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sábado, 10 de outubro de 2015

A ARTE DA PINTURA

A impressão de realidade passada pela obra A Arte da Pintura, de Johannes Vermeer, é tão intensa que, à primeira vista, é possível acreditar que a obra é uma imagem quase fotograficamente exata do ateliê de um pintor do século XVII. Desde as cortinas pesadas no primeiro plano até o mapa amassado na parede e o candelabro de bronze brilhando acima do artista, cada cor e textura parecem de verdade, banhadas em uma luz que entra pela janela retratada à esquerda.


A obra, no entanto, não tem como intenção representar a cena simples de um pintor no trabalho. Seu objetivo é glorificar a arte da pintura e a principal indicação disso é a vestimenta do pintor - não são roupas comuns de trabalho, e sim um traje antigo e fantasioso. A modelo aparece vestida como Clio, musa da história, cujo trompete anunciará a fama do pintor.

Ironicamente a fama de Vermeer demorou para chegar e sua pequena produção - apenas cerca de 35 quadros - simplesmente se perdeu no vasto fluxo de quadro de seus contemporâneos. Apenas por volta de 1860 seus trabalhos passaram a ser redescobertos. Isso se deveu, principalmente, ao brilhante conhecimento artístico de Théophile Thoré, um escritor francês que identificou cerca de dois terços dos quadros conhecidos de Vermeer atualmente.

 4 detalhes de A Arte da Pintura se destacam:

1. O pintor:

 A figura do pintor foi descrita muitas vezes como autorretrato, embora não seja possível confirmar as especulações. A visão de costas revela muito pouco sobre o aspecto do pintor e não existem retratos autênticos de Vermeer para realizar uma comparação. No entanto a figura pode reproduzir os métodos de trabalho do autor da obra, como trabalhar sentado e com um cavalete.

 2. A musa da história:

 Vários objetos segurados pela modelo a identificam como Clio, a musa (deusa de inspiração criativa) da história. A coroa de folhas de louro simboliza a glória, o trompete representa a fama e o livro indica o registro histórico.

 3. Mapa:

 O mapa na parede corresponde a um exemplar publicado em 1636 e talvez faça uma alusão patriótica à República Holandesa, terra do pintor.

 4. Cortinas:

Os artistas holandeses costumavam colocar pesadas cortinas parcialmente recolhidas na lateral de suas pinturas, o que ajudava a criar um ar de intimidade e sugeria que haviam sido puxadas para permitir o vislumbre de um mundo particular. Além disso as cortinas permitiam aos pintores exibir sua perícia em representar tecidos complexos.

Ficha Técnica - A Arte da Pintura:

Autor: Johannes Vermeer
Onde ver: Kunsthistoriches Museum, Viena, Áustria
Ano: 1666 - 68
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 120cm x 100cm
Movimento: Idade de Ouro Holandesa

Com Universia Brasil

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