A máquina do papai batia tac-tac… O relógio acordou em tin-dlen sem poeira. O silêncio arrastou- se zzzzzz. O guarda-roupa dizia o quê? roupa-roupa- roupa. Não, não. Entre o relógio, a máquina e o silêncio havia uma orelha à escuta, grande, cor-de-rosa e morta. Os três sons estavam ligados pela luz do dia e pelo ranger das folhinhas da árvore que se esfregavam umas nas outras.
Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector - 1943
Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector - 1943
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