômetros.

Agora ficou pronto um documentário sobre o evento. No site do Jornal Nacional no G1, a declaração da diretora do filme é a seguinte: “O filme tem uma coisa que é superbacana que é: você ouve o que o corredor ouve”. Sensacional! Você vai ao cinema e escuta um monte de gente gritando.

Ainda no site: “Fernando Alves Pinto é ator, mas nas ruas de São Paulo não teve um personagem, teve sim, superação para chegar ao fim e retratar tudo o que é possível sentir na São Silvestre.”

Após toda essa superação, o ator ainda teve inspiração para soltar a seguinte pérola superbacana: “Não é um documentário sobre esporte. É um poema, uma odisseia lírica”.

Pobre Homero.

DA ORLA

Rapaziada diz que não aguenta o calorão da cidade e vai pra praia pra se refrescar. E é só o mar que resolve esse problema. A ventania do litoral norte é mais refrescante que qualquer ar condicionado. 

Aí o maior elogio que ouço vindo do pessoal que está lá na praia é: “A água está ótima, quentinha”.
 

COISAS DA MUILEAL II

MuiLeal vai realizar mais um tradicional Réveillon na prainha da Usina do Gasômetro. Festa popular. Mas deve ter uma área VIP, assim como no ano passado.

Quer dizer, todos iguais. Mas uns mais iguais que os outros. Assim como na canção de Humberto Gessinger.


LUIGGI PERGUNTA

O que é pior: mandar beijo no coração ou beijo na alma?

 

COISAS DA MUILEAL

A MuiLeal, segundo os muilealevalerosenses, é a cidade mais politizada do mundo. Seus moradores têm educação máxima e leem três ou quatro livros por noite.

Tudo bem que tá calor e a cidade tá vazia (nem tanto quanto se diz e muito menos do que eu gostaria), mas podíamos honrar nossa educação.  No mínimo.

CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA

WHAT A WONDERFUL WORLD - 1967 - LOUIS ARMSTRONG

Sérgio Luiz Gallina

What a Wonderful World foi composta por Bob Thiele e George David Weiss e gravada pela primeira vez por Louis Armstrong. Foi lançada em single no início do outono de 1967. A intenção era que a música servisse como antídoto ao carregado clima racial e político nos Estados Unidos (foi escrita especialmente para Armstrong). A canção detalha o deleite pelas coisas simples do dia a dia. A música mantém, também, um tom esperançoso e otimista em relação ao futuro, incluindo uma referência aos bebês que nascem no mundo e terão muito para ver e aprender.

Inicialmente, não obteve êxito nos Estados Unidos, onde vendeu menos de 1000 cópias, mas foi um grande sucesso no Reino Unido, onde foi uma campeã de vendas em 1968.

Em 1988, a gravação original de Louis Armstrong foi apresentada no filme Good Morning, Vietnam, e foi relançada como single, alcançando a posição número 32 na Billboard Hot 100 em abril daquele ano.


I see trees of green, red roses too.
I see them bloom for me and you.
And I think to myself,
What a wonderful world.

I see skies of blue and clouds of white,
The bright blessed day, The dark sacred night.
And I think to myself,
What a wonderful world.

The colours of the rainbow so pretty in the sky.
Are also on the faces of people going by.
I see friends shaking hands, saying: "How do you do?"
They're really saying:"I love you".

I hear babies cry, I watch them grow,
They'll learn much more, than I'll never know.
And I think to myself,
What a wonderful world.

Yes, I think to myself,
What a wonderful world.

FRASE DO DIA

"Não troco o meu 'oxente' pelo 'ok' de ninguém!"
Ariano Suassuna

domingo, 29 de dezembro de 2013

DO FUNDO DO BAÚ

Herbert "Herb" Alpert (Los Angeles, 31 de março de 1935) ficou conhecido com o grupo Herb Alpert & Tijuana Brass. Foi fundador e executivo da A&M Records.

Durante a carreira, lançou 5 singles, 28 álbuns na Billboard e ganhou 8 Grammy Awards, 14 discos de platina e 15 de ouro. Em 1996, atingiu a marca de 72 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.



Lançado em 1964, South of the Border é o terceiro álbum de estúdio do grupo. Foi o primeiro de Herb Alpert & Tijuana Brass a figurar no Top 10 e o seu 5º disco de ouro. O single com El Presidente foi um dos mais vendidos.

CURTA NO TOA - RATÃO

 
RATÃO

Goma é um garoto que ajuda Tio a vender CDs piratas na Feira do Paraguai, em Brasília. Enquanto Tio busca iluminação espiritual, Goma se envolve com a máfia oriental que controla a Feira.
 
Elenco:
Mateus Palmieri, André Deca, Evandro Perissè, Larissa Salgado, Andrade Jr., Felipe Eloi, Isabela Vitelli, Mestre Dada, Lina Borba, Leonardo Goya, Lauro Montana, Willian Lopes
 
Direção: Santiago Dellape
Produção: Lumiô Filmes, Pavirada Filmes, TMTA Comunicações
Roteiro: Davi Mattos, Santiago Dellape
Produção Executiva: Renato Marques
Direção de Produção: J. Procópio
Direção de Arte: Maíra Carvalho
Direção de Fotografia: André Lavenère
Som Direto: Chico Bororo
Desenho de Som: Dirceu Lustosa
Trilha Sonora: Eugênio Matos
Montagem: Marcius Barbieri, Santiago Dellape

LEITURA DE DOMINGO

JORGE OXÓSSI AMADO

Carlos Coqueijo
No alto mastro da República Independente do Rio Vermelho tremula, invicta, a bandeira de Iemanjá, a dos cinco nomes. No peji, os deuses que vieram da África começam a se inquietar. Exigem o tam tam dos grandes atabaques, porque o dia é hoje. 

O Pai Branco de não sei quantos capitães de areia, saveiristas, gente da beira do cais, capoeiristas, amigos de Rosa Palmeirão, de Besouro irmão, vai sair do seu terreiro para batizar novos filhos que ele deu à Grande Cidade, onde vão morar, correr, gargalhar, roubar, sofrer, amar no areal do cais, onde as negrinhas são derrubadas nas noites estreladas e perdem a sua virgindade sem muitos ais de amor. 

Lá vai ele, o Pai, que é filho de Inaê e habita as terras de Aioká, onde acena a bandeira de Janaína, a que é Maria. Vai carregado de alegria e com ele vão todos os que saíram dos seus livros, como os Orixás que nasceram do ventre de Iemanjá, numa noite de temporal terrível. E desde então Inaê nunca mais teve sossego, seu filho Orungan perseguindo-a sem piedade. Vão para a Cidade Alta, onde vivem os que sorriem a boa vida e se divertem às custas de Pedro Bala, do Sem Pernas, de João Grande, do Gato, e nem se lembram que a bexiga roeu Almiro, mesmo com as rezas do Querido de Deus e com a bondade do Padre José Pedro. 

Eles não sabem porque Volta Seca quer retomar ao cangaço para o seu "padrim", seu herói que vinga os meninos das malvadezas da Polícia tirando a vida e o couro dos macacos do sertão, nem conhecem as estórias que contam a valentia de João de Adão e enchem as noites de lua dos capitães de Areia, que são os donos da Cidade. O cortejo já engrossa, o chefe branco vai na frente, batendo pernas com eles por essa Cidade que é só deles. 

Mas ainda há muita gente para aumentar as fileiras desse povo sofredor, que ama nas noites da Bahia como Iemanjá ama os seus filhos do mar. É preciso não esquecer Jubiabá, o pai preto, que tem o poder nas mãos, todo o mistério das rezas, dos filtros de amor, das benzeduras que curam tudo. Com ele irão Antônio Balduino, sem as suas luvas de box, que nessa hora ele não é mais escravo do empresário Luigi, e Zé Camarão, que lhe ensinou os segredos dos rabos de arraia e do violão. Augusta das Rendas diz que está vendo lobisomem mas vai sem medo. E Felipe o Belo, o Gordo sempre rezando, o Sem Dentes, o Anão Viriato, saem todos da "Lanterna dos Afogados", sob o comando do Capitão de Longo Curso Vasco Moscoso de Aragão, e se unem ao grupo. 

Do cais partem os que não podem faltar à festa do Grande Pai que os gerou na Cidade da Bahia. Guma e Lívia estão de mãos dadas, tanto amor enche seus corações, mas ele vai escrabriado, porque seu peito dói quando vê Rufino, e sente na carne o pecado daquela noite em que Lívia à morte no quarto, ele no chão da sala se perdia na carne de Esmeralda. 

Rosa Palmeirão deixou suas armas no cais, não leva a navalha no cós da saia nem o punhal no seio, porque hoje é dia de festa, não de lutar pelos seus direitos e de seus irmãos perseguidos. Vêm também o invencível Besouro, o velho Francisco, o misterioso Leôncio, que chegou só para a grande data, o Dr. Rodrigo, com sua maleta de médico, seu Manoel e Maria Clara cantando aquelas cantigas que embalam o saveiro nas viagens disparadas. 

Todos vieram do "Farol das Estrelas" onde combinaram encontro, tomaram um trago e quem pagou foi Quincas Berro d'Água, para quem "o impossível não há". Estão todos com o olho da piedade bem aberto, que hoje é dia de festa no peji de Dmeval, na rua da Ajuda, novos irmãos vão nascer nas estórias de d. Flor e suas complicações com os dois maridos. Vão todos se misturar no mundo mágico que Oxossi do Rio Vermelho, o de corpo fechado pelas mandingas de Jubiabá, criou para eles.

FRASE DO DIA

"Fazendo a mesma coisa dia após dia, não há de se esperar resultados diferentes."
Albert Einstein

sábado, 28 de dezembro de 2013

ATIVISTA II

Amigo Carlos Alberto escreve...

Lendo a entrevista dessa "celebridade", notei que, entre outras coisas, ela disse: "Não precisamos de mais petróleo."  E também afirmou que quer voltar ao Ártico.
Fiquei pensando... voltar como? Sem petróleo? Nadando? Remando?


E como é que ela conseguiu voltar para a Muilealevalerosa, se é tão contra o petróleo? Por acaso o avião em que veio possui motor elétrico???

ATIVISTA

A ativista "gaúcha" Ana Paula Maciel desembarcou no Aeroporto Salgado Filho na manhã deste sábado e disparou fortes críticas ao governo russo.


Putin deve estar se mijando de medo...

DE RÁDIO

Ouço, na previsão do tempo, que as imagens de satélite mostram "grande quantidade de aquecimento".

DE JORNAL

É muito fácil abrir o jornal e vir aqui comentar sobre o que foi escrito. Mas desde quando eu gosto de coisa difícil? Não gosto. Se não estiver ao alcance do braço ou se demandar alguma mão de obra, faço como a turma do fórum mundial que vem aí: repenso. Sou um tropical indolente, eu sei. Mas, ao jornal.

E nem é todo o jornal, são só as retrospectivas e perspectivas gastronômicas do ano que se vai e do que virá. Misericordiosamente, nessa página não está escrito a palavra “dica”. Ou eu não estava atento. Por partes.

Na parte de retrospectiva, segundo o jornal, o que foi destaque em 2013 foi cozinha molecular, cozimento a vácuo, cozinha brasileira, mesa peruana, produtos gourmet, formigas saúva e espumantes servidos com gelo. 

Mas eu sou muito grosso mesmo. E acho que quem escreveu não vive nesse mundo. Aliás, esse tipo de coisa é para muito pouca gente no mundo. Dos quesitos todos, só conheço “culinária brasileira”. Nesse ponto, sou “antenado” (pra não destoar do enfoque do jornal), inclusive já escrevi sobre os efeitos do consumo da mandioquinha para a nação. E a gente mais moderna que conheço é aquela que só cozinha alguma coisa no micro-ondas. E sob protestos.

Para 2014, precisamos de mais bistrôs (mais?), maior valorização da cozinha brasileira (mais mandioquinha), almoço em família, maior utilização de ingredientes e da cozinha regional (meta mandioquinha), água em jarra servida gratuitamente e preços mais acessíveis pra produtos orgânicos. No quesito bistrôs, estou bem servido, pois com R$ 10,00 ou menos faço uma refeição. 

Acho pouco provável que se ofereça água em jarra gratuitamente em qualquer restaurante da MuiLeal. Primeiro, porque na MuiLeal a gente gosta de pagar caro as coisas, e, segundo, porque é muito provável que a maior fonte de renda de um restaurante venha exatamente das bebidas ali servidas.

Ainda segundo o jornal, algumas coisas devem ser esquecidas em 2013 e, provavelmente, enterradas sob quilos de cachorro-quente. (Por sorte ainda não chegou na MuiLeal – que eu saiba – a mania de chamar cachorro-quente de hot-dog). São elas: gravlax de salmão (vou ter que procurar no gugol), fast food, a combinação de rúcula, tomate seco e mussarela de búfala, couvert de pão com manteiga e pastinhas, pagas, sushi de buffet em churrascaria. 

Quando eu não gosto de uma comida eu, simplesmente, não como. Não quero que elas desapareçam do mapa. E eu que sou o radical. Até aonde sei, o couvert é pago em função do serviço do restaurante, dos copos bons, dos garçons discretos, porém, atentos, dos guardanapos bons, da água de graça. Não pelo pãozinho com manteiga. (Que bem podia vir passado na chapa.) Mas, posso estar errado.

E no ano que vem vamos ver toda essa frescura de novo.

DE RÁDIO (OU ATENÇÃO REDOBRADA)

Escutei no rádio que em trechos da rodovia em que se encontram hordas de muilealevalerosenses rumando ao litoral está chovendo.

Pediram a esses motoristas “atenção redobrada”. O que seria atenção redobrada? É, certamente, duas vezes mais atenção, se é que isso é possível.

Aí, quando chegar no destino, ou parar de chover, o motorista pode dirigir só com metade da atenção. De repente, até bater uma canastra com o pessoal do banco de trás.

MESA POSTA - HARMONIA EM VERMELHO

Mesa Posta - Harmonia em Vermelho, do pintor fauvista Henri Matisse, coloca exuberância e exagero no mesmo ambiente - o que chocou os puristas da época. Além disso, pode ser considerada um paradoxo entre simplicidade e agressividade.


A toalha de mesa e a parede apresentam a mesma combinação de azul sobre vermelho, mas os planos horizontais e verticais ainda podem ser distinguidos com segurança. A tênue linha que divide parede e mesa funciona como marco diferenciador, além dos contornos escuros contrastando com vermelho.

Matisse ainda inclui uma ousada vista para um jardim através da janela, onde podem ser encontradas árvores floridas. A casa ao longe também segue os tons presentes no interior da sala, dando a impressão de que uma faz parte da outra, se relacionando com o resto do quadro. Isso acontece porque o artista não se submete à natureza e sim ao seu próprio olhar.

As cores primárias possuem papeis bem definidos e cada uma os cumpre com propriedade. O azul, o amarelo e o verde dão formas e conteúdos, enquanto o vermelho harmoniza e faz plano de fundo. Apesar de forte, a cor tem o poder de descansar a vista e induzir o observador ao imaginário da cena.

Ficha Técnica - Mesa Posta – Harmonia em Vermelho

Autor: Henri Matisse
Onde ver:  Hermitage, St. Petersburg, Russia
Ano: 1908
Técnica:  Óleo sobre tela
Movimento:  Fauvismo

Com Universia Brasil

COVER DO SÁBADO

For Once in my Life foi composta por Ron Miller e Orlando Murden para a Motown Records. Existem diferentes relatos de suas primeiras versões, embora pareça que foi gravada pela primeira vez por Barbara McNair, mas lançada em 1966 por Jean DuShon. Outras versões iniciais da balada foram lançadas por The Four Tops, The Temptations e Tony Bennett, cuja gravação foi a primeira a chegar às paradas de sucesso, mas a mais conhecida e bem-sucedida é a de Stevie Wonder, de 1967.


Em 1974, Gladys Knight & The Pips gravaram a canção no álbum Neither One Of Us, com enorme sucesso.

FRASE DO DIA

"Como os vampiros se barbeiam se não podem se ver no espelho?"
Rajesh Koothrappali

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

MIL TONS GENIAIS II

Diz a lenda que uma conhecida cantora estava em uma sessão de gravação de um disco quando seu produtor interrompeu um take e pediu a ela que regravasse um trecho da música:

- Fulana, você semitonou.

Espantada, ela pergunta:

- Eu mimitonei?!

MIL TONS GENIAIS

Pianista gentilmente cede aos apelos de um frequentador da casa e assente em acompanhá-lo ao piano para cantar Corcovado.


Antes de começar, o pianista pergunta:

- Qual tom?

Prontamente, o feliz cantor responde:

- Jobim. Tom Jobim.

DA SOLIDARIEDADE

Mendigos são pessoas. Logo, têm mendigos simpáticos, emburrados, conformados, resignados, malvados, desaforados. Imagino que mendigos sintam fome. Muitas pessoas gostam de saciar, generosamente, a fome dos mendigos.

Uma das pérolas populares correntes é que “quem tem fome, pedras come”. (Por algum motivo, ditados populares são rimados.) O camarada está ali, portanto, sem condições de higiene, de dignidade, de nada. Que desaforo é esse de querer escolher comida?

Eu vejo seguidamente entregarem a mendigos (ou deixarem aquela sacolinha pendurada na lixeira) embalagens de Delivery (é mais phyno) dizendo que ali tem filé com alguma coisa.

Normalmente, é na proporção de um naquinho de filé (resto do prato) para quilos de arroz. E alfaces murchas (a salada). E essa gente fina, elegante e sincera se espanta com a falta de agradecimento dos mendigos.

Ora, por favor... Eu acho que ninguém tem obrigação de alimentar mendigo (Luiggi, o desalmado). Mas, se o fizer, pelo menos que o faça com decência.

MÚSICA NA SEXTA

Rui (Ruy) Maurity de Paula Afonso nasceu em Paraíba do Sul, RJ, em 1949.
Sua mãe foi violinista. É irmão do compositor e pianista Antonio Adolfo. Autodidata, aprendeu sozinho a tocar violão.

Em 1970, foi vencedor do Festival Universitário do Rio de Janeiro, interpretando "Dia Cinco", sua e de Zé Jorge. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Este é Rui Maurity".

Em 1971 formou o Ruy Maurity Trio, que se tornou um dos precursores do rock rural e gravou o LP "Em Busca do Ouro", no qual destacou-se a composição "Serafim e Seus Filhos", em parceria com Zé Jorge, e que tornou-se um grande sucesso, recebendo diversas regravações.

A gravação do disco teve a seguinte formação: Ruy Mauriti (viola, violão e vocal), Helvécio (viola, violão e vocal), Daniel (baixo) e Chaplin (percussão). O quinto elemento na capa do disco é para mim não identificado e um mistério.


Serafim e Seus Filhos
Ruy Maurity
 São três machos e uma fêmea, por sinal Maria,
 Que com todas se parecia.
 Todos de olhar esperto, para ver bem perto,
 Quem de muito longe é que vinha.
 Filhos de dois juramentos, todos dois sangrentos,
 Em noite clarinha, eia-ô,
 O João Quebra-Toco, Mané-Quindim, Lourenço e Maria . . .

 Noite alta de silêncio e Lua, Serafim,
 O bom pastor de casa saía.
 Dos quatro meninos, dois levavam rifle,
 E os outros dois levavam fumo e farinha.
 Bandoleros de los campos verdes, Don Quijotes,
 De nuestro desierto, eia-ô,
 Serafim bom de corte,
 Mané, João, Lourenço e Maria . . .

 Mas o tal Lourenço, dos quatro o mais novo,
 Era quem dos quatro tudo sabia.
 Resolveu deixar o bando e partir pra longe,
 Onde ninguém lhe conhecia.
 Serafim jurou vingança,
 Filho meu não dança conforme a dança, eia-ô,
 E mataram o Lourenço em noite alta de lua mansa . . .

 Todo mundo dessas redondezas
 Conta que o tal Lourenço não deu sossêgo.
 Fez cair na vida sua irmã Maria
 E os outros dois matou, só de medo.
 Serafim depois que viu o filho lobisomem,
 Perdeu o juízo, eia-ô,
 E morreu sete vezes,
 Até abrir caminho pro paraíso

FRASE DO DIA

"Dance como se estivesse sentindo dor, ame como se precisasse de dinheiro e trabalhe quando as pessoas estiverem olhando."
Dogbert

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O MUNDO MONGO

"Sandy anuncia gravidez no Facebook, mas diz que quer manter privacidade."

APELIDOS II

Vanderlei Luxemburgo, em uma de suas primeiras entrevistas no Brasil, após treinar o Real Madrid, falava, a todo momento, nas instruções que dava a Zizou. Lá pelas tantas, um dos entrevistadores pergunta a ele quem era Zizou, e ele reponde: "Zidane."

Jornalista muilealevalerosense, instada a dar um depoimento sobre um show de Daniel Drexler que ela havia assistido em Montevidéu, referia-se, a toda hora, à performance de "Dani" no palco (ela é amiga do gajo).

Em determinado evento, uma das convidadas, em altos brados, referia-se, de tempos em tempos, a alguma entrevista feita pelo "Géio", como se todo mundo soubesse quem era o sujeito. Até que alguém resolveu fazer o que ela queria e perguntou quem era. O "Géio" era um jornalista chamado Rogério de Tal, famoso, primo da dita.

Vão se catar!

DE RÁDIO III


Comentarista esportivo, que se acha o soldadinho do passo certo, o bom moço, faz veemente discurso contra a prática da imprensa de publicar o salário de jogadores de futebol, sob o argumento de que isso expõe o jogador e a sua família à mira de criminosos.

Concordo. Até porque os boleiros, a exemplo de outros famosos, não gostam de desfilar com carrões de 400 mil reais, postar suas excentricidades e esfregar sua fortuna na cara de todo mundo nas redes sociais.

DA SOLIDARIEDADE

Não levo fé no ser humano. Para quem acompanha o blog não é novidade.
Mas nem nesse clima natalino? Pois foi esse clima natalino que me chamou a atenção a declaração de quase todos os voluntários envolvidos na entrega de presentes para despossuídos, preparação de ceias francas de natal em bandejões e outros congêneres.

 Inclusive já escrevi AQUI que muita generosidade sempre parece um tipo de faxina na consciência. Mas esse tipo de pensamento é para os descrentes, como eu.

Assistindo às reportagens sobre os solidários do Natal, vejo a maioria dos comentários com o seguinte jaez: “O presente, verdadeiramente, acaba sendo pra mim”, “É uma alegria poder ajudar a esses necessitados”, “Eu é que saio daqui alimentado”.

Mas parecem vampiros de miséria...

DE RÁDIO II


Me ocorre agora que os técnicos de futebol e os jogadores de futebol ditos ruins devem se divertir à grande ouvindo jornalistas falarem mal deles.

Devem pensar nos seus salários astronômicos e sorrir.

APELIDOS

Camarada escreve um livro e assina com o nome dele. Faz um site e coloca o nome dele. Grava um disco e coloca o nome dele. Nome. Registro. Cartório. Essas coisas.


Qual a necessidade de quando se fala nessa pessoa fazer questão de chamar pelo apelido? Pra dizer que é íntimo? Mas que use dessa intimidade justamente na intimidade.

PROCURA NO GUGOL (OU TEMPOS MODERNOS)

Tem gente que ainda fala mal desses novos tempos. Antigamente, quando a gente não sabia responder a alguma pergunta que nos era feita, éramos obrigados a dizer: “Não sei.”


Agora podemos fazer cara de Vitor Ramil e responder com desdém: “Procura no gúgol”. Querendo dizer, é claro, “Eu saberia lhe responder isso detalhadamente, mas não vou perder meu precioso tempo respondendo a uma pergunta banal dessas. Ainda mais com você.”

Coisa boa esses novos tempos.

DE RÁDIO


Prefeito da MuiLeal comparece a uma emissora de rádio para, segundo ele, “refletir 2013”. Para uma das titulares do horário, “passar a limpo 2013”.

Ainda bem, porque responder a alguma pergunta estava difícil. Nada como ter um entrevistado na frente para a gente poder mostrar como é sabido.

Que Deus abençoe a todos.

ÁLBUM DA QUINTA

OS MUTANTES - 1968 - OS MUTANTES

Os Mutantes é o álbum de estreia da banda homônima. Foi lançado em junho de 1968 e reeditado em CD em 1992 e 2006 pela gravadora Polydor. É considerado um dos mais importantes álbuns da história da música brasileira, por conter um som inovador para a época, misturando elementos da música brasileira com o rock psicodélico e experimental e usando de diversas técnicas de estúdio. Foi classificado em 9° lugar na lista da revista Rolling Stone dos 100 maiores discos da música brasileira.


O álbum foi considerado uma obra de vanguarda, graças à influência do Tropicalismo, que fez com que Os Mutantes misturassem o rock psicodélico com elementos brasileiros, criando um tipo de música inédita no Brasil, que ainda sofria muita influência da fase mais pop dos Beatles. 



O disco recebeu várias críticas positivas ao redor do mundo. John Bush, do site All Music, declarou: "O álbum de estreia da banda Os Mutantes é de longe o melhor, uma viagem incrivelmente criativa que assimila pop orquestral, psicodelismo lunático, música concreta, encontro de sons ambientes; e isso é apenas a primeira música!". Conclui dizendo que o álbum é "Muito mais experimental do que qualquer um dos álbuns produzidos pela bandas da Grã-Bretanha ou América da era psicodélica".



Lado 1
1. Panis Et Circensis (Gilberto Gil - Caetano Veloso)
2. A Minha Menina (Jorge Ben)
3. O Relógio (Mutantes)
4. Adeus Maria Fulô (Sivuca - Humberto Teixeira)
5. Baby (Caetano Veloso)
6. Senhor F (Mutantes)

Lado 2
1. Bat Macumba (Gilberto Gil - Caetano Veloso)
2. Le Premier Bonheur Du Jour (Françoise Hardy)
3. Trem Fantasma (Caetano Veloso  - Mutantes)
4. Tempo no Tempo (John Phillips - versão: Mutantes)
5. Ave Gengis Khan (Mutantes)


Arnaldo Baptista - baixo, teclados, voz
Rita Lee - voz, flauta doce, percussão
Sérgio Dias - guitarras, voz

Dr. César Baptista - voz em "Ave Gengis Khan"
Dirceu - bateria
Jorge Ben - violão em "A Minha Menina"

Manoel Barenbein - produtor
Rogério Duprat - arranjos
Stélio Carlini - técnico de som

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