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sábado, 21 de novembro de 2015

BAR NO FOLIES-BERGÈRE

De diversas maneiras, Bar no Folies-Bergère, do pintor impressionista francês Edouard Manet, reúne tanto a complexidade das preocupações visuais do artista quanto o tema central da burguesia, recorrente nas telas de diversos artistas impressionistas.


Na obra Manet apresenta um desafio adicional nas complexas interações visuais entre a garçonete e os reflexos no espelho atrás dela. O balcão de mármore acomoda objetos de um café-concerto e, no espelho, a clientela do bar se revela em busca de diversão. A ovem não chega a chamar a atenção do observador, com a sua pose entediada, pensativa ou resignada, como se também estivesse sendo exposta, possivelmente disponível para os clientes.

O enigma da obra encontra-se no ângulo de reflexo no espelho em relação à suposta posição do espectador e à aparente ausência do homem diante do balcão, que aparece refletido à direita da tela.

A jovem ocupa uma posiçã central na obra, mas existem outros detalhes que captam a atenção do espectador. Com as mãos apoiadas no balcão a moça cria uma pirâmide que reúne os itens expostos. Garrafas, frutas e rosas harmonizam com o rosto, o vestido e o cabelo dela, confirmando a associação feita por Manet.

Atrás da garçonete, o espelho reflete uma cena confusa. O balcão horizontal encontra correspondência no reflexo a meia distância. Existe certa nebulosidade no espelho para distinguir o reflexo da realidade. A imagem de um homem à direita, no alto, parece sem sentido e tanto a presença dele como as costas da garçonete parecem fora da realidade.

Três detalhes de Um Bar no Folies-Bergère se destacam:

1. Garçonete:

A jovem retratada na tela é Suzon. A jovem não era modelo e de fato trabalhava no Folies-Bergère. Algumas propagandas do bar mostravam clientes flertando com as atendentes, dando a entender que elas também estavam à venda.

2.Mundo burguês:

Manet fez questão de incorporar ao trabalho a superficialidade da busca pelo prazer, típica do mundo burguês. Ao mesmo tempo, o pintor questionava o papel da pintura, da garçonete, do espectador e dele mesmo.

3. Elementos no espelho:

A composição dos elementos no espelho fazem com que o espectador se esforce para entender a cena. Quem aprecia a tela precisa se questionar se está no lugar do cliente ou em algum lugar à parte, simplesmente observando a interação.

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