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terça-feira, 13 de outubro de 2015

O SAQUE

Faz muito tempo que perdi a fé na humanidade. Já li por aí, e espalho essa máxima: falhamos como sociedade. E se, por ventura, fraquejo e penso que existe possibilidade de recuperação, cada temporada de enchente (ou qualquer catástrofe natural) me devolve o prumo.

Junto com a “solidariedade” de muitas pessoas vem o saque às casas de quem teve que sair às pressas fugindo das intempéries. Roubo, assassinato, safadeza, toda sorte de torpezas do ser humano não me chocam mais (quase nunca). Mas o saque vai além do que considero humano. E choca.

Não me espanto quando ladrões atacam velhinhas, quando roubam igrejas, depredam escolas, destroem merendas de crianças ou idosos. São ladrões, bandidos, foras da lei. Mas o saque é feito pelo vizinho, pelo camarada que numa situação normal não roubaria. O oportunista. O rato.

E pensar que o ser humano age como um rato covarde é triste.

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