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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

MAZÁÁÁÁÁ!!! II

Mais uma lembrança do TOA no precursor da liberdade:



Romance Do Pala Velho
(Noel Guarany) 


Uma vez fui na cidade
 Na maldita perdição
 Lá perdi meu pala velho
 Que me doeu no coração.

Quando voltei da cidade
 Vinha com dor na cabeça
 Cheguei fazendo promessa
 Deus permita que apareça.

Encontrei xirú do posto
 E não deixei de maliciar
 Que ele achou meu pala velho
 E não queria me entregar.

Fui dar parte ao comissário
 Ficou prá segunda - feira
 Me levaram na conversa
 Se foi a semana inteira.

Veja as coisas como são
 Como se forma a lambança
 Que pelo mal dos pecados
 Era o forro das crianças.

Com este pala rasgado
 Passava campos e rios
 Com este meu palinha velho
 Não temo chuva e nem frio.
Foi forro para as carpetas

E em carreiras perigosas
 "inté" serviu de agasalho
 Prá muita prenda mimosa.

"inté" nas noites gaudérias
 Meu pala soltito ao vento
 Ia abanando pachola
 Prás luzes do firmamento.

Informem nas vizinhanças
 Este triste sucedido
 Quem tiver meu pala velho
 Que prendam este bandido.

Neste mundo todos morrem
 Da morte ninguém atalha
 Me entreguem meu pala velho
 Prá mim levar de mortalha.

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