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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

DO CANCIONEIRO POLITICAMENTE INCORRETO


Vaia de Bêbado Não Vale
Tom Zé
  
Primeira edição 
No dia em que a bossa nova inventou o Brasil 
No dia em que a bossa nova pariu o Brasil

Teve que fazer direito 
Teve que fazer Brasil 

Criando a bossa nova em 58 
O Brasil foi protagonista 
De coisa que jamais aconteceu 
Pra toda a humanidade 
Seja na moderna história 
Seja na história da antiguidade 
E por isso, meu nego,

Vaia de bebo não vale 
De bebo vaia não vale 

Segunda edição 
No dia em que a bossa nova inventou o Brasil 
No dia em que a bossa nova pariu o Brasil

Teve que fazer direito 
Teve que fazer Brasil 

Quando aquele ano começou, nas Águas de Março de 58, 
O Brasil só exportava matéria-prima 
Essa tisana 
Isto é o grau mais baixo da capacidade humana 
E o mundo dizia

Que povinho retardado 
Que povo mais atrasado 

Terceira edição 
No dia em que a bossa nova inventou o Brasil 
No dia em que a bossa nova pariu o Brasil

Teve que fazer direito 
Teve que fazer Brasil 

A surpresa foi que no fim daquele mesmo ano 
Para toda a parte

O Brasil d'O Pato 
Com a bossa nova, exportava arte 
O grau mais alto da capacidade humana 
E a Europa, assombrada:
"Que povinho audacioso" 
"Que povo civilizado"

Pato ziguepato ziguepato Pato 
Pato ziguepato ziguepato Pato

Tratou com desacato o nosso amado Pato 
desacato nosso Pato

Viva a vaia, seu Augusto 
Viva a vaia, seu João 
Viva a vaia, viva a vaia 
Viva a vaia com Diós, amor 
Porque me soy argentino 
Argentino, gentino, gentino

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