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sexta-feira, 26 de julho de 2013

MAIS MOBILIZAÇÃO

Pronto. Agora temos que salvar as pessoas jurídicas também. Como já disse, não acho que ninguém mereça um fim de vida indecente. Mas, normalmente, o fim da vida da gente é um reflexo e um resumo do que a gente fez na vida. Até onde sei, o poeta não foi acolhido pelo governo. Foi acolhido pelo constrangimento que o Paulo Santana causou a um monte de gente que se sentiu obrigada a dar guarida ao poeta.

Mas agora querem salvar um bar. O Bar do Marinho está fechado e existem abaixo-assinados nos dois sentidos: para fechá-lo e mantê-lo assim para todo o eterno sempre e para reabri-lo, mesmo que ao arrepio da lei. 

Eu acho uma barbaridade o que a prefeitura da MuiLeal faz com seus bares e restaurantes, obrigando-os a fechar cedo. (Com o respaldo da população, é bom que se diga). Mas é a lei. E deve ser para todos.

E alguns argumentos usados para a reabertura do bar são surpreendentes. Não sei como ainda me espanto com esse tipo de coisa dos muilealevalerosenes. Depois dizem que eu pego no pé. 

Mas vamos aos argumentos: “O Marinho é um raro dono de bar que realmente gosta de música”. Segundo Nelson Coelho de Castro, se o dono do boteco não gosta de música o bar merece ser fechado. Bom serviço e gerenciamento são detalhes. E completa: “E é um espaço de música local, no qual a música daqui sempre surgiu dessa maneira natural”. Vai ver que é o único bar com “música local”. Tá bom. 

Já Paulo César Teixeira argumenta que “as restrições aos bares mais tradicionais da Cidade Baixa, por parte da prefeitura, favoreceram a proliferação de casas sem alma e tradição, com uma proposta nitidamente comercial”. Por que diabos alguém abriria um bar, contrataria gente, compraria e venderia cerveja, descascaria e fritaria toneladas de batatas pra vender a peso de ouro se não pra ganhar dinheiro? Não é legítimo esse fim? Será que ainda não deu pra notar que o sonho juvenil de abrir um bar “com a cara da turma” leva sempre ao mesmo lugar, a bancarrota?

Paulo César vai mais longe: “Privar os frequentadores de continuar desfrutando do Bar do Marinho é uma afronta ao bom senso”.

Eu gosto de bar. Gosto muito de bar. Mas essa gente gosta de clube. Estão confundindo as coisas. E até clube precisa de alvará pra funcionar.

6 comentários:

  1. Não, pelo teu comentário, tu não gosta de bar, gosta do Pedrini, que possui um conceito completamente distinto !!!
    Já ouviu falar nos bares do Tulio Piva, Gente da Noite e o Pandeiro de Prata, e Zicartola do Cartola ??? Lugares que apesar de pouco dinheiro, abrigavam grandes nomes da cultura popular brasileira, e que tinha o perfil de bares que os artistas precisavam.

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  2. Senhor Anônimo, se frequentasses este ambiente mais seguidamente verias que o pobre Luiggi não gosta - e inclusive condena - ambientes como o Pedrini.

    Bar que é bar vende cerveja gelada e petisco [gorduroso de preferência].

    Conceitos como esses bares temáticos se propõe deveriam ser adquiridos ao longo de uma vida, e não em hora e meia de fotos no Instagram.

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  3. Tô confuso aqui: o Pedrini é bar ou não???

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  4. Já foi. Agora é uma franquia de vender chope e ganhar dinheiro. Simples assim.

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  5. Mas vender chope pra ganhar dinheiro não é uma das coisas que um bar faz? Em tempo: Pandeiro de Prata e Gente da Noite faliram.

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  6. Sim, caro amigo. Sim. Normalmente um lugar que vende chope é um bar. Mas nesse caso não é um “bar com alma” (deve ser porque ganha dinheiro), como querem as viúvas do marinho ou do Zicartola e de outros citados no primeiro comentário (aliás, todos excelentes, mas nenhum exemplo de boa administração, todos foram à breca). E até mesmo os de outros estados, como o Sergipe, já que fomos até o RJ pra achar um exemplo. Como a Ana Paula bem comentou, já escrevi aqui neste blogue sobre o problemas dos bares pasteurizados, a quantidade de “botecos” (inclusive o Pedrini, que nunca fui) que medram pela MuiLeal.
    Um “bar com alma”, ou no caso “bar de alguém bacana” não deve sobrepujar a lei. Aliás, as leis de mercado são implacáveis, e bem se vê que com essa quantidade de falência de “bares com alma” os amigos - ou outras almas penadas - não frequentam bares legais tanto assim.....
    Luiggi

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