O BÊBADO E O EQUILIBRISTA* (1979) ELIS REGINA
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
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E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco louco
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil
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Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora a nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil
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Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança dança
Na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
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Azar
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar
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*Aldir Blanc & João Bosco
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