Sobre burocracia e afins
Ontem estava lendo uma entrevista do Luís Augusto Fischer para a Culturalíssima sobre sua vida em Paris com a família e uma coisa me chamou a atenção, a questão da burocracia. Disse o Fischer que por lá a burocracia é a favor do cidadão e que enquanto a parada não se resolve o funcionário público não sossega.
Imediatamente, lembrei da campanha do Sérgio Jockyman para a Prefeitura de Porto Alegre, acho que pela década de 80. Ele fez uma comparação com a Prefeitura de Paris e disse que a capital francesa, bem mais populosa que a capital gaúcha, tinha cerca de 20% do total de funcionários públicos em relação a Porto Alegre.
Criou-se no Brasil a cultura do burocrata de plantão, aquele funcionário público (?) que faz as coisas em ritmo lento, que se soma ao infindável número de carimbos necessários para que algo avance para aprovação e muita coisa acaba mofando nos escaninhos dos setores dos departamentos dos gabinetes das secretarias. Via de regra, mal pago.
Talvez por aí se entenda porque ele descarrega suas frustrações no público a quem deveria servir. Ao mesmo tempo, lembro de como funciona a política no Brasil e na necessidade de se ajeitar espaços para todos os aliados em nome de uma tal governabilidade, leia-se compra de votos, um câncer que se espalha por todos os governos. Que bom que se investigue. E aí surge o problema, quando funcionários públicos, quer sejam da Polícia Federal ou mesmo juízes, mostram suas cores partidárias e omitem, escondem, protelam ou mesmo esquecem processos que já foram carimbados por várias pessoas e que acabam se perdendo nos escaninhos dos setores dos departamentos dos gabinetes das secretarias. Ou mesmo nas gavetas deles mesmos, o que tem sido uma prática comum e mais atual dentro dos recônditos da nossa burocracia.
Tem o funcionário mal pago que faz as coisas como se fosse obrigação. Tem o funcionário muito bem pago que não faz a sua obrigação por motivos ideológicos. A Folha de São Paulo fez um editorial falando sobre como a justiça tarda e...falha, referindo-se aos processos "esquecidos" sobre casos de corrupção comprovada na atual oposição.
No dia em que todos forem realmente julgados por todos os mal-feitos e não só alguns, começarei, talvez, a dar créditos à justiça e à burocracia. Mas em um país em que se vende a cultura do levar vantagem em tudo, fica difícil imaginar um dia desses.
Ontem estava lendo uma entrevista do Luís Augusto Fischer para a Culturalíssima sobre sua vida em Paris com a família e uma coisa me chamou a atenção, a questão da burocracia. Disse o Fischer que por lá a burocracia é a favor do cidadão e que enquanto a parada não se resolve o funcionário público não sossega.
Imediatamente, lembrei da campanha do Sérgio Jockyman para a Prefeitura de Porto Alegre, acho que pela década de 80. Ele fez uma comparação com a Prefeitura de Paris e disse que a capital francesa, bem mais populosa que a capital gaúcha, tinha cerca de 20% do total de funcionários públicos em relação a Porto Alegre.
Criou-se no Brasil a cultura do burocrata de plantão, aquele funcionário público (?) que faz as coisas em ritmo lento, que se soma ao infindável número de carimbos necessários para que algo avance para aprovação e muita coisa acaba mofando nos escaninhos dos setores dos departamentos dos gabinetes das secretarias. Via de regra, mal pago.
Talvez por aí se entenda porque ele descarrega suas frustrações no público a quem deveria servir. Ao mesmo tempo, lembro de como funciona a política no Brasil e na necessidade de se ajeitar espaços para todos os aliados em nome de uma tal governabilidade, leia-se compra de votos, um câncer que se espalha por todos os governos. Que bom que se investigue. E aí surge o problema, quando funcionários públicos, quer sejam da Polícia Federal ou mesmo juízes, mostram suas cores partidárias e omitem, escondem, protelam ou mesmo esquecem processos que já foram carimbados por várias pessoas e que acabam se perdendo nos escaninhos dos setores dos departamentos dos gabinetes das secretarias. Ou mesmo nas gavetas deles mesmos, o que tem sido uma prática comum e mais atual dentro dos recônditos da nossa burocracia.
Tem o funcionário mal pago que faz as coisas como se fosse obrigação. Tem o funcionário muito bem pago que não faz a sua obrigação por motivos ideológicos. A Folha de São Paulo fez um editorial falando sobre como a justiça tarda e...falha, referindo-se aos processos "esquecidos" sobre casos de corrupção comprovada na atual oposição.
No dia em que todos forem realmente julgados por todos os mal-feitos e não só alguns, começarei, talvez, a dar créditos à justiça e à burocracia. Mas em um país em que se vende a cultura do levar vantagem em tudo, fica difícil imaginar um dia desses.
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