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sábado, 18 de julho de 2015

DA MUILEAL

O muilealvalerosense é realmente um ser estranho. Sexta-feira (17/07/2015) fazia 16° na cidade. Tempo plúmbeo, chuvoso. 

A vestimenta predominante que se via nas ruas era composta de casacos, toucas, luvas, mantas, blusões de lã e provavelmente ceroulas e pijamas por baixo das pantalonas.

Sábado (18/07/2015) fez 20° (no meu bairro o relógio mostrava menos, mas peguei a maior que encontrei). Dia ensolarado, propenso a feiras livres, a tomar chimarrão na Redenção fingindo que não se quer encontrar ninguém, a carregar um livro na axila e “aproveitar o solzinho”. Vestimenta predominante: shorts, alpargatas (com calcanhar no chão e fazendo barulho ao arrastar aquela coisa durante o andar malemolente, claro) e camiseta de time ou com a figura do Ganesha.

Mas será que 4°C dá essa diferença toda para variar tanto a indumentária? Realmente, somos um povo estranho...

O IMPOSSÍVEL

Como em todo bistrô phyno que se preze, o que eu escolhi pra almoçar tinha uma televisão ligada na Globo. Estava passando um programa “com a Rodaika” (assim que a atração se apresentava). A Rodaika, pelo que entendi é uma espécie de Sara Feliz que fala menos em comida (“sou dessas”, é seu lema) e mais em moda.

O programa não poderia ter mais clichês. Mas tudo bem, coisas da MuiLeal, já estou acostumado. Mas o programa conseguiu com que eu fizesse o que nunca imaginei ser capaz de fazer em vida, ainda mais mascando um bife: mensurar o "impossível".

A apresentadora valorizou uma reportagem, dizendo que seria IM-POS-SÍ-VEL não se emocionar, da Rosane (Marchetti). Não me emocionei, sou galo cinza, pensei. Aí a própria Rosane ataca: “É IM-POS-SÍ-VEL não se emocionar com tanta fofura”, enquanto segurava um animal silvestre no colo. 

Olhei para o lado, achei que o bistrô estaria com sua população às lágrimas, fazendo “óóóó”. Mas não, todo mundo concentrado no rango.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

EXPERIÊNCIA CULTURAL

Vai abrir na MuiLeal mais um restaurante para as pessoas colocarem fotos no feicebuque. Devem abrir e fechar vários por mês, mas esse virou notícia por envolver, entre os sócios, o “pofexô” Luxemburgo. E pelo fato de estar localizado na festejada rua padre Chagas, claro.

Mas o que chamou a atenção foi o comentário que o proprietário fez: “O Paris 6 é um modelo de restaurante totalmente diferente do que se encontra em qualquer lugar do mundo. Pra começar, não vendemos comida. Vendemos, sim, uma experiência cultural.”

Já vi que vai ser um sucesso na MuiLeal.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

DAS REDES

Uma nova campanha está tomando corpo no feicebuque: “Sou a favor do arroio dilúvio despoluído!”. (Onde mais poderia estar uma campanha dessas?).

A saber, o Arroio Dilúvio é um arroio (parece uma obviedade, mas MuiLeal tem um rio que não é rio, uma Rua da Praia que não tem praia e outras coisas do gênero) que cruza boa parte da cidade e vem sendo poluído sem dó ao longo dos anos.

Mas será que alguém neste mundo de meu Deus quer que ele fique sujo? Até o camarada que atira lixo, esgoto ou cadáver no arroio certamente o quer limpo. Se a pessoa tem consciência ambiental é outra coisa. Claro que todo mundo apoia qualquer projeto que seja para tornar qualquer coisa mais limpa e despoluída.

Ah... os ativistas do feicebuque...

terça-feira, 28 de outubro de 2014

COISAS DA MUILEAL

A principal via de acesso à MuiLeal era a Avenida Castelo Branco. Os vereadores resolveram mudar esse nome, que consideravam um acinte à democracia. E conseguiram que seu nome oficialmente fosse mudado justamente para Avenida da Legalidade e da Democracia.

Na prática, o que conseguiram foi mudar o nome da via para “Antiga Castelo Branco”.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

COISAS DA MUILEAL

Leio na ZH que amanhã (01/10/2014) o Multipalco do Teatro Eva Sopher inaugurará mais um de seus “espaços”: a Sala de Música Gerdau. A ideia é que no local tenha uma programação permanente de música de câmara.

A matéria segue: “Inauguração amanhã também marca dois avanços nas obras do complexo cultural: a finalização das instalações hidrossanitárias, elétricas e anti-incêndio e a entrega da subestação de energia.”
Excelente. Supimpa. Coisa fina. Mas a mesma matéria dá conta do que pode ser considerado um detalhe: o auditório ainda não pode receber o público. O evento de abertura acontecerá apenas com a presença de convidados para apresentação da Escola de Música Sol Maior e da Orquestra de Câmara do Theatro. Por que eu não me surpreendo?

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

COISAS DA MUILEAL

Volta à tona um projeto que propõe a mudança do nome da Avenida Castelo Branco, principal via de acesso à Muileal, para Avenida da Legalidade. O edil responsável pelo projeto afirma que o Castelo Branco não tem nada a ver com a cidade e foi o primeiro general presidente da ditadura, enquanto alguns contrários declaram que o projeto não passa de um ato de revanchismo político.

Acho uma bobagem essa mania que brasileiro tem de dar nomes de pessoas a ruas, avenidas, bairros e até cidades. Normalmente, o homenageado foi apenas um grande cretino, um político obscuro, ou coisa pior, muito bem relacionado. Mas também acho uma besteira mudar o nome que já está consagrado. A Rua da Praia, por exemplo, só é Rua dos Andradas nas correspondências.

Mas, em sendo aprovada a proposta, vai ser muito interessante ouvir nos boletins de trânsito da manhã que "o acesso à capital é muito complicado para quem vem pela Legalidade."

quarta-feira, 9 de julho de 2014

COISAS DA MUILEAL

Na MuiLeal, o precursor do “festefú” (comida rápida), que eu me lembre, foi uma lanchonete chamada Rib’s, cuja marca existe ainda hoje em forma de mostarda.

Fiz uma rápida pesquisa no “gúgol” e encontrei pouca coisa sobre a dita, a não ser saudosos do restaurante. 

Por algum motivo todo mundo sente saudade da unidade que ficava na 24 de Outubro, em frente à praça Júlio de Castilhos. Ninguém se lembra da que existia na Assis Brasil, junto ao finado supermercado Econômico.

O Rib’s tinha algumas peculiaridades, entre elas um molho rosado servido sobre um pão torrado que acompanhava todas as refeições. Esse molho, como tudo na MuiLeal, não podia ser apenas um molho rosado. Claro que não era. Era feito, segundo a lenda criada na cidade, a partir de uma receita secretíssima, com ingredientes e quantidades desconhecidos.

E sempre que se fala com um muilealevalerosense sobre a lanchonete e seu molho, alguém diz que tem um amigo – misterioso como o molho rosado – que sabe a receita secreta e faz a iguaria para afortunados amigos em datas espaçadas.

terça-feira, 8 de julho de 2014

COISAS DA MUILEAL

Conversando com o Primo sobre as COISAS DA MUILEAL, ele lembrou de outro episódio da cidade em que todos estavam presentes: o Grenal do Século.

E como em todo jogo, nesse também ocorreu um fenômeno inerente à toda arquibancada do estádio: todos estavam na linha em que ocorreu algum impedimento no jogo.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

ELOGIOS

Parece mentira, mas “lá se come bem” é elogio para restaurante. Pelo menos na MuiLeal. “A cerveja é gelada”, também faz com que o lugar seja considerado uma grande coisa. Ora, o mínimo que eu espero de um lugar em que vou comer e beber é que a comida seja boa e a cerveja gelada. Que as cadeiras não desabem, é uma boa ideia também.

Se vier um terceiro elogio, quase ao acaso, como quem não dá muita importância a essas coisas, ou então com a chancela de conhecedor de todos os lugares da cidade, e que certamente não indicaria nada diferente: “E, olha, é barato, viu?”, aí então é incontinência urinária na certa.

Mas tem um elogio (de novo, não é elogio, é descrição, e das mais estranhas, mas na MuiLeal é elogio – vá entender) que faz com que grosas de gente espreitem e desejem o bar. Pra entrar como quem não quer nada e está apenas passando, claro. É quando a informação sobre o “lugarzinho” vem assim: “É frequentado por jornalistas”.

Todas as pessoas fazem alguma coisa da vida: pais de santos, paus-de-arara, passistas, flagelados, pingentes, balconistas, palhaços, marcianos... Mas por algum motivo, na MuiLeal, gosta-se muito de beber perto de jornalista. E para o taberneiro, ter um jornalista bebendo no seu estabelecimento é altamente recomendável. Nunca descobri o porquê disso.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

COISAS DA MUILEAL

A MuiLeal é uma terra estranha. Tem coisas que eu sei que você, muilealevalerosense, já fez. Porque todo muilealevalerosense fez. É um fenômeno.

Por exemplo: quem não estava presente na primeira apresentação do Tangos & Tragédias no Espaço IAB? Todo mundo ia muito no espaço IAB, mas nesse dia todos foram. Se perguntar onde era ou como estava a apresentação, a resposta claro, vai ser muito objetiva: “Nem lembro, era uma loucura!”.

Qual o muilealevalerosense não virou pra trás em um jogo de futebol, preferencialmente um grenal, e fez sinal pra torcida inteira levantar, sendo prontamente atendido e tendo a certeza que isso fez o time virar o jogo? Todos. E nesse jogo, todos estavam presentes. A Muileal sempre teve os dois estádios com maior capacidade de público do mundo.

A mesma coisa acontece nos shows. Pessoal em silêncio esperando o artista entrar. Já inicia aquele muxoxo de contrariedade. Quem foi que começou o coro que fez o Gigantinho cantar em uníssono fazendo o artista entrar sob ovação e fazer a apresentação mais memorável da cidade? Todo mundo.

A última sessão de cinema do Baltimore. Todo mundo estava lá, também. Mesmo quem veio morar na cidade – ou no mundo – depois do cinema fechar as portas. E o filme de encerramento varia muito.

Estranho. Muito estranho.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

COISAS DA MUILEAL

Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo pra ir com a família ao Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos. Mas notícia de ZH online me informa que no domingo (13/04/2014) MuiLeal receberá mais uma feira de comida de rua.

Por que será que eu não me espanto? Porque devo estar anestesiado. Sou um desalmado, um sujeito chato que não acha nada engraçado. Macaco praia, carro, jornal, tobogã, feira de comida de rua, eu acho tudo isso um saco.

Por mim, cada um come o que quiser e onde quiser. (Inclusive tem gente na rua que gostaria de comer qualquer tipo de comida – de rua, de casa, de onde for  e não tem condições). A atmosfera do evento é que me aborrece.

Por exemplo, a foto de Andréa Graiz, da Agência RBS, que ilustra a matéria, tem como legenda o seguinte: “Quarta edição do Comida de Rua levou para a Cidade Baixa pratos influenciados pela culinária criativa”. Culinária criativa. Culinária criativa é o camarada com poucos recursos ter que fazer comida diariamente pra uma família e não inventar ingrediente como esse da citada foto: “carinho”. Eu acho que a maioria das famílias trocaria esse especial e caloroso ingrediente por um bife bem passado.

No feliz evento, também teremos uma equipe ensinando as pessoas a confeccionar “seedbombs”. “Seedbombs”. A saber: “pequenas 'bombas' de sementes que podem ser plantadas em qualquer lugar”. Imagine chegar no serviço segunda-feira se exibindo que sabe fazer seedbombs. Imagine que beleza de fotos dá pra colocar no feicebuque, você e suas seedbombs.

E como se não bastasse a aprendizagem de seedbombs enquanto come coisas feitas com carinho, “a música ficará por conta do Dj Madruga, que promete trazer o melhor do groove para as ruas”. Só me espanta tudo isso não ser animado por um supimpa grupo de BlueGrass.

terça-feira, 25 de março de 2014

COISAS DA MUILEAL

Pouco lugares do mundo são tão acolhedores quanto a MuiLeal. Se o visitante for ilustre, claro. Semana passada foi o Salgado. Em seguida, veio a Lizzie Bravo.

Só falta você não saber quem é Lizzie Bravo. É a única brasileira que gravou com os Beatles. Ú-NI-CA. Gravou backing vocal em Across the Universe. (Conseguem imaginar o que seria dessa canção sem o backing de Lizzie Bravo?)

Ela esteve na MuiLeal e contou a aventura de ter ido a Londres com 15 anos pra acompanhar o cotidiano dos Beatles. E deixou todos encantadíssimos com suas histórias que reverberam pelas rádios e jornais da cidade.

Entre outras coisas, contou que tem fotos maravilhosas e vai lançar um livro ainda este ano. Obviamente promovendo uma vaquinha pra patrocinar a obra.

Essa atitude da MuiLeal é reverência ou deslumbramento? Eu fico com a segunda hipótese, pois se chegar alguém sem pedigree não vai conseguir ninguém pra dividir um bauru.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

COISAS DA MUILEAL II

MuiLeal vai realizar mais um tradicional Réveillon na prainha da Usina do Gasômetro. Festa popular. Mas deve ter uma área VIP, assim como no ano passado.

Quer dizer, todos iguais. Mas uns mais iguais que os outros. Assim como na canção de Humberto Gessinger.


COISAS DA MUILEAL

A MuiLeal, segundo os muilealevalerosenses, é a cidade mais politizada do mundo. Seus moradores têm educação máxima e leem três ou quatro livros por noite.

Tudo bem que tá calor e a cidade tá vazia (nem tanto quanto se diz e muito menos do que eu gostaria), mas podíamos honrar nossa educação.  No mínimo.