Segurança
A fala de Sartori, quando da posse do novo chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em março deste ano, já dava o tom do que pensava a turma dele, a mesma que usurpou o poder federal com a valiosa ajuda de outra turma que tem o mesmo pensamento.Na ocasião, em frente aos policiais, conseguiu dizer: “A segurança é tarefa do governo, mas também é tarefa da sociedade”. Ou seja, joga para a sociedade a responsabilidade por sua segurança. Empresas de segurança privada agradecem. Aos poucos vamos chegando a um novo "apartheid" que vai limitar os movimentos das pessoas e mesmo sua liberdade de ir e vir. Em nome da segurança, determinadas áreas de uma cidade, por exemplo, poderão restringir a circulação de “estranhos”. Não proibir, restringir. Muitos seguranças armados andando em uma quadra ou área e com poder de detenção inibiriam indesejáveis. Seria mais seguro, com certeza. E tentador (e eu aqui dando ideia...tsc, tsc, tsc...).
E na mesma área haveria pelo menos um policial militar e um guarda municipal, estes com poder de prisão. Mas nada é assim espontâneo, algo deve ser feito que viabilize isso. Bom, que tal por lei? Elejam-se para Câmara Municipal vereadores financiados por caixa 2 e que se comprometam a elaborar as leis convenientes aos que lá os colocaram na lide legislativa. Não duvidem que se criem novos condomínios fechados. Não esses planejados e cercados. Não, será uma cerca invisível em quadras no meio da cidade. Quem puder pagar por sua segurança não terá com que se preocupar. Quem tem dinheiro tem poder. Quem tem dinheiro pode comprar a informação e vender a mesma como quiser, desde que lhe beneficie. Quem tem poder, faz lei. Leis que garantam exclusividades. Quem não tem dinheiro, assiste da senzala.
A liberdade não é para todos. Os que tomaram o poder não querem isso, não podem querer, porque povo livre não os elege. E me pergunto que tipo de sociedade é esta que estamos parindo, uma sociedade em que ter é mais importante do que ser, e olha que isso não é de hoje, mas acho que as pessoas estão se dando mais conta de que esse consumismo é insano. É uma sociedade que quer exclusivismos e precisa da senzala para seus caprichos. E vai continuar produzindo criminalidade e cada vez mais vai querer se proteger de algo que ela mesma cria e alimenta. Um estribilho sem fim. Atrasaram o Brasil novamente.
Tem razão, Sartori, a responsabilidade pela segurança é da população. Então a população pode segurar o senhor, ir até a ponte do Guaíba e... raios!, que mania de dar ideia.
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