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terça-feira, 27 de setembro de 2016

BREGA CHIQUE

Vítor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, ou o "Rei do Disco", ficou órfão aos 9 anos e aprendeu a ler nos poucos meses em que frequentou a escola. Para sobreviver, trabalhou em granjas, foi carregador de malas, vendedor de doces e jornais e entrgador de viandas, entre outras atividades.

Ao sair do Exército, começou a carreira artística, cantando nas rádios do interior gaúcho. Sem estudar canto nem música, a beleza simples de suas letras e a melodia comunicativa de suas músicas eram frutos de inspiração espontânea, gerados por sua vivência, seu amor à vida e aos seus semelhantes.

Foi recordista de venda de discos no Brasil. Até 1983, lançou 70 LPs, compôs cerca de 1.200 canções e vendeu mais de 80 milhões de discos. Teixeirinha e Mazzaropi foram os maiores fenômenos populares do cinema sul-americano regional. No caso do cantor gaúcho, seus filmes chegaram a superar 1,5 milhões de espectadores, obtidos apenas nos três estados do sul do País.

Faleceu vítima de câncer, em 1985, aos 58 anos, e está enterrado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre. Seu túmulo virou uma espécie de atração e é muito visitado. Uma de suas mais famosas canções, e a que o lançou no cenário nacional, é Coração de Luto.


O maior golpe do mundo
Que eu tive na minha vida
Foi quando com nove anos
Perdi minha mãe querida

Morreu queimada no fogo
Morte triste, dolorida
Que fez a minha mãezinha
Dar o adeus da despedida

Vinha vindo da escola
Quando de longe avistei
O rancho que nós morava
Cheio de gente encontrei

Antes que alguém me dissesse
Eu logo imaginei
Que o caso era de morte
Da mãezinha que eu amei

Seguiu num carro de boi
Aquele preto caixão
Ao lado eu ia chorando
A triste separação

Ao chegar no campo santo
Foi maior a exclamação
Cobriram com terra fria
Minha mãe do coração

Dali eu saí chorando
Por mãos de estranhos levado
Mas não levou nem dois meses
No mundo fui atirado

Com a morte da minha mãe
Fiquei desorientado
Com nove anos apenas
Por este mundo jogado

Passei fome, passei frio
Por este mundo perdido
Quando mamãe era viva
Me disse: filho querido

Pra não roubar, não matar
Não ferir, não ser ferido
Descanse em paz, minha mãe
Eu cumprirei seu pedido

O que me resta na mente
Minha mãezinha é teu vulto
Recebas uma oração
Desse filho que é teu fruto

Que dentro do peito traz
O seu sentimento oculto
Desde nove anos tenho
O meu coração de luto.

wikipedia

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