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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

MÚSICA NA SEXTA

Taiguara Chalar da Silva nasceu em Montevidéu, em 1945, por ocasião de uma temporada de espetáculos de seu pai, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva. Começou a cantar na noite aos 18 anos, quando foi contratado pela PolyGram, gravando seu primeiro LP dois anos depois.

Em 1964, teve a oportunidade de mostrar seu trabalho no Juão Sebastião Bar, (SP), onde toda quarta-feira a já veterana Claudette Soares abria espaço para músicos então iniciantes, como César Camargo Mariano, Toquinho e Chico Buarque.

O contato com Claudette transformou-se em amizade e, em 1967, os dois juntaram-se ao Jongo Trio e apresentaram o show "Primeiro tempo: 5 x 0", dirigido pela dupla Miéle e Bôscoli, no Rio. O espetáculo ficou em cartaz durante um ano, na Boate Rui Bar Bossa. Depois, o mesmo show foi adaptado para uma versão pocket para o Teatro Princesa Isabel, permanecendo durante dois anos em cartaz. Foi nesse espetáculo que compôs Hoje, um de seus maiores sucessos. O show foi gravado ao vivo pela Philips, em 1966, e transformou-se em peça rara de colecionador. Hoje está no disco homônimo de 1969.


Hoje
Taiguara

Hoje
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo...

Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos,

Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas...
Na solidão das noites frias por você.

Hoje
Homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte

Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte

Sorte
Eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei.

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