A escritora Clara Averbuck desabafou em seu tuiter: “é, migos, o autor fica com 10%, a editora
fica com 40% e a livraria, única que lucra de verdade, com 50%. fácil é que não
é.”
Num dia desses de calorão eu passei por uma turma que estava trabalhando na estrada, remendando com asfalto trechos estragados da
rodovia. Eu, que não sou religioso, agradeci por estar de carona em
um carro com ar refrigerado, indo almoçar em um restaurante com ar refrigerado
pra depois voltar pro trabalho com ar refrigerado.
Eu duvido muito que algum daqueles desafortunados
trabalhadores tenha escolhido aquela profissão, que estivesse ali por gosto. Diferentemente
de um escritor. Este, provavelmente, tem a profissão que escolheu.
Eu sei que dois erros não fazem um acerto. Se um sujeito
trabalha em situações desagradáveis (nesse caso até insalubre), provavelmente
ganhando muito pouco, não justifica que outro que trabalha confortavelmente deva ser mal remunerado.
Não conheço as relações comerciais da literatura, o preço do
papel, quem ganha mais, quem ganha menos e como o ganho do autor poderia ser justo. Tendo a
concordar com a simpática escritora.
Mas uma olhadinha pro lado antes de reclamar do que é e não
é fácil seria uma boa.
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