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domingo, 11 de outubro de 2015

DO FUNDO DO BAÚ

TV Pirata foi um programa de televisão humorístico brasileiro, transmitido pela Rede Globo entre 1988 e 1990 e em 1992, às terças-feiras. Foi criado pelo diretor Guel Arraes e pelo roteirista Cláudio Paiva e foi um dos maiores sucessos do gênero no Brasil, com seu humor com base no nonsense e na sátira, executado por uma equipe de roteiristas que incluía Luís Fernando Veríssimo, os quadrinistas Laerte e Glauco e integrantes do Planeta Diário e da Casseta Popular, que viriam a se reunir e formar o Casseta & Planeta


O sucesso também se deve ao elenco, que contava com atores e atrizes renomados, como Cláudia Raia, Débora Bloch, Louise Cardoso, Marco Nanini, Luiz Possey, Diogo Vilela, Maria Zilda Bethlem, Guilherme Karan, Ney Latorraca, Pedro Paulo Rangel e Cristina Pereira. O programa ajudou a consolidar as carreiras de atores como Luiz Fernando Guimarães e Regina Casé (ambos revelados pelo grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone).


O programa carregava influências de programas como Saturday Night Live, Monty Python Flying Circus e do filme Amazon Women on the Moon, tanto no conteúdo quanto no seu formato. Cada programa consistia em uma série de esquetes aleatórios ou seguindo o padrão de quadros fixos.

Segundo Luiz Fernando Guimarães, integrante das três primeiras temporadas do programa, Guel Arraes estava procurando um pequeno grupo de atores de teatro para colocar o programa no ar.


Na terça-feira, em 5 de abril de 1988, o programa fez sua estreia na Terça Nobre substituindo indiretamente o Viva o Gordo (quando Jô Soares passou para o SBT, seu espaço nas segundas-feiras foi ocupado pela Tela Quente) como principal humorístico da Globo.

O começo foi devagar e TV Pirata quase foi cancelado. No começo, a audiência não assimilou bem um programa humorístico que não contava com comediantes e sim com atores dramáticos fazendo comédia (mais tarde, alguns desses atores fariam mais comédias em suas carreiras). Também não havia no TV Pirata um conceito de quadros "fixos", comparável ao do modelo de humorísticos tradicionais, como Balança Mas Não Cai e Praça da Alegria: diante da contínua criação de novas atrações, nenhum quadro tinha espaço garantido ao longo da temporada.


Nas reuniões de redação, os atores e redatores trocavam ideias e se gostavam de um quadro ou de um personagem, pensavam em torná-lo fixo, como o famoso Barbosa. O programa teve uma grande renovação pois não contava com platéia ou risadas de fundo, ao contrário de todas as atrações da época.
Aos poucos, porém, a organização em esquetes começou a pegar porque fazia piada de todos os tipos, incluindo futebol, política, economia, novelas, celebridades e outros. Nenhuma pessoa de qualquer classe econômica ou social escapava do humor do TV Pirata - nem a TV Globo, "vítima" de sátiras de Globo Rural (Campo Rural), TV Mulher (TV Macho), Roda de Fogo (Fogo no Rabo) e inúmeros outros programas.


TV Pirata se consolidou como fenômeno do humor brasileiro, rompendo com o estilo de comédia de tipos que vinha da era do rádio e se estendia como padrão dominante na TV desde os anos 60. O talento dos atores e dos escritores não podia ser negado, o que ajudou o programa a vencer a categoria de melhor humorístico no Troféu Imprensa de 1988.

wikipedia

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