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segunda-feira, 23 de março de 2015

FRUTAS

Os tempos, decididamente, são outros. Quando a gente pisca o olho, percebe que as coisas mudaram e de alguma maneira se parou no tempo.

Fui ao supermercado no final de semana e - entre outras coisas - queria comprar alface. Uma prosaica alface. Não é mais uma tarefa simples. Não me refiro a escolher a mais bonita, com menos minhocas etc. Falo de escolher a variedade da alface. Achei alface americana, mimosa, roxa, crespa, mini, hidropônica, orgânica e todas as combinações entre elas. Eu queria uma alface simples, sem sobrenome. Não achei. Peguei a que mais se assemelhava às alfaces de outrora.

Não estava interessado em comprar fruta nenhuma, mas comecei a reparar na quantidade de frutas que não existiam quando eu era criança: lichia, kiwi, avocato, pitaia, kino, físalis. E, claro, maçãs e peras de todas nacionalidades e adjetivos para algumas frutas, como mamão formosa e outros nem tão airosos assim: melão pele de sapo.

Ir no supermercado não é mais uma tarefa para inocentes. Eu envelheço, eu envelheço...

Nota da Redação: Fui procurar a origem de algumas dessas frutas que vi no supermercado. A descrição que achei para “físalis” é, no mínimo, curiosa: “A físalis tem toda pinta dessas que só existem em outros países. Mas basta uma viagem pela Amazônia para você experimentá-la. E, não se confunda: no norte do Brasil, o nome desta fruta amarela e delicada é camapu. Seu sabor é adocicado e cítrico.” Basta uma viagem a Amazônia, logo ali, e tudo certo. É só não se confundir no meio da selva.

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