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segunda-feira, 30 de junho de 2014

DE COPA II


Do capitão da Seleção de 70, Carlos Alberto Torres, no SporTV: 

"Pressão é normal, mas eu nunca tinha visto isto: toca o hino, chora, leva falta, chora, toma gol, chora, ganha, chora..."

DE COPA

Se tem uma coisa que eu não aguento mais na Copa é ver o Neymar, o Júlio César e o Thiago Silva chorando. É muita emoção, amigo. E também um pouco de marketing, por que não? E vamos combinar, jogadores de algumas posições chave não podem ficar toda hora posando de manteiga derretida porque não pega bem. 

Nesse ponto eu concordo com o Xico Sá, que disse que o goleiro, os quatro da defesa e o volante não podem chorar. Dos meias pra frente, tudo bem. Mas os homens de defesa? Onde já se viu? Vocês lembram de ver o Brito chorando? O Carlos Alberto? O Dunga?

Não dá. Decididamente, não dá.

AUTÓGRAFOS

Creio que agora até a atualização do Código Brasileiro de Trânsito tenha sessão de autógrafos. Digo isso baseado nas últimas edições da Feira do Livro da MuiLeal, em que as sessões de autógrafos vicejam, e prevejo a hora em que todas as manhãs terá uma “solenidade informal” para o leitor sair com seu exemplar de ZH assinado pelo seu colunista favorito. E o autógrafo está restrito a esse tipo de evento.

Hoje em dia, com o advento dos telefones com câmeras fotográficas e seu poder de publicar as fotos imediatamente para o mundo, o autógrafo caiu em desuso. O que muitos artistas devem comemorar, visto que, para alguns, muitas vezes seria embaraçoso escrever um texto, por menor que ele seja. O Twitter e seus 140 caracteres por publicação está aí pra provar quanta patacoada e tropeço são possíveis nesse pequeno espaço.

E nessas horas sempre lembro que Mário Quintana contava que certa vez uma menina lhe pediu para “colocar uma dedicação no seu livro”. E ele escreveu “Para Helena Maria, com toda a minha dedicação”.

TORMENTO

Longe de mim achar que um artista tem que ser comprometido com alguma causa. Esse tipo de coisa é um ranço que temos da época da ditadura. Não era de bom tom escrever uma música ou um poema que não tivesse “mensagem”. Era preciso que isso contestasse alguma coisa. O governo, a família, a sociedade ou a padaria. Era preciso, era necessário, que o público visse ali uma metáfora.

Mas também não precisávamos criar uma geração de amebas sem opinião. Ou, pior, com uma opinião genérica sobre tudo. Em que tudo é bonito e tudo tem a nos ensinar. Não é nem em cima do muro, é um fenômeno que permite estar em todos os lados do muro ao mesmo tempo. Uso “todos” os lados do muro, pois não acredito que o mundo - ou o que seja - possa ser separado por um muro em duas partes. Acho que somos separados por muitos muros, em muitas partes.

É claro que ainda temos os engajados - as “putinhas aborteiras” e outras turmas mantêm a tradição. E a coisa é tão exagerada que chega a ser caricata. Mas deixar a barba por fazer, usar óculos de grossos aros e ter o cabelo como o de um cineasta atormentado e cantar amenidades juvenis depois dos 40 também é demais.

CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA

KILLING ME SOFTLY (1973) ROBERTA FLACK

Sérgio Luiz Gallina

Killing Me Softly with His Song é uma canção de 1971 composta por Charles Fox e Norman Gimbel, inspirada no poema Killing Me Softly with His Blues de Lory Lieberman.

A própria Lieberman foi a primeiro a gravar a canção, em 1971, mas foi a versão de Roberta Flack, de 1973, que tornou a canção um sucesso, alcançando o número um na Billboard Hot 100 e ganhando três prêmios Grammy, incluindo o de canção do ano.


Strumming my pain with his fingers
Singing my life with his words
Killing me softly with his song
Killing me softly with his song
Telling my whole life with his words
Killing me softly, with his song

I heard he sang a good song, I heard he had a style
And so I came to see him, and listen for a while
And there he was, this young boy, a stranger to my eyes

I felt all flushed with fever, embarrassed by the crowd
I felt he found my letters, and read each one out loud
I prayed that he would finish, but he just kept right on

He sang as if he knew me, and all my dark despair
He kept on looking right through me as if I wasn't there
And then he kept on singing, singing clear and strong

FRASE DO DIA

“O Pelé eu só tenho que enaltecer, mas o Édson é complicado.” 
Rivellino

GALERIA DE NOTÁVEIS - JAMES COBURN

DAS MADRUGADAS

DAS MADRUGADAS

domingo, 29 de junho de 2014

DO FUNDO DO BAÚ

Quick Draw McGraw - conhecido como Pepe Legal no Brasil - foi criado e produzido pela Hanna-Barbera, contando as aventuras de um cavalo antropomorfo (animal com características humanas), que era apresentado dentro de uma série animada que tinha seu próprio nome The Quick Draw McGraw Show (Pepe Legal Show). O programa era acompanhado de mais dois desenhos, Augie Doggie and Doggie Daddy (Bibo Pai e Bob Filho) e Snooper and Blabber (Olho-Vivo e Faro-Fino), cada episódio em torno de seis minutos.


Na abertura do desenho vem ele, Pepe Legal, em uma carroça puxada por outros cavalos, passando por desfiladeiros, pontes, riachos. As rodas se adaptam às curvas do caminho, aumentando e diminuindo a largura do eixo ou crescendo e diminuindo para se adaptar às depressões do terreno. Uma máquina fantástica. No final, ao puxar o freio, eis que o mesmo não funciona e nosso herói se vê afundando enquanto freia com o pé, até ficar completamente coberto pelo solo.

Pepe Legal era um cavalo oficial do Novo México que lembrava muito os velhos filmes de cowboys no Velho Oeste Americano. Ele não era lá muito inteligente e totalmente inapto para exercer o cargo de xerife. Quando conseguia sacar sua arma, geralmente acabava atirando nele mesmo. Sua sorte era ter ao seu lado como ajudante o burro chamado Babalu, que falava com um sotaque bem acentuado de mexicano que apesar de ser um burro, Babalu demonstrava ser muito inteligente. Uma de suas frases prediletas dizia "Pepe Legal es inteligente, o que lhe falta el pensamento...", justificando as confusões que Pepe Legal sempre se metia. Era ele que no final das contas acaba praticamente resolvendo todo o problema e acabava prendendo os bandidos, apesar de toda a gloria ir para Pepe Legal.

Em alguns episódios da série, Pepe Legal também assumia a identidade secreta do vigilante mascarado conhecido como "El Kabong", que era evidentemente uma paródia ao mascarado Zorro. Ele geralmente vinha voando numa espécie de "cipó ou corda", semelhante ao Tarzan, apesar de ninguém saber onde essa "corda" era amarrada. El Kabong atacava os seus inimigos, não com uma espada, mas sim com seu violão e dando o seu grito de guerra onomatopaico "KABOOOOOONG!" ou às vezes "OLAYYYEEEEEE!" e sempre lançando seu violão chamado de "Kabonger" sobre a cabeça de seus inimigos.

Depois que o programa The Quick Draw Show foi encerrado, Pepe Legal ainda continuou a aparecer em outras produções da Hanna-Barbera, como "A Turma do Zé Colméia", "Yo Yogi!", "Os Ho-ho-límpicos", "Casper's First Christmas" e também em "Samurai Jack" e em "A Corrida Espacial do Zé Colméia". Pepe Legal apareceu em "Harvey Birdman, Attornye at Law" onde ele ia preso por fazer sátiras políticas sobre armas norte-americanas com seu violão. Mais recentemente ele fez participação como convidado especial num dos episódios de "Johnny Bravo". Este espetáculo foi apresentado em todo o mundo e no Brasil passou a ser exibido e reprisado por diversas vezes, em diversas emissoras brasileiras, desde a década de 1960, alcançando um grande êxito.

wikipedia

LEITURA DE DOMINGO

Nunca deixe seu filho mais confuso que você

Lourenço Diaféria
De manhã, na copa. O pai mexe o café na xícara. O filho caçula vem da sala, dispara:

— Pai, o que é genitália? O homem volta-se:

— Ge... o quê?
— Genitália.

— Onde é que você tirou isso, da sua cabeça?

— Tá no jornal, pai.

— Genitália, no jornal? Bem, esse assunto não é comigo agora. Já estou atrasado pro trabalho. Cadê sua mãe? Rita! Ritinhaaaaa! Onde é que essa mulher se enfiou? Rita, venha ouvir aqui o que seu filho está aprontando.

 Dona Rita desce esbaforida:

— Algum problema, Gervásio?

— Problema nenhum. O garoto está apenas querendo saber o que é genitália. Explique pra ele. Estou de saída.

— Genitália? Eu? Isso é conversa de homem pra homem. Vai dizer que você não sabe?

— Saber eu sei, lógico. Mas há coisas que a gente sabe o que é na teoria, mas fica difícil de explicar na prática.

— Deixa de bobagem.

— Tá bom. Depois, se eu pegar trânsito, quero só ver.

— Pode deixar, pai. Não precisa ficar discutindo você e a mamãe por causa de uma palavra. Eu pergunto pra tia da escola.

— Tá louco? A tia pode pensar mal da gente. Deixa comigo. Presta atenção: genitália é o mesmo que partes pudendas. Genitália é uma coisa muito antiga. Já existia no tempo do seu bisavô. No século passado, quando seu bisavô estava vivo, as pessoas tinham pudor. Elas ocultavam do público certas partes do corpo. Chegavam até ao exagero. As partes que ficavam mais resguardadas formavam, exatamente, a genitália. A genitália eram as partes pudendas.

— O umbigo era genitália, pai?

— Não. Na verdade, não era. Vou tentar explicar melhor. As pessoas tinham vergonha de mostrar o corpo. E uma certa parte do corpo era reservada ao extremo. Não aparecia nem em filme francês. As pessoas chamavam esse território misterioso de vergonhas. Isso é que é a genitália moderna.

 — Bumbum é genitália, pai?

— Não. Acho que não estou sendo muito claro. Ritinha, você não quer dar uma mão?

— Não. Assuma.

— Bom, vou pras cabeças. Ahnnn. Hummmm. Abaixe as calças. Mais. Até os tornozelos. Isso. Pronto, tá aí a genitália.

— O umbigo?

— No térreo do umbigo. Que é que você vê embaixo do umbiguinho?

— Pô, pai. Vai dizer que o senhor não sabe o que é isso? É meu bingolim, pai.

— Ta aí. O bingolim é a genitália do homem.

— Puxa, o senhor podia ter falado antes.

— Na vida, às vezes é preciso usar eufemismos. Por exemplo, a genitália da mulher tem um nome delicado, leve, ágil. Sabe o que estou querendo dizer, não sabe? Começa com b.

— Barata da vizinha?

— Não, filho. Borboleta.

CURTA NO TOA - A BREVE ESTÓRIA DE CANDIDO SAMPAIO


A Breve Estória de Cândido Sampaio

Sinopse: Uma emergente decide fazer "algo pelo social" e usa uma Sem-Teto para conseguir uma projeção no circuito social. A Sem-teto se vê na dura situação de ceder um ente para coseguir um dinheiro. Uma comédia com final surpreendente.

Gênero: Ficção
Subgênero: Comédia, Drama
Diretor: Pedro Carvana
Elenco: Diogo Catarino da Silva, Hugo Carvana, Inez Viana, Isabel Themudo, Jean Paul, Joelson Calazans, Jorge Coutinho, Maria Clara Mattos, Maria Gladys, Mario Henrique Gonçalves dos Santos, Mary Sheila, Nilvan Santos, Ninon Magalhães, Paula Burlamaqui, Rubem de Bem
Duração: 16 min Ano: 2001 Formato: 35mm
País: Brasil Local de Produção: RJ
Cor: Colorido

FRASE DO DIA

"As finais não têm revanche. Já as perdemos, já as ganharam."
Marcelo Bielsa

DAS MADRUGADAS

DAS MADRUGADAS

sábado, 28 de junho de 2014

COVER DO SÁBADO

Bala com Bala é um samba composto por João Bosco e Aldir Blanc, gravado no álbum João Bosco, o primeiro do cantor e compositor mineiro.

Em 1972, Elis Regina gravou a música no disco Elis, o primeiro depois de sua separação de Ronaldo Bôscoli e o primeiro sob a batuta de César Camargo Mariano, que havia abandonado o grupo de Wilson Simonal e seria seu parceiro musical e marido até pouco antes de sua morte.

O samba é de difícil execução, marca constante na carreira de João Bosco, mas é maravilhosamente executado por Elis. Foi um dos primeiros sucessos da dupla na voz da maior cantora do Brasil.


Em 2010, Nasi, após a conturbada separação do Ira!, grava o disco Vivo na Cena, e uma das músicas escolhidas para integrar o repertório é justamente Bala com Bala, que recebe um arranjo puxado para o blues e o soul.

O disco foi gravado de maneira antiga, quando todos os músicos se reuniam em uma única sala para gravar as músicas, ou seja, "Ao Vivo" no estúdio. Neste projeto, Nasi regrava músicas que fizeram parte de sua carreira musical dentro do Ira!, dos Irmãos do Blues (projeto do cantor nos anos 90), e dos Voluntários da Pátria, banda pós-punk importantíssima na história do underground Brasileiro. Além de regravações de nomes importantes para o pós-punk brasileiro, como Picassos Falsos e Muzak, artistas da MPB e do Rock brasileiro como Raul Seixas,Cazuza, e João Bosco, novos nomes do rock, como Eddie e The River Raid, e músicas novas como Ogum e Aqui Não É O Meu Lugar.

O álbum foi indicado pelo Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock Brasileiro em 2010.

com wikipedia

O MILAGRE DE SÃO MARCOS

A obra, O Milagre de São Marcos, do pintor renascentista Tintoretto, feita para a Scuola Grande di San Marco, foi considerada o divisor de águas na carreira do pintor. Na época, a pintura causou alvoroço em Veneza devido à natureza inédita de duas imagens e inicialmente foi rejeitada e devolvida. A obra inaugura um estilo considerado mais dramático do Maneirismo.


A grande composição retrata a história do milagre de São Marcos ao libertar o escravo de um nobre da Provença que desobedecera seu senhor ao visitar o santuário de São Marcos, em Lyon. A punição decretada pelo nobre, que se encontra sentado no alto, à direita, foi a cegueira e a mutilação.

O corpo do escravo encontra-se estendido no chão, no centro da composição, cercado por observadores enquanto um homem se prepara para perfurar seu olho com uma estaca de madeira. Ao mesmo tempo, outro homem exibe os instrumentos de tortura.

Exatamente nesse momento surge São Marcos, vindo do alto para salvar o condenado. As figuras em primeiro plano contrastam com a serenidade da arquitetura clássica ao fundim que cerca um jardim - há ainda duas figuras no portão, totalmente alheias ao que se passa ali perto. Essas figuras aumentam a tentão e a dramaticidade dos eventos ocorrendo no primeiro plano.

3 detalhes de O Milagre de São Marcos se destacam:

1. Pigmentos caros:

Tintoretto adaptava o seu estilo ao tipo de pintura e cliente. Dessa maneira, pigmentos caros, como o azul-ultramar presente nessa obra, só eram usados amplamente em obras de clientes aristocráticos. Em geral, as cores mais frias eram substituídas por vermelhos e dourados.

2. Texturas:

O contraste de texturas utilizado pelo pintor fica visível no brilho do capacete, na solidez do martelo e nos estilhaços da estaca contra a carne branca e brilhosa do escravo deitado no chão.

3. Poses dinâmicas:

Poses dinâmicas, retorcidas e encurtadas, como a figura de vermelho com costas e braços musculosos, lembram a pintura maneirista. Entretanto, esse tipo de recurso não apresenta a mesma elegância.

Ficha Técnica - O Milagre de São Marcos:

Autor: Tintoretto
Onde ver: Scuola Grande di San Marco, Veneza, Itália
Ano: 1542 - 1548
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 415cm x 541cm
Movimento: Renascimento

Com Universia Brasil

Nota da Redação: O artista pode ter sido aprendiz de Ticiano e sofreu acusações a respeito de "truques sujos" para arrecadar encomendas.

FRASE DO DIA

“O time deles é bom, mas os holandeses não têm tradição em Copas e isso pesa. A Holanda não me preocupa. Estou pensando na final com a Alemanha.”
Zagallo (antes da partida contra a Holanda na Copa de 1974)

DAS MADRUGADAS

DAS MADRUGADAS

sexta-feira, 27 de junho de 2014

DE COPA

Acho comovente a revolta de boa parte dos muilealevalerosenses que conheço com a punição que a FIFA aplicou ao atacante Suárez por conta da mordida que ele deu num zagueiro italiano.

Tem muita gente aqui que diz que torce pra celeste, que o Forlán (assim como o Rio de Janeiro do Gil) continua lindo, que Montevidéu é a capital do mundo, que o doce leite deles é imbatível, o vinho é um néctar... e por aí vai. E ainda por cima falam espanhol.

Sobe a trilha do Jorge Drexler, por favor.

MÚSICA NA SEXTA

Arthur Côrtes Verocai nasceu no Rio de Janeiro, em 1945. 

Em 1966, teve gravada pela primeira vez uma música de sua autoria, "Olhando o mar" (com Ronaldo Cysne), por Leny Andrade. Participou do LP que registrou o evento Musicanossa, com suas canções "Madrugada" e "Novo amanhã", ambas compostas em parceria com Paulinho Tapajós. Ainda em 1968, formou-se em Engenharia Civil pela PUC-Rio.

Iniciou sua carreira profissional de músico e arranjador em 1969. Assinou a direção musical do show "É a maior", com Marlene, atuando também como guitarrista. Atuou como arranjador em discos e apresentações em televisão de Ivan Lins, O Terço, Jorge Ben (hoje Jorge Benjor), Elizeth Cardoso, Gal Costa, Erasmo Carlos, Quarteto em Cy, MPB-4, Célia, Guilherme Lamounier, Nélson Gonçalves e Marcos Valle, entre outros. Participou do show "A vida de Braguinha", ao lado de Elizeth Cardoso, Quarteto em Cy, MPB-4 e Sidney Magal, atuando como diretor musical, maestro e condutor da orquestra.

Na década de 1970, foi contratado pela TV Globo, atuando como diretor musical e arranjador nos programas "Som Livre Exportação", "Chico City" e "A grande família" e em trilhas incidentais e temas de abertura de novelas.

Em 1972, ingressou na música publicitária, criando e produzindo fonogramas para clientes como Brahma, Fanta, Petrobras, Sul América, Souza Cruz e Shell, entre outros. Nesse mesmo ano gravou seu primeiro disco solo, "Arthur Verocai", cuja primeira música é Caboclo, que foi usada recentemente como sample por rappers americanos, assim como outras de suas músicas.

Caboclo
Arthur Verocai

Caboclo quando sai
Acorda o sol pela manhã
Planta algodão
Planta nuvens pelo chão

À noite, quando volta,
Traz estrelas num bornal
Cofres do sertão
Que semeiam no quintal

Descendo do horizonte
Ele tira seu chapéu
Olhando um olho d'água
Que cuspia para o céu

Deitado na paisagem
Na folhagem enrolou
Pés de uma manhã
Passeando pela luz

O vento no seu rosto
Sopra leve, tira o sol
Como tira o pó
De um velho paletó

E pondo os pés na lama
Seu sapato feito só
De barro pra ser gasto
Quando então pisar na grama

Nota da Redação: Assinou os arranjos dos CDs “Nove”, de Ana Carolina, e “Feito pra acabar”, de Marcelo Jeneci. Pois é.

Com Wikipédia.

FRASE DO DIA

"Se gramado sintético fosse bom, a vaca comeria."
Dunga

quinta-feira, 26 de junho de 2014

ÁLBUM DA QUINTA

OCTOPUS - 1972 - GENTLE GIANT

O Gentle Giant foi uma das grandes bandas de rock progressivo da década de 1970. Apesar de não conseguir o mesmo reconhecimento de bandas contemporâneas, alcançou certo prestígio de crítica e de público, angariando legiões de fãs pelo mundo. A banda foi formada pelos três irmãos Shulman (Phil, Derek e Ray), todos ex-integrantes da banda britânica pop/soul/psicodélica Simon Dupree and the Big Sound, formada em 1966.


O Gentle Giant criou um estilo único que explorava todas as possibilidades e texturas sonoras, com influências de jazz, rock, música erudita, barroca, sinfônica e folk. Octopus é o quarto álbum, lançado em 1972, e considerado seu melhor trabalho de estúdio. O nome foi uma idéia da esposa de Phil Shulman, inspirado nas oito musicas da obra: “Octo-Opus”.

Neste disco, o som  calculado, experimental e a fusão de estilos atingem seu ápice na discografia da banda. Um exemplo do experimentalismo está em “Raconteur Troubador”, na qual a intenção musical e lírica foi recriar uma música que remonta aos tempos dos trovadores medievais na Inglaterra, tudo com o brilho dos arranjos do Giant.


A faixa “Knots” foi inspirada no existencialismo do psiquiatra escocês Ronald David Laing e conta com um dos mais elaborados trabalhos vocais e instrumentais que já foram feitos no rock progressivo. Em “Dog´s Life” a banda faz uma homenagem aos seus roadies. Na melhor ironia inglesa, a paródia é feita numa comparação entre a vida de um cachorro e a vida dos roadies.

Em “The boys in the band”, a música da moeda, como ficou conhecida entre os fãs brasileiros, as mudanças de andamento e a sobreposição de instrumentos são milimetricamente calculados.


"Não se atenha ao instrumento da melodia principal. O Gentle Giant foi uma das bandas que mais soube explorar o que a música pode oferecer, sem barreiras, o que traz uma riqueza de detalhes muito grande à sua obra. Basta lembrar que todos os músicos tocavam mais de um instrumento, o que é um recurso muito útil a uma banda que pode-se dizer que fazia da música um estudo." (Wiplash)

Nas apresentações ao vivo, a banda reproduzia tudo o que era feito em estúdio, com os músicos trocando de instrumentos a todo momento e executando os complicados arranjos vocais.


Gary Green - guitarras, percussão
Kerry Minnear - teclados, vibrafone, percussão, cello, Moog, vocais
Derek Shulman - vocais, alto sax
Philip Shulman - sax, trompete, mellofone, vocais
Raymond Shulman - baixo, violino, guitarrra, percussão, vocais
John Weathers - bateria, percussão, chilofone


Lado 1
1. The Advent Of Panurge (4:45)
2. Raconteur Troubadour (4:03)
3. A Cry For Everyone (4:06)
4. Knots (4:11)

Lado 2
5. The Boys In The Band (4:34)
6. Dog's Life (3:13)
7. Think Of Me With Kindness (3:31)
8. River (5:52)


Com wikipedia e whiplash

FRASE DO DIA

"O futebol não é um esporte perfeito. Não entendo porque querem que o juiz o seja."
Pierluiggi Collina

quarta-feira, 25 de junho de 2014

CORREIO DO CORVO

Eli Wallach
(07/12/1915 - 25/06/2014)

FRASE DO DIA

"Eu fazia um lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão."
Didi

CRIATURAS QUE O MUNDO ESQUECEU

Sílvio Rodrigues Silva, o Sílvio César, nasceu em 1939 em Minas Gerais. Iniciou sua carreira artística na década de 60 como crooner da orquestra de Waldemar Spilman e do conjunto de Ed Lincoln, quando inicia uma trajetória como compositor. É autor de vários sucessos gravados por outros intérpretes, como "Nunca Mais" e "Olhou pra Mim".

Ed Lincoln produziu o primeiro disco de Sílvio, "Amor Demais", na Musidisc, que emplacou sucessos como "O que eu gosto de você", "Conselho a quem quiser voltar", "Preciso dar um jeito" e "Eu te agradeço". 

Participou, em 1965, do filme Na Onda do Iê-iê-iê, no papel de César Silva, contracenando com Renato Aragão e Dedé Santana. Foi apresentador de programas de TV, nos quais aparecia cantando e dançando em shows inspirados nos musicais de Hollywood e fez parte do programa Quartel do Barulho, com Renato Aragão e Dedé Santana, que seria o embrião de Os Trapalhões. Também compôs trilhas sonoras para vários filmes e participou de festivais internacionais.


Depois de dois LPs na Musidisc, vai para a Odeon, onde fica por 12 anos, lançando, entre muitas, a canção "Pra você", de sua autoria, gravada em 1965 e que permanece até hoje como um hino ao amor.

GRANDES FRASES DE GRANDES FILMES

Star Wars - 1977

DAS MADRUGADAS

DAS MADRUGADAS

terça-feira, 24 de junho de 2014

OS ESTRANGEIROS

Tenho minhas broncas com a MuiLeal, mas, sabem como é, quem fala mal dela, quem bagunça nela somos nós aqui.

A Muileal já está cheia de argentinos. E muitos deles não sabem se comportar.

Não quero - longe de mim - instigar a violência. Inclusive, gostaria que os muilealevalerosenses, se necessário, lembrem-se da música cantada pelo pacífico e simpático Caetano Veloso: “Sopapo, na cara do fraco, estrangeiro gozador...”

VINHOZINHO

Com esse “friozinho”, o muilealevalerosense adora tomar um “vinhozinho”. De preferência numa "jantinha".

E toda vez que vou ao mercado, vejo a mesma cena. Casal, ou felizes amigos, fazem charme na frente dos vinhos da França ou de Portugal. Vão caminhando – sempre com muitas conversas paralelas, segurando uma garrafa de vinho pega aleatoriamente na prateleira para depois largar no lugar errado, como se o tempo e o local onde estão em nada importasse – para a direita (ou esquerda, depende do supermercado que você frequenta) na direção dos vinhos argentinos, uruguaios, chilenos (leia-se, em direção aos vinhos mais baratos) e até nacionais.

É claro que é ali que se demoram, contando cada noitada que tiveram – com uma pessoa que você TEM que conhecer! – com cada um dos vinhos da estante. É claro que a decisão vem sempre assim: “Vamos levar esse aqui, eu já tomei – com Fulano, interessantíssimo, você TEM que conhecer! -, é "baratinho", mas melhor que muito vinho caro”.

Então, tá. Mas, cá pra nós, qual o problema de dizer: “Vamos levar esse aqui que cabe no orçamento”?

BREGA CHIQUE

Egresso do rock (começou cantando com Raul Seixas, Serguei e outros), Balthazar entrou no mercado fonográfico encaixando-se na vaga que Evaldo Braga deixara na gravadora Phonogram com sua morte, em 31 de janeiro de 1973. 

O convite para Balthazar preencher a lacuna deixada pelo ídolo negro veio do então diretor de produção da gravadora, Jairo Pires. Balthazar era amigo de Evaldo Braga e, apesar de ainda não ter gravado discos, sua voz era bastante elogiada pelos profissionais da área. 

Foi por meio do primeiro compacto, gravado em 1973, que Balthazar despontou para o sucesso comercial. A boa aceitação do público diante da música “Carta de Amor” (Balthazar) serviu de respaldo para que a gravadora avançasse para o passo seguinte: gravar imediatamente, o primeiro LP. 

É de 1976 o sucesso Se eu parar de cantar.


Você, pode me pedir
Só não pode exigir
Que eu largue a viola
E pare de cantar

Se eu parar de cantar
Eu vou morrer, eu vou morrer
Pois cantando eu digo
O quanto eu amo você

Eu posso parar por uns tempos
Se você quiser
Só não posso deixar de vez de cantar
O dia só me traz tristeza
E problemas pra resolver
A noite me traz alegria e prazer

De conversar com meus amigos
De tocar violão e cantar
Uma canção de amor pra você

Se eu parar de cantar
Eu vou morrer, eu vou morrer
Pois cantando eu digo
O quanto eu amo você


http://musicapopulardobrasil.blogspot.com.br

FRASE DO DIA

"Tem muita gente que nem sabe o que é uma bola e não pára de reclamar."
Luiz Felipe Scolari

DAS MADRUGADAS

DAS MADRUGADAS

segunda-feira, 23 de junho de 2014

DE RÁDIO II


Em uma resenha das primeiras rodadas da Copa, o repórter informa que um dos bandeirinhas do jogo entre México e Camarões foi suspenso por ter cometido dois erros que resultaram na anulação de dois gols legítimos dos sul-americanos.

KEVIN PERGUNTA


Será que argelinos e sul-coreanos fizeram tanto sucesso entre as libélulas esvoaçantes da Cidade Baixa quanto holandeses e australianos?

DE RÁDIO

Ao final do jogo entre Argélia e Coreia do Sul, no Beira Rio, repórter relata uma forte discussão em árabe entre um jogador argelino e jornalistas de seu país na zona mista. Depois de esclarecer que há uma rixa entre a seleção e a imprensa, que questiona a qualidade do trabalho do time, o cara encerra dizendo: "E aconteceu aqui em Porto Alegre!"

Será mais uma marca desta Copa do Mundo, como a utilização de tecnologia para a elucidação de alguns lances, a falha no sistema de som na hora dos hinos ou o 15º gol do Klose?

Curioso...

CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA

NEVER LET GO (1977) CAMEL

Sérgio Luiz Gallina

PhD em rock progressivo dos anos 70, a banda britânica Camel é de tirar o fôlego. Edição de vídeo com áudio do disco, "Never let go" parece ter sido tocada com partituras. A guitarra na saideira é de  constar entre os solos antológicos da história do rock.


Crazy preachers of our doom
Telling us there is no room.
Not enough for all mankind
And the seas of time are running dry.
Don't they know it's a lie...

Man is born with the will to survive,
He'll not take no for an answer.
He will get by, somehow he'll try,
He won't take no, never let go, no...

I hear them talk about Kingdom Come,
I hear them discuss Armageddon...
They say the hour is getting late,
But I can still hear someone say,
That is not the way...

FRASE DO DIA

“A Inglaterra nos venceu em 1966 porque Bobby Charlton era só um pouquinho melhor que eu.”
Franz Beckenbauer

domingo, 22 de junho de 2014

LEITURA DE DOMINGO

A resposta

                      Lêdo Ivo
Seu nome era Serafim Costa. Mas nome de quem, ou de quê? Na cidade pequena, decerto a sua figura deveria ter se cruzado, muitas vezes, com a do menino fardado, de camisa branca e curtas calças azuis extraídas das velhas casimiras paternas. Ele, o comerciante abastado, talvez comendador, não conhecia o garoto. E este jamais poderia ligar o nome à pessoa. Assim, Serafim Costa era apenas um nome — a belíssima sonoridade de um estilhaço de mitologia, uma flor aérea que, em vez de pétalas, possuía sílabas.

Ele morava no Farol, exatamente onde o bonde fazia a última curva. Os muros brancos, que cercavam o quarteirão, semi-escondiam a casa, também branca, além do jardim que aparecia entre as grades, e em cujos canteiros florejavam espessuras e certas musguentas flores amarelas, e um imenso besouro zoava. A casa era um palacete de dois andares, crivado de sacadas e cegas janelas, e que parecia desabitada. Possivelmente essa incorrigível falsária, a Memória, a pintou, sem tir-te nem guar-te, com a sua branca tinta adúltera, substituindo a verdade nativa, feita de alvorentes azulejos pintalgados de azul, por alguma caprichosa arquitetura rococó. De qualquer modo, de outro lado do muro reto, sem dúvida encimado por afiados cacos de garrafas para impedir o salto dos ladrões, a gente via as copas das mangueiras, cajueiros, palmeiras e outras árvores sob as quais alguns cães esperavam, impacientes, que a rotina bocejante do dia se esfarelasse para que eles pudessem latir, na noite raiada de estrelas, como que lembrando a Serafim Costa — que interromperia por meio minuto o seu sono tranqüilo e patriarcal — as suas presenças vigilantes.

— Aqui mora Serafim Costa devia ter-me dito meu pai, num daqueles crepúsculos em que, de bonde, voltávamos para casa; ele com a sua velha pasta que inexplicavelmente não o acompanhou ao túmulo (o que talvez não o fizesse ser de pronto reconhecido no Paraíso), e nós ainda guardando nos ouvidos o bulício vesperal do instante em que, aberta a porta do grupo escolar, as crianças escoavam para a praça e se perdiam nas escurentas ruas tortuosas.

O palacete branco vulgava riqueza, luxo, secreto esplendor. Além das portas fechadas, das presumíveis estatuetas de mármore, do aroma das dálias, do fino palor dos azulejos, das mudas venezianas, havia decerto um universo de opulência, que a nossa fantasia de meninos pobres mal podia imaginar. A tarde transcurecia; o portão fechado validava-se como o brasão de uma existência que, terminados os diálogos inevitáveis de seu ofício de grande comerciante sempre atarefado e vigilante, suspendia qualquer tráfico com as mesquinharias diurnas, igual a um navio que, após todo o baixo ritual da estiva, readquire a sua dignidade perdida sulcando o mar sem amarras.

Era o palácio de Serafim Costa. E o nome, a magia desse nome que ocupou toda a minha infância, e era o preâmbulo mágico das encantações, demorava-se em mim, .solfejando-se no ar eternamente perfumado pelo Oceano. Meu pai, então guarda-livros de um armazém de tecidos, conhecia Serafim Costa, e nos mostrava a sua residência. "Aqui mora Serafim Costa." Não nos nomeava uma forma definida de casa (sobrado, bangalô, palacete); e certo aquela moradia, uma das mais luxuosas da pequena cidade, refugia às denominações irreversíveis. Ignoro se Serafim Costa era alagoano ou um dos muitos imigrantes portugueses que, estabelecidos em Maceió, enriqueceram em tecidos ou em secos e molhados e terminaram comendadores — mas em seu palacete, na exuberância do jardim equatorial, no chão assombrado de árvores enlanguescidas pelo mormaço, havia algo que era a fusão improfundável dos mais faustosos elementos nativos com uma substância remota e avoengueira, como que a reprodução de antiga planta deixada do outro lado do mar e tacitamente reconstruída pela poupança e ambição do imigrante afortunado. Por isso, meu pai dizia aqui, querendo assim significar tudo o que era o império de Serafim Costa: as grades do jardim, os sinuosos canteiros colmeados de folhas e flores, os calangros e insetos, a água espatifada de uma fonte, os familiares que não apareciam às janelas, talvez para não confundir a visão de todos os que, como eu, o imaginavam reinando solitário em sua mansão, sem quinhoar ostensivamente com ninguém o resultado, de sua vida vitoriosa, feita de zelo e siso.

Embora eu não tivesse conhecido Serafim Costa, tornou-se-me familiar aos olhos um dos empregados de seu armazém. Era um velho corcunda, de fiapos brancos na cabeça calva, e devoto. Alguns anos depois, quando já tínhamos deixado de morar no sítio e passáramos a habitar numa rua do centro da cidade, estávamos todos, no sótão, assistindo à passagem de uma procissão que enchia a monotonia da tarde de domingo. Súbito, identifiquei na multidão o corcunda velho e devoto, e exclamei:

— Olhe o Serafim Costa!

A exclamação fez espécie a meu pai, que se virou para mim, surpreendido com a notícia. Seu ar era mais do que de dúvida — decerto eu dissera uma heresia, que reclamava pronta corrigenda ou a aura de uma prova irretocável. Com o dedo, apontei o velho corcunda que, de casimira preta na tarde de sol fugidiço, vencia, na aglomeração, os. paralelepípedos da rua. Meu pai reconheceu o empregado de Serafim Costa e exclamou, de bom rosto:

— Não é o Serafim Costa — e achou engraçado que eu confundisse o empregado humilde e devoto com o poderoso e mitológico patrão.

E assim ele ficou sendo, para mim, sempre e eternamente, um nome, inatingível figura do ar. Muitas vezes, passeando sozinho pelo sítio ou junto ao mar lampejante, eu repetia esse nome, despetalava-o na brisa como se ele fosse um malmequer, juntava de novo as pétalas das sílabas que cantavam mesmo momentaneamente esquartejadas. Serafim Costa! dizia eu bem alto para que os costados dos navios pudessem devolver-me, em forma de eco, essa primeira lição de poesia, essa infindável soletração do absoluto.

Muitos anos depois, desintegrada a infância, e já envolto numa névoa de estrangeiro, voltei à curva do bonde. Era ali que morava Serafim Costa — o portão fechado era sinal de que ele estava lá dentro, movendo-se possivelmente entre frutas maduras, gatos sonolentos e bojudas porcelanas azuis. Trinta anos se tinham passado desde os dias em que o bonde, na volta da escola, nos fazia ver a misteriosa morada, o universo branco e verde estriado de agudas grades negras e manchas róseas. O invisível Serafim Costa já deveria estar morando, e de há muito, em outra alvacenta morada... Mas parei diante do portão cerrado, espiei o jardim silencioso, os vasos de azulejos, as escadarias de mármore, as altas janelas que pareciam sotéias. E chamei: Serafim Costa!

Chamei a quem, a quê? E ocorreu o milagre. O nome ficou suspenso no jardim onde se ocultava uma cobra papa-ovo, depois voou pelos ares, como um pássaro; chocou-se contra os costados dos cargueiros que, no destempo hirto, desembarcavam em Maceió os caixotes das mercadorias encomendadas, do outro lado do Oceano, pelo valimento comercial de Serafim Costa; e, metamorfoseado em eco, voltou de novo aos meus ouvidos, já agora na soberba hierarquia de um nome que não precisa mais de figura ou de anedota; e se tornou para sempre algo sonoro e puro, deslumbrante e enxuto.

E, assim, obtive a resposta.