Antônio Viana Gomes, o Tony Tornado, nasceu em 1930, em Mirante de Paranapanema, SP. Iniciou sua carreira artística no final dos anos 1950, cantando rock no programa “Hoje é dia de rock”, da Rádio Mayrink Veiga, com o nome artístico de Tony Checker.
Nos anos 60, foi morar em Nova York, onde atuava como traficante de drogas e proxeneta. Conheceu por lá, Tim Maia.
Em 1969, de volta ao Brasil, trabalhou no conjunto de Ed Lincoln e também cantava na noite com o pseudônimo de Johnny Bradfor, fingindo ser estrangeiro.
Após Tony ter vencido, em 1970 (na fase brasileira, na fase internacional ficou em terceiro lugar), o V Festival Internacional da Canção, acompanhado do Trio Ternura, com a música BR-3 (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar), que se tornaria sua música mais popular, lançou o álbum Toni Tornado. No disco, havia músicas de autoria de Roberto e Erasmo Carlos, Getúlio Cortes, Dom Salvador, Hyldon e do próprio Tony.
Ibrahim Sued, concorrente desclassificado, insinuava que BR-3 não era somente a sigla da rodovia Rio-Belo Horizonte, mas um código de viciados que designava uma veia no braço onde se injetava cocaína. A sugestão fazia parte de um lobby para um livro escrito por um general de nome Jaime Graça (amigo de Ibrahim), chamado “Tóxico”, em cuja capa vermelha o título lembrava uma carreira de cocaína e nas primeiras páginas sugeria que BR-3 era um hino toxicômano, substituindo os versos originais por: “Há uma seringa, que vem do céu cruzando o braço, e uma agulha feita em aço, pra esperar a outra vez”.
Para Flávio Cavalcanti era uma referência ao LSD. Para muita gente, uma apologia à maconha. Os autores de BR-3 responderam ao Serviço Nacional de Informações (cujo diretor, à época, era João Batista Figueiredo), devido à suspeita de que a letra teria conotações a drogas e também a grupos políticos como os Panteras Negras.
Para Flávio Cavalcanti era uma referência ao LSD. Para muita gente, uma apologia à maconha. Os autores de BR-3 responderam ao Serviço Nacional de Informações (cujo diretor, à época, era João Batista Figueiredo), devido à suspeita de que a letra teria conotações a drogas e também a grupos políticos como os Panteras Negras.
BR-3
Antônio Adolfo e Tibério Gaspar
A gente corre na BR-3
A gente morre na BR-3
A gente morre na BR-3
Há um foguete
Rasgando o céu, cruzando o espaço
E um Jesus Cristo feito em aço
Crucificado outra vez
E a gente corre na BR-3
E agente morre na BR-3
Há um sonho
Viagem multicolorida
Às vezes ponto de partida
E às vezes porto de um talvez
E a gente corre na BR-3
E a gente morre na BR-3
Há um crime
No longo asfalto dessa estrada
E uma notícia fabricada
Pro novo herói de cada mês
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