Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em Exu/PE, em 1912. Antes de ser o rei do baião, conheceu Domingos Ambrósio,
também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A
partir daí começou a se interessar pela área musical.
Em 1939, deu baixa do exército na cidade do Rio de Janeiro. Estava decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por
tocar nas áreas de prostituição da cidade. No início da carreira, apenas solava
acordeão em choros, sambas, foxtrotes e outros gêneros da época. Seu repertório
era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso,
em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico
profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso,
foi aplaudido executando Vira e Mexe, com sabor regional, de sua autoria. O
sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais
de 50 músicas instrumentais. Vira e Mexe foi a primeira música que gravou em
disco.
Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional.
Lá conheceu o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da
sua região. Daí surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino
que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, gravou sua primeira música como
cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha, em parceria com
Saulo Augusto Silveira Oliveira.
Entre 1951 e 1952 o Colírio Moura Brasil celebrou um
contrato de puro teor promocional com o cantor, então o maior nome de cultura
de massa no Brasil, custando-lhe a excursão por todo o país, fato este
registrado por Gilberto Gil.
A música "Asa Branca", seu maior sucesso, é de 1947.
Asa Branca
Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga
Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Depois eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Depois eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Quando o verde dos teus óio
Se espaiar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
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