Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, Gonzaguinha, nasceu em 1945, no Rio de Janeiro.
Em uma madrugada, Agnaldo Timóteo contou para Gonzaguinha que estava vivendo um romance perturbado com Paulo Cesar Souza (para quem Timóteo compôs “A bolsa do posto 3”, sucesso na década de 70), cheio de desencontros e brigas. Gonzaguinha escreveu, então, pensando nessa história, "Grito de Alerta", canção de uma dolorida e conturbada história de amor buscando paz.
Não vê que então eu me rasgo
Em uma madrugada, Agnaldo Timóteo contou para Gonzaguinha que estava vivendo um romance perturbado com Paulo Cesar Souza (para quem Timóteo compôs “A bolsa do posto 3”, sucesso na década de 70), cheio de desencontros e brigas. Gonzaguinha escreveu, então, pensando nessa história, "Grito de Alerta", canção de uma dolorida e conturbada história de amor buscando paz.
Porém, antes de Agnaldo saber da existência da canção, Gonzaguinha a entregou para a cantora Maria Bethânia, que no ano anterior gravara com sucesso "Explode Coração", do compositor. Bethânia incluiu "Grito de Alerta" no álbum Mel, de 1979, abrindo o lado B do LP. A canção de tema homoafetivo ganhou interpretação intensa e dramática pela cantora, responsável por outras canções de personagens que se entregam intensamente ao amor, e tornou-se logo um grande sucesso dela e um dos maiores êxitos do bem sucedido álbum.
Quando Agnaldo Timóteo ficou sabendo da canção, Bethânia já tinha a gravado. Irritado por não ter sido o primeiro a gravar a canção cuja história era sobre ele, acabou sendo o segundo a gravar. Sua versão foi adicionada ao álbum Deixe-me Viver, mas não conseguiu destaque.
Sobre o episódio, Timóteo se pronunciou: “Eu fiquei pau da vida com o Gonzaguinha porque aquela história era minha, eu deveria ter sido até parceiro dele na música. Eu falei: Puta que pariu, Gonzaguinha, então eu te conto uma história de minha cama e você dá a música para a Bethânia gravar!?”
No ano seguinte foi Gonzaguinha quem a gravou no seu álbum 'De Volta ao Começo'.
Grito de Alerta
Gonzaguinha
Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
Me bota na boca
Um gosto amargo de fel...
Depois
Vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar
Um bocado de mel...
Engasgo, engulo
Reflito e estendo a mão
E assim nossa vida
É um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando:
Até quando?...
São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo
Arrasando aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa
Que faz tanto mal...
Não quero a razão
Pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais
Pra engolir...
Veja bem!
Nosso caso
É uma porta entreaberta
E eu busquei
A palavra mais certa
Vê se entende
O meu grito de alerta
Veja bem!
É o amor agitando o meu coração
Há um lado carente
Dizendo que sim
E essa vida dá gente
Gritando que não.
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