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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

NÃO LI, CONFESSO, NÃO LI


Há algum tempo, em conversa com Kevin, pronunciei a frase menos muilealvalerosense da história. Escrevi, inocentemente, “Não li esse livro”. Não lembro qual era. Não sou como Luiggi, que lê Joyce, Camus, Bakunin, Malatesta e Guimarães Rosa no original. Nem como qualquer outro muilealevalerosense. A frase saiu ao natural. Depois, me dei conta. Se falasse isso em qualquer mesa de bar por aí, ia ser alvo de comentários desatinados: “Não leu?!?!” E parece que vejo a gesticulação da interlocutora desesperada com tamanha ignorância, sacudindo a cabeça e os braços como o bonecão do posto enquanto repete incrédula: “Não leu?!?!”. Não interessa qual o livro. Se for novidade da última Feira então...
Muilealevalerosense sempre está lendo alguma coisa. E sempre carregando algum livro no sovaco.
A Muileal é uma terra estranha. Se você falar em Paulo Coelho, todos se apressam em dizer que nunca leram. Mas, se falar no Capital - que nenhum comunista por aqui leu -, todo mundo fica quieto. Ou se falar em Kant também ninguém diz que não leu.
Sigo espantando as mesas com minha ignorância. Sempre querendo aprender. E nada...
(Que vontade de dizer: “Porra, mal tenho tempo de ler o Correio enquanto cago!”. Mas ando comportado.)
Aquele abraço nos meus familiares.