Em uma de suas propagandas institucionais no rádio, o
sindicato dos médicos enfatiza que muitos de seus afiliados estarão de plantão
na noite de Ano Novo, sem poder confraternizar com seus familiares, assim como aconteceu
na noite de Natal.
O reclame fala que isso faz parte da vida de um
profissional. Que bom essa ciência. Afinal de contas, nunca canso de dizer,
existem pessoas que escolhem seus destinos profissionais. E médicos, certamente, estão entre elas. Assim como jornalistas.
Uma noite dessas estava jantando quando lembrei que ainda não tinha assistindo ao novo jornal da Rede Globo, Hora Um. E sintonizei lá. (Sim, estava jantando no horário desse telejornal, cumprindo uma agenda que Kevin, maldosamente, chama de “horário da Transilvânia”.)
Uma noite dessas estava jantando quando lembrei que ainda não tinha assistindo ao novo jornal da Rede Globo, Hora Um. E sintonizei lá. (Sim, estava jantando no horário desse telejornal, cumprindo uma agenda que Kevin, maldosamente, chama de “horário da Transilvânia”.)
Nem vou entrar no mérito sobre a qualidade do jornal, mas do
diálogo da apresentadora da atração e da “moça do tempo”, que salientavam que
estavam acordadas há tempos pra estarem prontas pra atração, das dificuldades disso etc. Não sei se o
objetivo era me fazer ficar com dó. Provavelmente não. Espero que não.
Na hora, me dei conta de que se a gente está vendo elas ali,
radiantes e maquiadas, é porque tem mais gente envolvida: um operador de
câmera, alguém pra pentear e maquiar as queridas, alguém pra guardar a portaria da emissora,
alguém pra fazer café, enfim, todo aparato de gente necessária pra tocar pra
frente um programa de televisão. Da mesma forma nossos abnegados médicos.
Eu concordo com a resposta que Caetano Veloso dá a Noel Rosa em Dom de Iludir: "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"; mas sou obrigado a concordar com um comentário que ouvi dia
desses: “O problema do mundo é o ‘umbiguismo’ das pessoas”.
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