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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

EI, MINA, ME DÁ UM SINAL!

Ermã podia ter me poupado dessa. Mas ermã, assim como o pop, não poupa ninguém. E me mandou um vídeo e me insta a comentar a respeito.

O vídeo é de uma dupla sertaneja ruim, mais muito ruim mesmo, pior do que as que conhecemos sem querer, com um inglês pior ainda, mas que toca em grandes festivais e com dinheiro pra produção de shows e videoclipes com direito a helicóptero. É sabido que a combinação muita grana e muita falta de gosto aliado a muita pretensão só pode dar em tragédia de proporção hecatômbica.

Até aí nada de mais, nenhuma novidade. O problema é que escolheram Another Brick in the Wall (parte II), do Pink Floyd, pra cantar. Tudo bem, é a música mais pop do disco mais pop do Pink Floyd. Mas é Pink Floyd. E claro, como toda música sertaneja que não frequentou o pré-primário e foi direto pra perto da universidade, precisa falar de “pegação”. O refrão da música virou “Ei, mina, me dá um sinal!”.

O riff de guitarra de David Gilmour tocado na sanfona são de constranger qualquer um. Eu só torço para que nem Gilmour e nem (principalmente) Roger Waters vejam uma coisa dessas. Eles não merecem esse desgosto.


Eu só não entendo por que Pink Floyd. É sabido que essa turma não gosta de música, de nenhum tipo de música, gosta de dançar. Ou, como diz Kevin, ouve música com os pés. Certa vez coloquei uma música do Rush e ouvi o seguinte comentário: “Legal. Mas como é que a gente dança isso?”

Sou obrigado a lembrar Renato Russo, que em uma de suas músicas escreveu: “Ora, se você quiser se divertir, Invente suas próprias canções."

Sertanejos universitários, deixem o rock em paz. Chega de desserviço à música.

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