A pedido: futebol e fanatismo
O futebol vem se transformando no terreno mais fértil para o fanatismo. Mais, em alguns lugares, do que religião e ideologia. Parece que se converteu em causa existencial para quem tem a vida vazia. Enquanto algum torcedor disser que o seu time do coração é o que mais importa na sua vida, como se ouve a cada dia, acima de família e amigos, algo estará errado. A morte do menino boliviano é um sinal. Medidas vigorosas precisam ser tomadas. O que se tem visto no entanto? Muita gente preocupada com os prejuízos financeiros e esportivos do Corinthians se tiver, de fato, de jogar sem torcida nos seus próximos compromissos na Libertadores da América.
A punição foi branda. Somente a exclusão do clube da competição permitiria realmente compreender a gravidade do fato e preparar o futuro. Futebol é um divertimento. Serve para brincar. Não é sério como sentido da vida, salvo, evidentemente, para profissionais. Os clubes ainda não entenderam que precisam banir as torcidas organizadas, que funcionam, em geral, como centros de formação de fanáticos. Não se pode admitir que um bando de doidos entre num estádio carregando artefatos mortais. Os dirigentes ajudam essas máfias que funcionam como claques e como cabos eleitorais. Eles são corresponsáveis pelos estragos que esse pessoal faz. Devem ser julgados e punidos junto com eles. A direção do Corinthians é cúmplice no assassinato involuntário do jovem boliviano.
O guri de 17 anos que, já no Brasil, resolveu se apresentar como responsável pelo disparo, talvez, por ser menor, para livrar a cara dos amigos, soltou uma frase inquietante: “Eu amo o Corinthians”. Aí é que mora o perigo. Gostar de um clube de futebol é saudável. Amar um time passa dos limites. Gente saudável ama pai, mãe, irmãos, amigos, mulheres, homens, mas não um clube de futebol. Por que essa tendência a amar fanaticamente clubes de futebol? Talvez porque isso permite a canalização de energias agressivas na medida em que há disputa, competição, tudo transformado pela mídia em batalhas, guerras, confrontos, com uma retórica bélica sem disfarces, pulando do simbólico para o literal a todo momento. Futebol é irrelevante para quem não é profissional. Salvo como entretenimento e brincadeira.
Acontece que um mundo incapaz de oferecer perspectivas mais interessantes de vida aos jovens, soltos na selva das grandes cidades, usa o futebol como válvula de escape. É uma maneira de manter a massa ocupada, mobilizada, acreditando em algo. É por isso que os governos dão dinheiro público para a construção de estádios. Essa é a explicação para o investimento no estádio do próprio Corinthians. Como nos tempos romanos, a massa precisa de pão e circo para não surtar. Os governos tratam de fornecer. É por isso também que os clubes podem não saldar suas dívidas com o Estado. Eles prestam um serviço público: manter a turba ocupada.
Enquanto, por exemplo, num Gre-Nal não se puder ter o estádio dividido meio a meio entre gremistas e colorados, teremos o sintoma de uma anomalia. Torcer por um clube é uma coisa. Amar um clube é algo inquietante.
A punição foi branda. Somente a exclusão do clube da competição permitiria realmente compreender a gravidade do fato e preparar o futuro. Futebol é um divertimento. Serve para brincar. Não é sério como sentido da vida, salvo, evidentemente, para profissionais. Os clubes ainda não entenderam que precisam banir as torcidas organizadas, que funcionam, em geral, como centros de formação de fanáticos. Não se pode admitir que um bando de doidos entre num estádio carregando artefatos mortais. Os dirigentes ajudam essas máfias que funcionam como claques e como cabos eleitorais. Eles são corresponsáveis pelos estragos que esse pessoal faz. Devem ser julgados e punidos junto com eles. A direção do Corinthians é cúmplice no assassinato involuntário do jovem boliviano.
O guri de 17 anos que, já no Brasil, resolveu se apresentar como responsável pelo disparo, talvez, por ser menor, para livrar a cara dos amigos, soltou uma frase inquietante: “Eu amo o Corinthians”. Aí é que mora o perigo. Gostar de um clube de futebol é saudável. Amar um time passa dos limites. Gente saudável ama pai, mãe, irmãos, amigos, mulheres, homens, mas não um clube de futebol. Por que essa tendência a amar fanaticamente clubes de futebol? Talvez porque isso permite a canalização de energias agressivas na medida em que há disputa, competição, tudo transformado pela mídia em batalhas, guerras, confrontos, com uma retórica bélica sem disfarces, pulando do simbólico para o literal a todo momento. Futebol é irrelevante para quem não é profissional. Salvo como entretenimento e brincadeira.
Acontece que um mundo incapaz de oferecer perspectivas mais interessantes de vida aos jovens, soltos na selva das grandes cidades, usa o futebol como válvula de escape. É uma maneira de manter a massa ocupada, mobilizada, acreditando em algo. É por isso que os governos dão dinheiro público para a construção de estádios. Essa é a explicação para o investimento no estádio do próprio Corinthians. Como nos tempos romanos, a massa precisa de pão e circo para não surtar. Os governos tratam de fornecer. É por isso também que os clubes podem não saldar suas dívidas com o Estado. Eles prestam um serviço público: manter a turba ocupada.
Enquanto, por exemplo, num Gre-Nal não se puder ter o estádio dividido meio a meio entre gremistas e colorados, teremos o sintoma de uma anomalia. Torcer por um clube é uma coisa. Amar um clube é algo inquietante.
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