Recebi uma notícia e lembrei dos sambas de breque
que Miguel Gustavo fez para Moreira da Silva. Em um deles, às voltas com os
Intocáveis e Eliot Ness, Kid Morengueira perde a paciência e proclama: “Ó, Al
Capone, isso assim já é demais!”. Explico.
Nos últimos meses recebi notícias de gente fazendo pintura
corporal com sangue menstrual (“seiva humana, néctar feminino”, diz o pintado),
panquecas e waffles com o mesmo néctar
(esses provavelmente fakes, mas não
duvido que alguém tenha se animado a experimentar a receita), exposição de arte,
confecção de tambores, anéis, sempre tendo como matéria prima o mesmo sangue. Tem uma mulher que guarda seu sangue menstrual em um pote e agora vive atormentada com o que
fazer com aquilo e apavorada pelo temor de que o vidro se quebre.
Eu já vi muita coisa por aí, mas nunca vi alguém ser “contra”
a menstruação. Seria mais ou menos como ser contra a calvície. É da vida, não há motivo para vergonha ou orgulho. Mas, eu também
envelheço.
Lembrei de Kid Morengueira e agora de Gilberto Gil também: “Desnecessário...”
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