De Frente Pro Crime
(João Bosco e Aldir Blanc)
Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto uma foto
De um gol
Em vez de reza
Uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...
O bar mais perto
Depressa lotou
Malandro junto
Com trabalhador
Um homem subiu
Na mesa do bar
E fez discurso
Prá vereador...
Veio o camelô vender
Anel, cordão
Perfume barato
Baiana
Prá fazer pastel
E um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo
Na porta bandeira
E a moçada resolveu parar
E então...
Tá lá o corpo...
Sem pressa foi cada um
Pro seu lado
Pensando numa mulher
Ou no time
Olhei o corpo no chão
E fechei
Minha janela
De frente pro crime
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