“Ela estava completamente nua, deitada de bruços na areia do deserto, com as pernas abertas, os longos cabelos esvoaçando ao vento, a cabeça inclinada para trás, com os olhos fechados. Parecia perdida em seus pensamentos, longe do mundo, reclinada naquela duna varrida pelo vento da Califórnia, perto da fronteira mexicana, adornada com nada mais que sua beleza natural. Não usava jóias nem flores no cabelo; não havia pegadas na areia, nada indicava a data ou perturbava a perfeição daquela fotografia, exceto os dedos úmidos do garoto de dezessete anos que a segurava e a olhava com desejo e luxúria adolescente.”
A mulher do próximo - Gay Talese - 1980
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