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domingo, 21 de abril de 2013

DAS MADRUGADAS

Uma vez um amigo músico (cara com formação erudita, maestro, baita pianista e grande jazzista) me disse que se lhe fosse dada a oportunidade de escolher alguma música de outro compositor como uma coisa que ele gostaria de ter feito ele escolheria Última Forma, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro. 

Última Forma tem várias gravações, mas a versão que foi executada nas rádios (sim, caro ouvinte, as emissoras de rádio já tocaram MPB de qualidade) e  que é a mais conhecida é a do MPB4, do disco Cicatrizes, de 1972. Vasculhando o You Tube, descobri uma gravação de Emílio Santiago. A música, de difícil execução e com harmonia intrincada, recebe um tratamento digno dos grandes cantores. O Negão dá uma aula de divisão e afinação.


Última Forma
(Baden Powell - Paulo César Pinheiro)

É, como eu falei, não ia durar
Eu bem que avisei, pois é, vai desmoronar
Hoje ou amanhã, um vai se curvar
E graças a Deus, não vai ser eu quem vai mudar
Você perdeu
E sabendo com que eu lidei não vou me prejudicar,
nem sofrer, nem chorar, nem vou voltar atrás
Estou no meu lugar, não há razão pra se ter paz
com quem só quis rasgar o meu cartaz
E agora pra mim você não é nada mais
E qualquer um pode se enganar
Você foi comum, pois é, você foi vulgar
O que é que eu fui fazer quando dispus te acompanhar?

Porém, pra mim você morreu
Você foi castigo que Deus me deu!
Não saberei jamais se você merece perdão
porque eu não sou capaz de esquecer uma ingratidão
E você foi um a mais
E qualquer um pode se enganar
Você foi comum, pois é, você foi vulgar
O que é que eu fui fazer quando dispus te acompanhar?
Porém, pra mim você morreu
Você foi castigo que Deus me deu!
E como sempre se faz, aquele abraço, adeus
e até nunca mais!
Aquele abraço, adeus e até nunca mais!

Um comentário:

  1. PQP!!!!!! Que música, que harmonia, que interpretação!!!!!

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