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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

DO CANCIONEIRO POLITICAMENTE INCORRETO

Olha o Padilha
(Moreira da Silva, Bruno Gomes e Ferreira Gomes)

Pra se topar uma encrenca basta andar distraído
que ela um dia aparece
Não adianta fazer prece
Eu vinha anteontem lá da gafieira
com a minha nega Cecília
quando gritaram: "Olha o Padilha!"

Antes que eu me desguiasse
um tira forte aborrecido me abotoou
e disse: "Tu és o Nonô, hein?".
"Mas eu me chamo Francisco,
Trabalho como mouro sou estivador.
Posso provar ao senhor"

Nisso um moço de óculos ray-ban
me deu um pescoção
Bati com a cara no chão
E foi dizendo "eu só queria saber quem disse que és trabalhador,
tu és salafra e achacador.
Essa macaca a teu lado é uma mina mais forte que o Banco do Brasil,
eu manjo ao longe esse tiziu."
E jogou uma melancia, pela minha calça adentro, que engasgou no funil"
Eu bambeei, ele sorriu

Apanhou uma tesoura e o resultado dessa operação é que a calça virou calção
Na chefatura um barbeiro sorridente estava a minha espera
ele ordenou: "Raspe o cabelo desta fera!"
Não está direito, seu Padilha
Me deixar com o coco raspado
Eu já apanhei um resfriado, isso não é brincadeira
Pois o meu apelido era Chico cabeleira
Não volto mais a gafieira ele quer ver minha caveira
Eu, hein? Se eu não me desguio a tempo ele me raspa até as axilas. O homi é de morte

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