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sábado, 30 de novembro de 2013

DE RÁDIO

Em um programa esportivo, a repórter fala sobre um seguro que o Real Madri fez para as pernas do jogador Cristiano Ronaldo:
 " - O seguro vale o equivalente à quantia de..."

GASTRONOMIA

Luiggi, diligente e sempre atento às novidades, descobriu um local ('espaço' talvez seja mais apropriado) que serve, entre outras coisas, para a realização de eventos variados e gastronomia. Uma das programações inclui uma bela refeição.

Couvert: Tradicional pão irlandês, sal defumado.
Entradas: Sopa fria de cenouras, espuma de anis, gelatina de pepinos, granita de limão, purê de abacates, camarões.
Principal: Filet mignon, batatas dauphinoise, puré de pimentão, molho bearnaise.
Dessert: Cappucinno de chocolate quente, purê de ameixa, crocante de chocolate, mousse de café, sorvete de creme.
Preço: R$ 120,00



Perto da minha residência, há um simpático bistrô também aberto à realização de eventos variados, mas com pequenas diferenças no cardápio.

Couvert: O Celsão não sabe o que é isso.
Entrada: Não se paga pra entrar, só se paga o que se come.
Principal: Arroz, feijão (às vezes com linguicinha), carne de panela (músculo ou peito), massa com molho, aipim, farofa e salada de tomate e alface.
Dessert: Ãhh??
Preço: R$ 12,50 (com um copo de suco e um potinho de gelatina).

COVER DO SÁBADO

He Ain't Heavy... He's My Brother foi composta por Bobby Scott e Bob Russell  e originalmente gravado por Kelly Gordon, em 1969. 



A canção se tornou um hit no mundo inteiro na gravação do grupo The Hollies no final daquele ano. A música foi regravada por vários artistas, inclusive por Neil Diamond, em 1970, mas a gravação do grupo britânico é considerada a definitiva.


O CAMPO DE CORRIDAS

Em O Campo de Corridas, de Edgar Degas, as amplas extensões da pista funcionam como um esparso fundo para o tema e as formas. A multidão que se encotra a meia distância não aparece com nitidez, o que transfere a atenção do espectador para o que está acontecendo no primeiro plano. A composição de Degas é inusitadas, como figuras mais próximas à direita, quase fora do campo de visão, diante dos cavalos e dos jóqueis.


Nenhum dos elementos da pintura interage entre si ou mesmo com o espectador, mas a atmosfera partilhada é de antecipação. A dama na carruagem e seu chapéu enfeitado se sobressaem, mas ela está virada para as montarias que os jóqueis tentam controlar.

A tentativa do pintor é capturar os momentos que antecedem ou sucedem o evento principal. Para isso ele usa elementos desorganizados da cena, muitas vezes compostos a partir de esboços, para explorar as formas de cavalos, jóqueis e carruagens e retratar o ambiente das corridas.

3 detalhes de O Campo de Corridas se destacam:

1. Jóquei e cavalo:
Degas pinta os detalhes do rosto, das mãos e das botas do jóquei à esquerda em cores que combinam com o tom castanho do cavalo no qual ele está montado.

2. Repetição do amarelo:
O amarelo do casaco e do bone do jóquei à esquerda se repete em outros pontos da obra, como, por exemplo, nas rodas da carruagem, no boné do jóquei ao centro e no chapéu da dama;

3. Jóquei de boné vermelho:
A figura de boné vermelho tem características faciais próprias e detalhes mais elaborados nas roupas. O objetivo com isso é captar a atenção do observador por alguns instantes.

Ficha Técnica - O Campo de Corridas:

Autor: Edgar Degas
Onde ver: Museu d'Orsay, Paris, França
Ano: 1876 - 1887
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 66cm x 81cm
Movimento: Impressionismo

DAS MADRUGADAS

O cachorro sorrir latindo pode ser uma demasia. Muito embora quem tenha um cachorro ou um gato entenda o que Roberto Carlos quis dizer. E a música – O Portão  é bela. 

Claro, pro meu gosto tem um arranjo muito grandiloquente. Muito violino. Podia ter mais gaitinha de boca. Um clima meio Sérgio Leone não cairia mal. “Minhas malas coloquei no chão, eu voltei”.

Claro, a volta de Roberto não é por vingança nem redenção. É apenas uma volta. “Quase nada se modificou, acho que só eu mesmo mudei. E voltei”.

Depois, talvez os versos mais bonitos de Roberto. Quiçá da música brasileira:

Fui abrindo a porta devagar
Mas deixei a luz entrar primeiro
Todo o meu passado iluminei
E entrei”.

Qualquer interpretação dos versos acima seria literatura barata. Mais barata do que esse locutor que vos fala pode produzir.

Existe alguma necessidade de explicar a volta. Talvez pra ele mesmo. Talvez entender que a única coisa que aconteceu foi que o tempo passou:

Meu retrato ainda na parede
Meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei
E eu falei.

E assim como não há cobrança de quem ficou, não há cobrança de quem volta
Sem saber depois de tanto tempo
Se havia alguém à minha espera
Passos indecisos caminhei
E parei

E nem sempre é preciso falar. Roberto sabe disso:
“Quando vi que dois braços abertos
Me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei”

Enfim, abra seu bourbon e aperte o play.

FRASE DO DIA

"Casar-se significa duplicar as suas obrigações e reduzir a metade dos seus direitos." 
Arthur Schopenhauer

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PATRIMÔNIO CULTURAL

No BOL:


A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou nesta quinta-feira (28) um projeto de lei que torna a feijoada carioca, um dos pratos mais apreciados pela população fluminense, patrimônio imaterial do Estado do Rio. A medida segue agora para análise do governador Sérgio Cabral (PMDB), que terá 15 dias para sancionar ou vetar o texto.

A aprovação do PL 1862/12, de autoria do deputado estadual Coronel Jairo (PMDB), prevê o registro editorial -- publicação em um livro cujo nome e editora não foram informados pela Alerj -- das características da feijoada.

Só falta a Assembleia Legislativa do RS inventar de fazer o mesmo com o carreteiro e o churrasco.

O MUNDO MONGO

No globo.com:

Contente com a notícia da segunda gravidez de Wanessa, 30, Zezé di Camargo, 51, fez uma brincadeira sobre a filha nos bastidores da gravação do "Show da Virada", da Globo.

"Quem mandou dormir sem calcinha, né?", disse rindo.

Que classe...

MÚSICA NA SEXTA

Peri Oliveira Martins, Pery Ribeiro, nasceu no Rio de Janeiro, em 1937.


Iniciou sua carreira artística aos três anos de idade, participando da dublagem de filmes de Walt Disney. O nome artístico “Pery Ribeiro” veio em 1959, por sugestão de César de Alencar.

Em 1963 lançou o LP "Pery é todo bossa". O disco registrou, com enorme sucesso, a primeira gravação de "Garota de Ipanema", segunda canção mais executada da História (em inúmeras versões), atrás apenas de "Yesterday", dos Beatles.
A música já fazia sucesso nas apresentações que Tom Jobim, João Gilberto e Vinícius de Moraes faziam em uma casa noturna.

Normalmente a música era precedida pelo seguinte diálogo:
 
João — Tom, e se você fizesse agora uma canção que possa nos dizer, contar o que é o amor?
Tom — Olha, Joãozinho, eu não saberia sem o Vinicius escrever a poesia.
Vinicius — Para esta canção se realizar, quem me dera o João para cantar!
João — Ah, mas quem sou eu? Melhor se cantássemos os três.

E os três cantavam juntos.

Várias mulheres se apresentarem como a verdadeira musa da canção. A especulação só acabou em 1965, quando Vinícius de Moraes esclareceu que sua inspiração fora a adolescente Heloísa Pinheiro. Em 2001, Helô Pinheiro foi processada por herdeiros de Tom Jobim por usar comercialmente Garota de Ipanema em sua loja de roupas.

O nome original era Menina que Passa e tinha a seguinte letra:
 
Vinha cansado de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesia
Tão sem passarinhos
Com medo da vida
Com medo de amar
 
Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Eu vi a menina
Que vinha num passo
Cheio de balanço
Caminho do mar

Estima-se que Garota de Ipanema tenha quase 200 versões em todos os ritmos imagináveis.

 

Garota De Ipanema
Tom Jobim/Vinícius de Moraes
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

FRASE DO DIA

"O homem brasileiro não gosta de peito. A gente gosta de bunda."
Antônio Fagundes

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

GENTE FINA

No BOL:

Vencedora do concurso "Garota Mais Sexy do Brasil", a bela Laura Kelller, 26, promete que a capa especial de dezembro da "Sexy" será um belo presente de Natal para os leitores.

"Tem safadeza, atitude e bastante periquita", afirma a gaúcha Laura, que venceu outras 25 candidatas no dia 9 de novembro, em um evento em São Paulo.

Que classe...


DO DELÍRIO COTIDIANO

Sujeito entra na farmácia em busca de um comprimido pra dor de cabeça. Por uma dessas desgraças do destino, esquece o nome do remédio que habitualmente usa. E por uma desgraça maior ainda, o farmacêutico é do tipo simpático. Vendedor entusiasmado.

Sem saber o nome do remédio, começa aquela conversa de louco: “É assim, redondo. Não, não, esse não. Vêm envelopes de quatro unidades, marrom.” 


Misericordiosamente, o nome vem à dolorida cabeça. Mas a saga do comprimido segue. O vendedor oferece cartões de desconto, sabonetes, perfumes. Remédios pra dor de estômago e dores em geral. 

Desesperado, o dolorido agarra seus comprimidos e bate em retirada. Antes de sair, ainda dá tempo de ouvir o farmacêutico aos gritos: “Ei! Ei! Tem certeza que não quer fazer o cartão de pontos da farmácia?”.

O MUNDO MONGO


Numa matéria sobre a visita da cantora Beyoncé às pirâmides do Egito, o redator escreve: "Estamos acostumados a ver Beyoncé divar em cima dos palcos..." 

Recorro ao gúgol, nossa ferramenta de erudição instantânea, como diz o Veríssimo, e digito "divar". Encontro, num dicionário informal, a palavra "divando": "Pessoa que está sempre linda ou arrasando". 

(Eu divo, tu divas, ela diva...)

E virá uma chuva de fogo e enxofre...

BLUESMAN

O mundo realmente é um lugar estranho. Quer dizer, a não ser que seja alguma coisa no ar, quem faz do mundo um lugar estranho somos nós. Estou supondo que sou lido somente por seres humanos.

Algumas pessoas são agraciadas pela fortuna e outras não. É claro que só com sorte e sem talento ninguém vai longe. Mas é sabido que sem sorte um cristão não consegue sequer tomar um copo de água.

Ermã informa, a título de curiosidade, que Hugh Laurie vem com sua banda de blues se apresentar na MuiLeal.
Hugh Laurie fez o Dr. House, da série homônima. Merece todos meus elogios pela atuação. Mas eu acho muito pouco provável que sua banda de blues tenha algo de muito bom a acrescentar ao mundo ou simplesmente à música. Será que o fato de um sujeito fazer um grande personagem faz com que ele se torne um interessante bluesman? Duvido muito que sem o sucesso da série existisse essa turnê mundo afora.

Mas o que mais me intriga é ele ser lembrado somente pelo House. Hugh Laurie já foi por três ou quatro vezes “pai” de ratinho. O Stuart Little. Já foi conselheiro de rei da França no melhor estilo Vanolli. Foi capanga de madame roubando dálmatas. Já dançou – provavelmente – uma rumba no Rio de Janeiro em Chica de Rio. Isso com a lembrança do momento. Deve ter mais coisa desse jaez.

E agora me aparece de bluesman. Deus ex machina.

SAL


Já ouvi algumas vezes que cozinho bem. Modestamente, concordo. 

Entendo que para cozinhar direito basta ter boa vontade, paciência e alguma criatividade. Não tem segredo. E segredos a gente não conta. (Segundo Zuenir Ventura, algumas coisas a gente não confessa nem pro padre, nem pro psiquiatra e nem pro médium depois de morto). 

Mas às vezes acho que a minha comida é diferente, e o motivo é somente um: uso sal. Sal à mancheia. Sem dó e sem culpa. Sal é uma das maiores alegrias dessa vida.

Ainda vou ver em uma sexta-feira um Globo Repórter absolvendo o sal de toda essa detração a seu respeito. Ainda veremos a redenção do sal.

DE RÁDIO


Em reportagem sobre a situação dos postos de saúde da Muileal, em um programa matinal, a repórter, a folhas tantas da matéria, fala sobre uma paciente que esperava há horas na fila e ainda não havia sido consultada por um médico.

ÁLBUM DA QUINTA

ACABOU CHORARE - 1972 - NOVOS BAIANOS

Acabou Chorare é o segundo álbum de estúdio do grupo Novos Baianos. O disco foi lançado em 1972 pela gravadora Som Livre, após o relativo sucesso de É Ferro na Boneca (1970). Adotando a guitarra expressiva de Jimi Hendrix e a brasilidade de Assis Valente, e sobretudo a influência estrondosa de João Gilberto, que também serviu de mentor do grupo na época da realização do disco, o grupo realizou uma obra que apresenta grande versatilidade de gêneros musicais.

"Preta Pretinha" virou mania nacional, e "Besta é Tu" e "Tinindo Trincando" dominaram as rádios do país, esta última um belo exemplo da mistura de baião com rock psicodélico.



Mesmo mais de 40 anos após seu lançamento, o álbum permanece como um dos mais importantes da música popular brasileira e também um dos mais influentes. Em 2007, na eleição de Lista dos 100 maiores discos da música brasileira feita pela Rolling Stone, Acabou Chorare apareceu em primeiro lugar, sendo considerado uma obra-prima pelos estudiosos, produtores e jornalistas convocados para a votação.


Lado 1
1. Brasil Pandeiro (Assis Valente) 3:58
2. Preta Pretinha (Luiz Galvão / Moraes Moreira) 6:40
3. Tinindo Trincando (L. Galvão / M. Moreira) 3:26
4. Swing de Campo Grande (Paulinho Boca de Cantor / L. Galvão / M. Moreira) 3:10
5. Acabou Chorare (L. Galvão / M. Moreira) 4:13

Lado 2
1. Mistério do Planeta (L. Galvão / M. Moreira) 4:24
2. A Menina Dança (L. Galvão / M. Moreira) 3:51
3. Besta é Tu (L. Galvão / Pepeu Gomes / M. Moreira) 4:26
4. Um Bilhete Pra Didi (Jorginho Gomes) 2:53
5. Preta Pretinha (reprise) (L. Galvão / M. Moreira) 3:25


Baby Consuelo – vocal, percussão 
Paulinho Boca de Cantor – vocal, percussão 
Pepeu Gomes – guitarra elétrica, violão solo, craviola, arranjos
Moraes Moreira – vocal, violão base, arranjos
Dadi Carvalho – baixo
Jorginho Gomes – bateria, cavaquinho, bongo

FRASE DO DIA

"Uma vez eliminado o impossível, o que resta, por mais improvável que seja, deve ser a verdade."
Sir Arthur Conan Doyle

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

TORCEDOR PROFISSIONAL


Na tarde de hoje, a arquibancada do estádio do Corinthians desabou e dois operários morreram. Tragédia. Parece que um deles estava cochilando na hora do desabamento. 

É normal que as pessoas se comovam com um fato desses, mas me chamou a atenção uma foto no site da Folha de S. Paulo que mostra um torcedor enrolado numa bandeira do clube observando o cenário da tragédia. 

Tem gente que não tem mesmo o que fazer.

KEVIN PERGUNTA

Por que quando vou olhar fotos na internet que anunciam uma atriz ou modelo famosa mostrando um corpão cheio de curvas só consigo enxergar um corpinho de nada cheio de retas?

DAS DELÍCIAS DO MUNDO CORPORATIVO

Escritores gostam de tirar fotos para os seus livros com charuto na mão. Se for o primeiro livro com edição paga pelo autor, o charuto é certo. O fundo é uma biblioteca, e o escritor aparece com um charuto na mão fazendo cara de que cumpriu parte do favor dele ao mundo escrevendo o livro e ainda por cima se deixando fotografar.

Nos discos e programas guascas, a cuia de chimarrão é onipresente. A vestimenta, bombacha e botas, é muito convenientes para a vida e as lidas dos artistas gaudérios: ir ao banco, a uma reunião para pleitear um patrocínio, no centro da cidade, enfim, essas coisas que exigem esse tipo de indumentária apropriada. E se o momento for ficar para a posteridade, faz-se mister segurar uma cuia de chimarrão.

Mas, nesse caso, pelo menos, o chimarrão é inofensivo. Na capa dos discos. Se é que tem chimarrão ali, pois eu tenho sempre a impressão que a cuia está vazia na foto.

Tem gente que não consegue se desgrudar do chimarrão nem pra dirigir. Nem na praia. Deve ser um espetáculo água quente com areia.

E tem a turma que toma chimarrão no serviço. Pra essa turma, o trabalho começa, efetivamente, uns 45 minutos depois dos outros. É sempre a mesma cena: a briga porque a cuia está suja e ninguém lavou, reunião para decidir o escalonamento da limpeza da cuia. Só da cuia. Pra limpar a bomba é outro tumulto. 

“Quem vai tomar chimarrão hoje?” “Eu! Eu! Eu! Eu!” Tumulto de vozes gritando desordenadamente que precisam muito de chimarrão.

Um dos que gritou “Eu!” e é sempre o primeiro a gritar todos os dias, está começando a ser boicotado pois não compra erva há uns dois anos. Outro chega com erva toda segunda. É brinde de um posto de gasolina, a qualidade é terrível e não dá pra meia cuia. Outro reclama que só gosta daquela marca que só usa as folhas. Outro gosta da marca que mistura ervas com chás diversos e ajuda a regular o intestino. E o intestino se regula pra ser acionado sempre em horário de trabalho. Alguém só aparece com uma erva que só pode ser comprada no mercado público, o que, na lógica dele, o isenta de levar erva pelos próximos cinco anos. E, claro, sempre tem um sujeito com uma erva que só ele consegue, de um lugarzinho no interior de um sítio de Cacique Doble, nos fundos, que só é vendida pra quem conhece o dono e o cunhado dele. É igual a todas as outras ervas. E também o isenta de novas remessas de erva pelos próximos cinco anos.

“De quem é agora?” “Eu! Eu! Eu! Eu!”. Até que alguém vira o mate sobre uns documentos. E amanhã as mosquinhas continuarão voando sobre a cuia suja.

CRIATURAS QUE O MUNDO ESQUECEU

Djalma Dias foi cantor de boate, intérprete vitorioso em festivais e de trilhas de novelas da Rede Globo. Gravou diversos sucessos, entre os quais “Capitão de Indústria”, de Marcos e Paulo Sérgio Valle, para a novela “Selva de Pedra”. 

Djalma gravou diversas músicas dos irmãos Valle. Isso muito se deve ao fato de que Marcos Valle tinha contrato com a Som Livre, era um dos principais compositores para os programas da Globo e Djalma Dias era também contratado, principalmente como cantor e atuando em coros de trilhas e especiais da emissora. Ele gravou vários discos, os quais hoje são muito difíceis de encontrar.


Menino Levado, dos irmãos Valle, é do disco Destaque, de 1973.

GRANDES FRASES DE GRANDES FILMES

"Muitos que vivem merecem a morte. E alguns que morrem merecem viver. Você pode dar-lhes a vida? Então não seja tão ávido para julgar e condenar alguém à morte. Pois mesmo os muito sábios não conseguem ver os dois lados."



Gandalf (Ian McKellen) - Lord of The Rings - The Fellowship of the Ring (O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel) - 2001

FRASE DO DIA

"Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo. Você terá toda a eternidade para ser só osso!"
Arnaldo Jabor

terça-feira, 26 de novembro de 2013

SAVE THE ARTIC

Trecho da entrevista da bióloga Ana Paula Maciel ao jornal Zero Hora:

— É um ciclo vicioso que não faz o menor sentido, é muito louco. Eu causo o aquecimento global procurando petróleo e usando combustível fóssil, aí o gelo derrete e eu vou lá para procurar mais óleo e causar mais aquecimento global.

Mais muilealevaloresense impossível, a explicação. É muito louco, cara.

DE JORNAL

Devemos os Estreitos a Magalhães, Gibraltar e Bósforo. As trompas, a Falópio e ao saudoso Planck, a constante. À neblina, o pico. A Tales e Pitágoras, os teoremas. A Gounod, a Ave Maria. A Stanislavski, o método. Às castas, o sistema.

E pelo que entendi da capa de ZH de hoje, devemos, agora, o Ártico à Ana Paula.

DE RÁDIO




Noticiário de ontem no fim da tarde:

"A vítima  foi atingida com um tiro de raspão na orelha e foi encaminhada, consciente, ao Hospital de Pronto Socorro."

Ãh...?

BREGA CHIQUE

Kátia Garcia Oliveira (Rio de Janeiro, 26 de março de 1962) é uma cantora brasileira, afilhada artística de Roberto Carlos.

Deficiente visual, Kátia começou a carreira em 1978, com a canção "Tão Só" (compacto simples). Em 1979, lançou Lembranças, seu álbum de estréia), cuja canção-título é a mais conhecida de sua carreira até hoje.


Já faz tanto tempo
Que eu deixei
De ser importante
Pra você
Já faz tanto tempo
Que eu não sou
O que na verdade
Eu nem cheguei a ser

E quando parti
Deixei ficar
Meus sonhos
Jogados
Pelo chão
Palavras perdidas
Pelo ar
Lembranças contidas
Nesta solidão

Eu já nem me lembro
Quanto tempo faz
Mas eu não me esqueço
Que te amei demais
Pois nem mesmo o tempo
Conseguiu fazer esquecer
Você
Não
Fomos tudo aquilo
Que se pode ser
Meu amor foi mais
Do que se pode crer
E nem mesmo o tempo
Conseguiu fazer esquecer
Você

Tentei ser feliz
Ao lado seu
Fiz tudo que pude
Mas não deu
E aqueles momentos
Que guardei
Me fazem lembrar
O muito que eu te amei

E hoje o silêncio
Que ficou
Eu sinto a tristeza
Que restou
Há sempre um vazio
Em minha vida
Quando relembro nossa
Despedida

PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS

"A história de Sita, a das belas cadeiras, filha do criador de gado Sumantra da casta dos guerreiros, e de seus dois maridos – se assim podemos qualifica-los – exige, por sua natureza sangrenta e perturbadora, muito da força espiritual do auditório e da sua capacidade de enfrentar as assustadoras trampolinadas da maya. Desejável seria se todos os que a escutassem tomassem por exemplo a firmeza do narrador, pois quase que se requer maior coragem para relatar tal história do que para ouvi-la. Porém, do princípio ao fim, eis o que ocorreu:"


As Cabeças Trocadas – 1940 - Thomas Mann

FRASE DO DIA

"O meu amor e eu nascemos um para o outro, agora só falta quem nos apresente." 
Antônio Carlos de Brito (Cacaso)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

E LA NAVE VA...

No UOL:

O Ministério do Esporte atualizou nesta segunda-feira a Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo de 2014, lista de todas as obras e investimentos em curso para o Mundial de 2014. Na atualização, foram excluídas 14 obras de mobilidade urbana, portos ou aeroportos. A exclusão aponta que essas obras não ficarão prontas para o torneio da Fifa.


Porto Alegre foi a cidade-sede que mais desistiu de entregar projetos para a Copa. Dez obras de mobilidade urbana prometidas para o Mundial de 2014 foram excluídas da Matriz de Responsabilidades, todas as previstas para a cidade. A exclusão, segundo o Ministério do Esporte, foi uma solicitação doa Prefeitura de Porto Alegre, responsável pelos projetos.

Na ânsia de fazer da Muileal uma sede da Copa, o burgomestre e o poder público prometeram mundos e fundos. Alguém aí está surpreso com a notícia? Tudo como dantes...

DE RÁDIO

Acabo de ouvir no rádio o locutor dando a seguinte manchete: “Nem mortos escapam dos vândalos. Cinquenta túmulos foram alvo de vandalismo”. 

Bueno, não é exatamente uma notícia que me interesse, mas vamos lá, estou ouvindo: “Saiba mais detalhes na nossa página no feicebuque”.


Exatamente. Não deu a notícia. Quem quiser saber o que e onde aconteceu o fato tem que acessar o feicebuque.

Faz tempo que essa mania dos apresentadores ficarem mendigando acessos, “curtidas” e coisas do gênero no feicebuque me incomoda. Mas já estão passando dos limites.

CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA

THE GUITAR MAN - 1972 - BREAD

Sérgio Luiz Gallina

The Guitar Man faz parte do quinto álbum do grupo Bread, Guitar Man, de 1972. A canção, composta por David Gates, é uma mistura de rock balada, com cordas, violão e um efeito wah-wah de guitarra, interpretado por Larry Knechtel. A melodia conta com um encadeamento harmônico composto por 12 acordes diferentes, coisa pouco comum na música pop.

O single alcançou a posição número 11 no Bilboard Hot Charts nos EUA e foi sucesso no mundo inteiro.


Who draws the crowd and plays so loud,
Baby it's the guitar man
Who's gonna steal the show, you know
Baby it's the guitar man,

He can make you laugh, he can make you cry
He will bring you down, then he'll get you high
Somethin' keeps him goin', miles and miles a day
To find another place to play

Night after night who treats you right,
Baby it's the guitar man
Who's on the radio, you go listen
To the guitar man

Then he comes to town, and you see his face,
And you think you might like to take his place
Somethin' keeps him driftin' miles and miles away
Searchin' for the songs to play

Then you listen to the music and you like to sing along,
You want to get the meaning out of each and ev'ry song
Then you find yourself a message and some words to call your own
And take them home

He can make you love, he can get you high
He will bring you down, then he'll make you cry
Somethin' keeps him movin', but no one seems to know
What it is that makes him go.

Then the lights begin to flicker and the sound is getting dim
The voice begins to falter and the crowds are getting thin
But he never seems to notice he's just got to find
Another place to play,
(Anyway got to play, anyway got to play)

(Neither way got to play, neither way got to play)

FRASE DO DIA

"Que mulher nunca usou o sexo para conseguir o que queria? Quantas vezes fiz um amor gostoso e sugeri: ‘Tô louca para trocar de carro...’ ou ‘Vi uma joia tão linda hoje...’."
Mulher Melão

domingo, 24 de novembro de 2013

ALICE


Gênero:  Ficção
Subgênero:  Drama, Romance
Diretor:  Rafael Gomes
Elenco:  Fernando Alves Pinto, Simone Spoladore
Duração:  15 min     Ano:  2005     Formato:  35mm
País:  Brasil     Local de Produção:  SP
Cor:  Colorido
Sinopse:  Em desencontro na cidade, Alice e Alex traçam uma geografia sentimental de amor e perda

DO FUNDO DO BAÚ

Bridge on the River Kwai (A Ponte do Rio Kwai) é um filme inglês dirigido por David Lean, em 1957, estrelado por William Holden , Jack Hawkis, Alec Guinness e Sessue Hayakawa. 

Na 2ª Guerra Mundial soldados ingleses se tornam prisioneiros em um campo de concentração japonês. Este grupo é escolhido pelo chefe do campo para construir uma ponte sobre o rio Kwai. O coronel Nicholson (Alec Guinness), um oficial inglês, planeja a construção para demonstrar a superioridade britânica, mas Shears (William Holden), um americano que é prisioneiro do mesmo campo, planeja a destruição da ponte.

É considerado um dos maiores filmes de todos os tempos e faturou sete Oscar, incluindo o de melhor filme.


Uma característica memorável do filme é a melodia assoviada pelos prisioneiros de guerra, quando eles entram no acampamento. A marcha foi originalmente escrita em 1914 por Kenneth J. Alford, um pseudônimo de British Bandmaster Frederick J. Ricketts. 

Malcolm Arnold foi o responsável pela trilha sonora que venceu o Oscar.

LEITURA DE DOMINGO

Nélson Rodrigues
O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: — o da imaturidade. Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhores que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém.

Nós, da imprensa, somos uns criminosos do adjetivo. Com a mais eufórica das irresponsabilidades, chamamos de "ilustre", de "insigne", de "formidável", qualquer borra-botas. A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem. O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma. Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade. - Há na aeromoça a nostalgia de quem vai morrer cedo. Reparem como vê as coisas com a doçura de um último olhar. Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível. 

O homem não nasceu para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: — um ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão por dentro, e não entranhas vivas. - Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria. - Está se deteriorando a bondade brasileira. De quinze em quinze minutos, aumenta o desgaste da nossa delicadeza. - O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele. 

A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades. Outro dia ouvi um pai dizer, radiante: — "Eu vi pílulas anticoncepcionais na bolsa da minha filha de doze anos!". Estava satisfeito, com o olho rútilo. Veja você que paspalhão! Em nosso século, o "grande homem" pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta. O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda. 

Toda mulher bonita leva em si, como uma lesão da alma, o ressentimento. É uma ressentida contra si mesma. Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca. 

Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que de mim disseram os necrológios, com a generosa abundância de todos os necrológios, sou de fato um bom sujeito.