O Nascimento de Vênus é uma pintura de Sandro Botticelli, encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici para a Villa Medicea di Castello.
A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar, já mulher adulta, conforme descrito na mitologia romana.
É provável que a obra tenha sido feita em 1485, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco de Médici, que a teria pedido para enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello. Alguns estudiosos sugerem que a Vênus pintada para Pierfrancesco, e mencionada por Giorgio Vasari, teria sido outra que não a obra exposta em Florença e estaria perdida até o momento.
No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem por Zéfiro, o Vento Oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), uma manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual. Apresenta-se de forma similar a antigas estátuas de mármore (cujo candor teria inspirado o escultor do século XVIII Antonio Canova), esguia e com longos membros e traços harmoniosos.
O efeito causado pelo quadro, no entanto, foi um de paganismo, já que foi pintado em época em que a maioria da produção artística se atinha a temas católicos. Por isso, chega a ser surpreendente que o quadro tenha escapado das fogueiras de Savonarola, que consumiram outras tantas obras de Botticelli que teriam "influências pagãs".
A anatomia da Vênus, assim como vários outros detalhes menores, não revela o estrito realismo clássico de Leonardo da Vinci ou Rafael. O pescoço é irrealisticamente longo e o ombro esquerdo posiciona-se em ângulo anatomicamente improvável. Não se sabe se tais detalhes constituíram erros artísticos ou licença artística, mas não chegam a atrapalhar a beleza da obra, e alguns chegam a sugerir que seriam presságios do vindouro Maneirismo.
O quadro faz parte de série de obras produzidas por Botticelli sob inspiração de descrições atribuídas ao historiador Luciano, do século II, que davam conta de obras-primas da Grécia antiga e que estavam há muito tempo desaparecidas na época de Botticelli. Lá estava descrita a obra Anadyomene Venus, de Apelles ("Anadyome" significa "surgindo do mar"), cujo nome foi o originalmente dado a "O Nascimento de Vênus, que recebeu o atual nome apenas no século XIX.
O quadro reproduzido à direita, de Pompeia, provavelmente jamais foi visto por Botticelli, mas é possível que seja uma cópia de Roma Antiga do quadro de Apelles mencionado por Luciano.
Na antiguidade clássica, a concha do mar era metáfora para vagina.
A pose da Vênus de Botticelli remete à "Vênus de Medici", uma escultura de mármore da antiguidade clássica que integrava a coleção dos Médici e que Botticelli teve oportunidade de estudar para produzir sua obra de arte.
Autor: Sandro Botticelli
Data: 1483
Técnica: têmpera sobre tela
Dimensões: 172.5 × 278.5
Localização: Galleria degli Uffizi, Florença
Com Wikipédia
A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar, já mulher adulta, conforme descrito na mitologia romana.
É provável que a obra tenha sido feita em 1485, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco de Médici, que a teria pedido para enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello. Alguns estudiosos sugerem que a Vênus pintada para Pierfrancesco, e mencionada por Giorgio Vasari, teria sido outra que não a obra exposta em Florença e estaria perdida até o momento.
No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem por Zéfiro, o Vento Oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), uma manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual. Apresenta-se de forma similar a antigas estátuas de mármore (cujo candor teria inspirado o escultor do século XVIII Antonio Canova), esguia e com longos membros e traços harmoniosos.
O efeito causado pelo quadro, no entanto, foi um de paganismo, já que foi pintado em época em que a maioria da produção artística se atinha a temas católicos. Por isso, chega a ser surpreendente que o quadro tenha escapado das fogueiras de Savonarola, que consumiram outras tantas obras de Botticelli que teriam "influências pagãs".
A anatomia da Vênus, assim como vários outros detalhes menores, não revela o estrito realismo clássico de Leonardo da Vinci ou Rafael. O pescoço é irrealisticamente longo e o ombro esquerdo posiciona-se em ângulo anatomicamente improvável. Não se sabe se tais detalhes constituíram erros artísticos ou licença artística, mas não chegam a atrapalhar a beleza da obra, e alguns chegam a sugerir que seriam presságios do vindouro Maneirismo.
O quadro faz parte de série de obras produzidas por Botticelli sob inspiração de descrições atribuídas ao historiador Luciano, do século II, que davam conta de obras-primas da Grécia antiga e que estavam há muito tempo desaparecidas na época de Botticelli. Lá estava descrita a obra Anadyomene Venus, de Apelles ("Anadyome" significa "surgindo do mar"), cujo nome foi o originalmente dado a "O Nascimento de Vênus, que recebeu o atual nome apenas no século XIX.
O quadro reproduzido à direita, de Pompeia, provavelmente jamais foi visto por Botticelli, mas é possível que seja uma cópia de Roma Antiga do quadro de Apelles mencionado por Luciano.
Na antiguidade clássica, a concha do mar era metáfora para vagina.
A pose da Vênus de Botticelli remete à "Vênus de Medici", uma escultura de mármore da antiguidade clássica que integrava a coleção dos Médici e que Botticelli teve oportunidade de estudar para produzir sua obra de arte.
Autor: Sandro Botticelli
Data: 1483
Técnica: têmpera sobre tela
Dimensões: 172.5 × 278.5
Localização: Galleria degli Uffizi, Florença
Com Wikipédia
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