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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

MÚSICA NA SEXTA

Luiz Carlos dos Santos, Luiz Melodia, nasceu no Rio de Janeiro em 1951. Tem nome de sambista, pinta de sambista, nascido e criado em reduto de sambistas (o morro do Estácio, onde também nasceu Ismael Silva), mas jamais foi sambista, embora nada tenha contra o samba. Apenas faz um gênero de música diferente. A música de Luiz Melodia reflete influências de blues, rock, soul e até de samba-canção, enfim, de um universo habitado por Billie Holiday, B. B. King, o tecladista-arranjador Taj Mahal, Beatles, Jorge Ben e Maria Bethânia, artistas que ele curtia e admirava.

Um pouco disso tudo, misturado à sua maneira, gerou composições como “Pérola Negra”, uma canção de amor diferente, confessional, rude, instigante: “Tente passar pelo que estou passando / tente apagar este teu novo engano / tente me amar pois estou te amando / baby, te amo, nem sei se te amo / (...) / arranje algum sangue / escreva no pano / pérola negra, te amo, te amo...”

Peça fundamental na obra de Luiz Melodia, “Pérola Negra” foi composta em 1969, quando ele tinha dezoito anos, recebendo originalmente o título de “My Black”. Dois anos depois, por sugestão do poeta Waly Salomão, que apresentou Luiz a Gal Costa, “My Black” passou a se chamar “Pérola Negra”, sendo lançada pela cantora no show “Fa-Tal” e em seguida no LP homônimo, com grande sucesso. Luiz Melodia gravou Pérola Negra no seu primeiro disco, em 1973.


Pérola Negra
Luiz Melodia
Tente passar pelo que estou passando
Tente apagar este teu novo engano
Tente me amar pois estou de amando
Baby, te amo, nem sei se te amo 
Tente usar a roupa que eu estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue, escreva num pano
Pérola Negra, te amo, te amo
Rasgue a camisa, enxugue meu pranto
Como prova de amor mostre teu novo canto
Escreva num quadro em palavras gigantes
Pérola Negra, te amo, te amo Tente entender tudo mais sobre o sexo
Peça meu livro querendo eu te empresto
Se inteire da coisa sem haver engano Baby , te amo, nem sei se te amo

Fonte: A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34.

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