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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

MÚSICA NA SEXTA

Antônio Viana Gomes, Tony Tornado, nasceu em 1930, em Mirante de Paranapanema, SP.

Iniciou sua carreira artística no final dos anos 1950, cantando rock no programa “Hoje é dia de rock”, da Rádio Mayrink Veiga, atuando com o nome artístico de Tony Checker.

Nos anos 60, foi morar em Nova York, onde atuava como traficante de drogas e proxeneta. Conheceu por lá, Tim Maia.

Em 1969, de volta ao Brasil, trabalhou no conjunto de Ed Lincoln e também cantava na noite com o pseudônimo de Johnny Bradfor, fingindo ser estrangeiro.

Após Tony ter vencido, em 1970 (na fase brasileira, na fase internacional ficou em terceiro lugar), o V Festival Internacional da Canção, acompanhado do Trio Ternura, com a música BR-3 (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar), que se tornaria sua música mais popular, lançou o álbum Toni Tornado. No disco, havia músicas de autoria de Roberto e Erasmo Carlos, Getúlio Cortes, Dom Salvador, Hyldon e do próprio Tony.

Ibrahim Sued, concorrente desclassificado, insinuava que BR-3 não era somente a sigla da rodovia Rio-Belo Horizonte, mas um código de viciados que designava uma veia no braço onde se injetava cocaína. A sugestão fazia parte de um lobby para um livro escrito por um general de nome Jaime Graça (amigo de Ibrahim), chamado “Tóxico”, em cuja capa vermelha o título lembrava uma carreira de cocaína e nas primeiras páginas sugeria que BR-3 era um hino toxicômano, substituindo os versos originais por: “Há uma seringa, que vem do céu cruzando o braço, e uma agulha feita em aço, pra esperar a outra vez”. 

Para Flávio Cavalcanti era uma referência ao LSD. Para muita gente, uma apologia à maconha. Para mim, uma bela música.

Os autores de BR-3 responderam ao Serviço Nacional de Informações (cujo diretor, à época, era João Batista Figueiredo), devido à suspeita de que a letra teria conotações a drogas e também a grupos políticos como os Panteras Negras.


BR-3

Antônio Adolfo e Tibério Gaspar
 
A gente corre na BR-3
A gente morre na BR-3
Há um foguete
Rasgando o céu, cruzando o espaço
E um Jesus Cristo feito em aço
Crucificado outra vez
E a gente corre na BR-3
E agente morre na BR-3
Há um sonho
Viagem multicolorida
Às vezes ponto de partida
E às vezes porto de um talvez
E a gente corre na BR-3
E a gente morre na BR-3
Há um crime
No longo asfalto dessa estrada
E uma notícia fabricada
Pro novo herói de cada mês

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