Pauta Extra 30. Gravado em 30/08/2013.
sábado, 31 de agosto de 2013
ATANOR
A pintura "Atanor", do pintor e escultor alemão Anselm Kiefer levanta questões fundamentais sobre o lugar do homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória
A imagem apresenta um homem deitado de costas no chão, mas
não fica claro se ele está sonhando ou se está morto.
Acima do homem, ocupando quase todo o espaço da pintura,
aparece um cosmos redemoinhante e cheio de estrelas, ao qual seu corpo se liga
por um fio de luz prateada. A paleta usada por Kiefer é bastante restrita e a
obra, com exceção dos minúsculos vislumbres de azul e marrom-avermelhado que
empastam o primeiro plano, é essencialmente monocromática. Linhas horizontais
douradas e prateadas cortam a composição e a superfície é polvilhada com prata
e ouro em pó.
A pintura levanta questões fundamentais sobre o lugar do
homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória, bem
como o poder transcendente da arte. O título remete ao forno usado por
alquimistas medievais para transformar metais comuns em ouro.
3 detalhes de Atanor se destacam:
1. Autorretrato:
A cabeça do homem no retrato lembra a do pintor. De fato,
durante uma entrevista, Kiefer descreveu-a como um autorretrato, além de uma
imagem da humanidade.
2. Filete de luz:
Um filete de luz conecta o homem ao céu e também parece
descer pelo corpo dele para o centro da terra. A luz entra pelo plexo solar,
onde o prana - força vital - é armazenado. É esse raio que cria o movimento
ascendente da pintura, ligando o homem ao universo.
3. Prata e ouro:
Diversas camadas espessas de tinta preta evocam as
profundezas do cosmos. As estrelas parecem furos de alfinete de luz recuando
para o infinito. A leveza dos pontos, feita com pó de ouro e prata, equilibra a
pintura.PARA OS INCAUTOS
Oboe D'amore Concerto In A Major, de Johann Sebastian Bach.
NR.: Johann, seu safado...
NR.: Johann, seu safado...
CULINÁRIA
O brasileiro Alex Atala, proprietário do restaurante DOM, considerado o sexto melhor do mundo, causou polêmica no início desta semana durante sua participação no MAD, um simpósio realizado em Copenhague que reúne chefes e cozinheiros para discutir o panorama da gastronomia atual. (Será que a Nigella Lawson estava lá?)
O gajo matou uma galinha em público no encerramento de sua palestra, intitulada Death Happens (a morte acontece).
"Durante a apresentação, Atala cozinhou a galinha como uma maneira de lembrar que a morte é inevitável e faz parte do universo da gastronomia. As imagens circularam pela Internet e causaram grande polêmica entre os usuários de redes sociais, que colocaram o assunto entre os trending topics e dividiram-se entre classificar a atitude de Atala como 'cruel e desnecessária' e 'genial'."
Particularmente, acho o ato extremamente cruel e desnecessário. Onde já se viu? Já convoquei Luiggi para discutirmos essa barbaridade em um jantar numa galeteria tri boa que eu descobri.
http://zip.net/bvkMPm
O gajo matou uma galinha em público no encerramento de sua palestra, intitulada Death Happens (a morte acontece).
"Durante a apresentação, Atala cozinhou a galinha como uma maneira de lembrar que a morte é inevitável e faz parte do universo da gastronomia. As imagens circularam pela Internet e causaram grande polêmica entre os usuários de redes sociais, que colocaram o assunto entre os trending topics e dividiram-se entre classificar a atitude de Atala como 'cruel e desnecessária' e 'genial'."
Particularmente, acho o ato extremamente cruel e desnecessário. Onde já se viu? Já convoquei Luiggi para discutirmos essa barbaridade em um jantar numa galeteria tri boa que eu descobri.
http://zip.net/bvkMPm
COVER DO SÁBADO
With a Little Help from My Friends foi composta por Lennon & McCartney para o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, de 1967, dos Beatles. Ringo Starr foi o responsável pelo vocal. A canção é a número 311 na lista das 500 melhores músicas de todos os tempos da Rolling Stone.
Em 1968, o britânico Joe Cocker gravou With a Little Help from My Friends no disco homônimo. Da gravação, participaram Jimmy Page e BJ Wilson (baterista do Procul Harum). A apresentação de Cocker em Woodstock, no ano seguinte, serviria para catapultar a música ao topo das paradas de sucesso.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
OLHADORES
Se tem uma coisa que os vendedores de uma loja devem detestar
é ouvir a frase “Só estou dando uma olhadinha”. Eu entendo que detestem, mas eles precisam entender que nem
sempre a gente está determinado a comprar alguma coisa, estamos somente
pesquisando, avaliando, especulando preços etc.
Mas se na sua “olhadinha” você encontrar o que procura, do
jeito e com o preço que quer, é melhor voltar outro dia e torcer para ser
esquecido. Depois de ser carimbado pelos vendedores como “olhador”, nenhum
lhe atenderá.
Cada loja tem um sistema de vendas e comissões para seus funcionários, o que muitas vezes gera desconforto para o cliente (ou olhador) que entra. Mas, nesse ponto, eles são unidos: “Olhador é olhador”. E se está me chamando é pra saber se aquela TV LED 42 polegadas é colorida ou preto e branco.
Não descarto a existência de um sistema de comunicação 'interlojas' de detecção de “olhadores”.
Cada loja tem um sistema de vendas e comissões para seus funcionários, o que muitas vezes gera desconforto para o cliente (ou olhador) que entra. Mas, nesse ponto, eles são unidos: “Olhador é olhador”. E se está me chamando é pra saber se aquela TV LED 42 polegadas é colorida ou preto e branco.
Não descarto a existência de um sistema de comunicação 'interlojas' de detecção de “olhadores”.
MAIS MÉDICOS II
Há algumas semanas, em um programa de rádio, ouvi uma entrevista com dois dirigentes de centros acadêmicos de faculdades de medicina (uma privada e outra pública) sobre a proposta do governo de estender por mais dois anos, que serviriam como residência médica, o curso de medicina. Os dois estudantes expuseram o seu descontentamento com a proposição.
O que mais me chamou a atenção, na ocasião, foi a saia justa em que o apresentador, habilmente, colocou os dois estudantes ao perguntar a eles o que os atrairia a trabalhar no interior ou em uma comunidade carente. Os dois recorreram a chavões, reforçaram o óbvio e não disseram coisa nenhuma. O que os ouvintes mais atilados puderam depreender é que nenhum deles se mostrou disposto a encarar essa tarefa.
É muito bom e cômodo ser médico, jornalista, músico, professor, advogado ou qualquer outra coisa em uma capital. Encarar o desafio de se enfiar numa biboca é muito complicado. E eu entendo. Sério. Conheci, ao longo da vida, pouquíssimas pessoas interessadas em embarcar na ideia de partir para o interior do país para trabalhar. Em qualquer atividade.
Algumas profissões são muito glamorosas. A medicina é uma delas. E acho justo que alguém sue e se esforce tanto para entrar numa faculdade de medicina com o objetivo de ir atrás de seu sonho. O que não acho justo é que esses mesmos sonhadores se revoltem contra pessoas que se dispõem a sair de seu país, enfrentar outra cultura e modificar seus hábitos em busca de seu objetivo, que é diferente, porque eles pertencem a outro universo cultural e social.
Por força da minha atividade profissional, acabei tendo contato com a literatura voltada à medicina da família e comunidade. Costuma-se dizer que uma educação de qualidade começa no ensino fundamental. Da mesma maneira, a saúde da população começa com as coisas básicas. O estudante de medicina tem todo o direito de não querer ir para o interior atender às populações carentes, mas não tem o direito de se insurgir contra quem se dispõe a fazer isso. A manifestação de alguns estudantes de medicina em Fortaleza contra os médicos estrangeiros que faziam curso de capacitação na capital cearense foi uma coisa vergonhosa.
Quem é contra a contratação de médicos estrangeiros que se candidate ao trabalho que eles vieram fazer. Mas chamá-los de escravos é, no mínimo, uma profunda demonstração de ignorância, preconceito e falta de educação
O que mais me chamou a atenção, na ocasião, foi a saia justa em que o apresentador, habilmente, colocou os dois estudantes ao perguntar a eles o que os atrairia a trabalhar no interior ou em uma comunidade carente. Os dois recorreram a chavões, reforçaram o óbvio e não disseram coisa nenhuma. O que os ouvintes mais atilados puderam depreender é que nenhum deles se mostrou disposto a encarar essa tarefa.
É muito bom e cômodo ser médico, jornalista, músico, professor, advogado ou qualquer outra coisa em uma capital. Encarar o desafio de se enfiar numa biboca é muito complicado. E eu entendo. Sério. Conheci, ao longo da vida, pouquíssimas pessoas interessadas em embarcar na ideia de partir para o interior do país para trabalhar. Em qualquer atividade.
Algumas profissões são muito glamorosas. A medicina é uma delas. E acho justo que alguém sue e se esforce tanto para entrar numa faculdade de medicina com o objetivo de ir atrás de seu sonho. O que não acho justo é que esses mesmos sonhadores se revoltem contra pessoas que se dispõem a sair de seu país, enfrentar outra cultura e modificar seus hábitos em busca de seu objetivo, que é diferente, porque eles pertencem a outro universo cultural e social.
Por força da minha atividade profissional, acabei tendo contato com a literatura voltada à medicina da família e comunidade. Costuma-se dizer que uma educação de qualidade começa no ensino fundamental. Da mesma maneira, a saúde da população começa com as coisas básicas. O estudante de medicina tem todo o direito de não querer ir para o interior atender às populações carentes, mas não tem o direito de se insurgir contra quem se dispõe a fazer isso. A manifestação de alguns estudantes de medicina em Fortaleza contra os médicos estrangeiros que faziam curso de capacitação na capital cearense foi uma coisa vergonhosa.
Quem é contra a contratação de médicos estrangeiros que se candidate ao trabalho que eles vieram fazer. Mas chamá-los de escravos é, no mínimo, uma profunda demonstração de ignorância, preconceito e falta de educação
DE JORNAL
Matéria da ZH de ontem fala sobre as desculpas esfarrapadas dadas pelos deputados gaúchos que não compareceram (mandaram o Lima, pra quem entende) à sessão que decidiu se o deputado presidiário seria ou não cassado.
Dos 14 deputados procurados pela reportagem do jornal, dois não foram encontrados. Sobre um deles, lascaram esta pérola: Na manhã desta quinta-feira, o deputado viajou para o Rio Grande do Sul e não foi localizado pelo telefone desligado.
Dos 14 deputados procurados pela reportagem do jornal, dois não foram encontrados. Sobre um deles, lascaram esta pérola: Na manhã desta quinta-feira, o deputado viajou para o Rio Grande do Sul e não foi localizado pelo telefone desligado.
MÚSICA NA SEXTA
Vinícius de Moraes, que disse que São Paulo era o túmulo do
samba, tem uma parceria com um dos maiores – senão o maior – sambistas de São Paulo, o
paulistano Adoniran Barbosa, conhecido, principalmente, por sucessos como Trem
das Onze e Saudosa Maloca. Os dois dividiram a autoria da música Bom dia,
Tristeza, gravada pela primeira vez em 1957, pela cantora Aracy de Almeida.
A parceria aconteceu sem que os dois sequer se conhecessem.
Adoniram conta essa história para Elis Regina, no programa No Fino da Bossa, em
1965.
Elis: Como é que você se tornou parceiro de Vinicius de
Moraes sem sequer conhecê-lo?
Adoniran: Fácil, é fácil, fácil. A Aracy de Almeida, que é
muito amiga dele (ele estava em Paris nessa ocasião, na UNESCO) recebeu uma
carta dele e dentro da carta veio assim essa letra, dois versinhos, e dizia
embaixo “Aracy, faça o que você quiser com esses versos”.
Elis: Então a Aracy pegou e deu pra você.
Adoniran: Então eu tava pertinho dela, não é? E ela era
ligação minha, não é? Ela disse “Ô, Adoniran, bota a música aí”.
Elis: Quer dizer que a letra é de Vinicius de Moraes e a
melodia é que é sua.
Adoniran: A letra é de Vinicius e a musiquinha é minha.
Os dois só se encontraram uma vez, em 1979,
após um show do Poetinha com Toquinho, no auditório da PUC, em São Paulo. Para
Sérgio Rubinato, sobrinho de Adoniran, que testemunhou o encontro, eles mal trocaram uma
palavra. “Foi comunicação via olhos...”.
Segundo o livro “Adoniran: Dá licença de Contar”, de Ayrton
Mugnaini Jr, Aracy de Almeida e Vinícius estavam no bar do Hotel Comodoro, em
São Paulo, quando ela pediu ao poeta que escrevesse um poema especialmente para
ela. Vinicius escreveu Bom dia, Tristeza em minutos e deu o papel com o poema
a Aracy, dizendo “Faça o que bem entender”. Alguns dias depois, na Rádio
Record, onde Adoniran trabalhava, Aracy o desafiou a musicar o poema. Diz a esposa de Adoniran, Mathilde, que alguns dias depois, seu
marido começou a assobiar e a melodia veio de repente.
Uma outra versão, mais polêmica, credita a autoria da
melodia ao cantor e compositor Noite Ilustrada, que teria entregue a música
pronta a Adoniran, gravada numa fita.
Vinícius nunca se pronunciou a respeito da discussão. Coloco aqui a versão que considero mais bonita, com participação de Roberto Ribeiro.
Bom dia, Tristeza
(Vinícius de Moraes & Adoniran Barbosa)
Bom dia, tristeza
Que tarde, tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De estar tanto tempo
Longe de você
Se chegue, tristeza
Se sente comigo
Aqui, nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
DE JORNAL
Nota no Informe Especial da ZH de hoje (29/08/2013) diz que uma das homenageadas do Troféu Guri, na Expointer, recusou as iguarias
servidas aos convidados e pediu um prato do carreteiro que era servido ao pessoal
do apoio.
Podia ficar só nessa futilidade, mas isso não foi suficiente. O prato tinha “sabor de infância”. Por favor, por favor....
Podia ficar só nessa futilidade, mas isso não foi suficiente. O prato tinha “sabor de infância”. Por favor, por favor....
BICICLETA
Qual é o problema de chamar bicicleta de bicicleta? “Bici” é
da nossa mania de encurtar qualquer palavra. (Pois é, aqui no sul, nós, os
maiores trabalhadores do mundo, temos preguiça de falar palavras compridas). “Bike”
é o tradicional estrangeirismo. “Camelo”, misericordiosamente, não se usa muito
por aqui. Mas “magrela” é dose.
ÁLBUM DA QUINTA
TONINHO HORTA - 1980
Segundo disco individual de Antônio Maurício Horta de Melo, Toninho Horta foi lançado em 1980 pela EMI Odeon. Anteriormente, ele havia lançado um disco coletivo em 1973, com Danilo Caymmi, Beto Guedes e Novelli, e Terra dos Pássaros, trabalho independente desenvolvido ao longo de mais de cinco anos, com a colaboração de vários amigos, e que foi encampado pela Odeon. Toninho Horta, nessa época, já era um dos compositores e músicos de estúdio dos mais respeitados no cenário da MPB.
Toninho Horta é um disco de compositor, diferentemente de vários de seus discos posteriores, principalmente os gravados no exterior, que exploram muito mais o seu lado instrumentista.
Destaque para Aqui, oh, com participação do grande Roberto Ribeiro, Caso Antigo, Prato Feito, belíssimo tema instrumental, com a guitarra de Pat Metheny, e a fantástica Bons Amigos. Grande disco!
Lado 1
01 - Aqui, oh! (Toninho Horta - Fernando Brant)
02- Saguin (Toninho Horta)
03 - Vôo dos urubus (Toninho Horta)
04 - Caso antigo (Toninho Horta - Ronaldo Bastos - Fernando Brant)
05 - Prato feito (Toninho Horta - Ronaldo Bastos)
Lado 2
01 - Era só começo nosso fim (Iuri Popoff - Murilo Antunes)
02 - Minha casa (Toninho Horta)
03 - Bons amigos (Toninho Horta - Ronaldo Bastos)
04 - Vento (Toninho Horta)
05 - Manuel, o audaz (Toninho Horta - Fernando Brant)
Arranjos e regência – Toninho Horta
Toninho Horta – violão, guitarra, piano, pandeiro, voz
Wagner Tiso – arp omni, piano
Pat Metheny – guitarra
Lô Borges – voz
Robertinho Silva – percussão, bateria
Nivaldo Ornellas – sax tenor, sax soprano
Jamil Joanes – baixo
Paulo Braga – bateria, percussão
Lena Horta – flauta
Raul de Souza – trombone
Luis Alves – baixo acústico
André Dequech - piano
Aleuda – percussão
José Roberto Bertrami – oberheim
Rubinho – tumbadora
Luiz Avellar – piano
Paulo Guimarães Lima – flauta
Gordinho – percussão
Eliseu – percussão
Neném da Cuíca – percussão
Gilson Barbosa – oboé d'amore
Luna – percussão
ATRAÇÃO FATAL
Você e eu não, caro leitor. Você e eu não. Nós somos
civilizados e passamos por cima de situações banais e comezinhas. Temos
questões maiores. Mas o resto do mundo tem o olhar atraído mortalmente por duas
coisas: tela de computador e carteira aberta. Alguma coisa faz com que os olhos
do mundo se voltem automaticamente pra essas duas coisas. Cartas para a redação.
TOCHA
Nunca fui um desastrado total. Também nunca tive a
habilidade de um MacGyver. Aí cresci e descobri que a vida não é fotonovela.
Mas até hoje fico chateado quando vejo em qualquer filme de fim do mundo, armagedon, ou coisa que o valha, uma tocha perfeita. Rudimentar, às vezes, mas perfeita. Desacredita o filme. E fico humilhado de qualquer maneira.
Mas até hoje fico chateado quando vejo em qualquer filme de fim do mundo, armagedon, ou coisa que o valha, uma tocha perfeita. Rudimentar, às vezes, mas perfeita. Desacredita o filme. E fico humilhado de qualquer maneira.
MAIS MÉDICOS
Carlos Augusto Bissón, no feicebúqui.
SE OS MÉDICOS CUBANOS SÃO “ESCRAVOS”, TODO FUNCIONÁRIO PÚBLICO BRASILEIRO TAMBÉM É...
O mais curioso da atitude dos médicos brasileiros que xingaram seus colegas cubanos em Fortaleza nesta semana é a visão que esses xenófobos e racistas têm do serviço público. Sim, senhores, porque é preciso deixar bem claro: os médicos cubanos são FUNCIONÀRIOS PÚBLICOS. E toda a discussão promovida pela mídia e pelos brucutus de sempre em torno dos supostos “direitos trabalhistas” desses profissionais vindos de Cuba se dá em trono da premissa equivocada de que eles são...médicos particulares, contratados pelo Governo Dilma sem direito às garantias da CLT... REPITO: eles são servidores públicos, CEDIDOS ao programa Mais Médicos. Em qualquer cedência de órgão público no Brasil, ou pelo menos, no RS, há ressarcimento à ORIGEM, a qual, muitas vezes, é responsável pelo pagamento do funcionário. É sob este prisma, portanto, que o “problema” salarial cubano deve ser visto. O Governo dos Castro tem o direito de dispor profissionalmente dos servidores, cujo estudo custeou e que emprega nos postos de saúde de lá, da maneira que for mais conveniente aos interesses do Estado.
Mas, fiquem tranquilos. Eu não estou comparando os nossos médicos a porteiros e domésticas, ainda que a vinculação dos primeiros com a indústria farmacêutica possa ser bem mais custosa aos nossos bolsos (vou postar nos comentários o artigo de Luís Nassif sobre o tema). O que me interessa é, como escreveu o Bob Fernandes, que há 11 milhões de brasileiros vivendo em 700 municípios nos quais não há um ÙNICO médico. Eu não estou exigindo que os nossos profissionais de Saúde se metam em grotas. Isso até os políticos da oposição sabem que NÂO acontece e não vai acontecer, já que os médicos ganham bem mais do que 10 mil ou 20 mil reais oferecidos pelas Prefeituras (já repararam que não apareceu nenhum parlamentar para defender esse, com o perdão da palavra, “povo” doutor ?). O que me choca – em termos, já que estamos no Brasil - é que haja médicos nativos que lutam para que nenhum de seus colegas estrangeiros se disponha a ir até essas bibocas. Aí, é uma questão de falta da humanidade – humanidade que, se supõe, deveria estar minimamente presente nesta profissão (com compensação financeira, é claro,porque não exijo que médicos sejam santos).
P.S. A foto que ilustra a postagem é aquela que já se sabe aqui no Facebook. VEJA elogiava (1999) a vinda de cubanos para o Brasil no tempo de FHC e Serra (Ministro da Saúde) e relincha furiosamente quando isto acontece no Governo Dilma. Ou seja, o de sempre...
P.S. A foto que ilustra a postagem é aquela que já se sabe aqui no Facebook. VEJA elogiava (1999) a vinda de cubanos para o Brasil no tempo de FHC e Serra (Ministro da Saúde) e relincha furiosamente quando isto acontece no Governo Dilma. Ou seja, o de sempre...
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
CRIATURAS QUE O MUNDO ESQUECEU
Formado em 1970 por quatro americanos expatriados em Paris, o King Harvest foi uma banda que ficou conhecida por um único hit, a canção Dancing in the Moonlight , lançada em 1972.
Embora tivesse a adesão de vários músicos itinerantes durante a sua curta carreira, o grupo sempre teve o seu núcleo formado pelos quatro fundadores: Dave "Doc" Robinson (vocais, baixo e teclados), Ron Altbach (teclados), Ed Tuleja (guitarra) e Rod Novak (saxofone). O King Harvest chegou a contar com três tecladistas em sua formação. A eles é creditada a introdução do piano Wurlitzer no mundo pop.
Dancing in the Moonlight alcançou a décima terceira posição na Bilboard naquele ano. A banda lançou outros singles, mas nenhum conseguiu atingir tamanho sucesso.
Embora tivesse a adesão de vários músicos itinerantes durante a sua curta carreira, o grupo sempre teve o seu núcleo formado pelos quatro fundadores: Dave "Doc" Robinson (vocais, baixo e teclados), Ron Altbach (teclados), Ed Tuleja (guitarra) e Rod Novak (saxofone). O King Harvest chegou a contar com três tecladistas em sua formação. A eles é creditada a introdução do piano Wurlitzer no mundo pop.
Dancing in the Moonlight alcançou a décima terceira posição na Bilboard naquele ano. A banda lançou outros singles, mas nenhum conseguiu atingir tamanho sucesso.
We get it almost every night
When that ol' moon gets-a big and bright
It's a supernatural delight
Everybody's dancin' in the moonlight
Everybody here is out of sight
They don't bark, and they don't bite
They keep things loose, they keep things light
Everybody was dancin' in the moonlight
Everybody's dancin' in the moonlight
Everybody's feelin' warm and right
It's such a fine and natural sight
Everybody's dancin' in the moonlight
We like our fun and we never fight
You can't dance and stay uptight
It's a supernatural delight
Everybody was dancin' in the moonlight
terça-feira, 27 de agosto de 2013
DE RÁDIO
Outra de Rádio. Ouvi hoje de manhã que o vocalista da banda
Nenhum de Nós foi assaltado no bairro Rio Branco. Para a notícia ser completa
poderia ser assim: “Vocalista da banda Nenhum de Nós foi assaltado no bairro
Rio Branco, caixa do Banco do Brasil foi assaltado no Menino Deus, aposentado
do DAER foi assaltado no Centro, motorista da Carris foi assaltado no Jardim do
Salso...”
DE PASSO FUNDO
Conheço gente formada em letras – que leu muito, portanto –
que é tão idiota quanto um, bem, alguém que não leu nada.
Hoje ouvi no rádio uma entrevista da Eva Sopher do livro no
RS falando sobre a sua Jornada de Literatura de Passo Fundo, defendendo a bandeira
de que devemos ler loucamente, desde o berço, se possível. Achei que ia sugerir
que se substituísse o seio materno por uma brochura qualquer para os recém-nascidos.
Temo que – com os índices de leitura como estão – o mundo acabe e voltemos a andar de
quatro sobre ruínas de prédios. Alguns outros, bafejados pela fortuna, viverão
em savanas e de tanga. (O que, aliás, muita gente que A-DO-RA ler defende.)
Sou um pouco nervoso, mas não carrego medo. E tento tratar
todo mundo com muito respeito. Mas se alguém me pisar no pala escrevo uma
postagem e o bochincho está feito.
BREGA CHIQUE
Reginaldo Rodrigues dos Santos Rossi (Recife, 14 de fevereiro de 1944), o Reginaldo Rossi, iniciou sua carreira artística em 1964, sob a influência dos Beatles e integrando-se à Jovem Guarda. No início, imitava Roberto Carlos.
Orgulha-se de dizer que foi o primeiro cantor de rock do Nordeste, quando comandava o grupo The Silver Jets. Tem mais de trezentas composições gravadas e faz uma média de 25 shows por mês em todo o Brasil.
Gravou seu primeiro LP, O Pão, em 1966, pela Chantecler. Em 1972, lançou o disco Só em Teus Braços, pela CBS, e estourou nas paradas com o sucesso Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme.
“Sou apenas um cantor. A diferença entre o brega e o chique só começou a existir depois da década de 60. Quem falasse mal do regime militar era chique”.
Orgulha-se de dizer que foi o primeiro cantor de rock do Nordeste, quando comandava o grupo The Silver Jets. Tem mais de trezentas composições gravadas e faz uma média de 25 shows por mês em todo o Brasil.
Gravou seu primeiro LP, O Pão, em 1966, pela Chantecler. Em 1972, lançou o disco Só em Teus Braços, pela CBS, e estourou nas paradas com o sucesso Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme.
“Sou apenas um cantor. A diferença entre o brega e o chique só começou a existir depois da década de 60. Quem falasse mal do regime militar era chique”.
Nesse corpo meigo e tão pequeno
Há uma espécie de veneno
Bem gostoso de provar
Como pode haver tanto desejo
Nos seus olhos, nos seus beijos
No teu jeito de abraçar...
E foi com isso
Que você me conquistou
Com esse jeito de menina
E esse gosto de mulher
E nada existe em você
Que eu não ame
Sou metade sem você...
Mon Amour! Meu Bem! Ma Femme!
Mon Amour! Meu Bem! Ma Femme!
Mon Amour! Meu Bem! Ma Femme!...
PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS
"Encontrei Dean pela primeira vez não muito depois que minha mulher e eu nos separamos. Eu tinha acabado de me livrar de uma doença séria da qual nem vale a pena falar, a não ser que teve algo a ver com a separação terrivelmente desgastante e com a minha sensação de que tudo estava morto."
On the Road - Jack Kerouac - 1957
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
BICHO-PAPÃO
O bicho-papão da campanha da TV agora manda as crianças paparem conhecimento.
Muito bonito. E muito conveniente.
O conhecimento é mais fácil. Todo vilarejo – até onde eu sei – tem uma escola. E toda escola tem uma biblioteca, por mais miserável que seja.
O bicho-papão mandar “papar” arroz e feijão requer algum
trabalho. Como, por exemplo, disponibilizar arroz e feijão pros “papõezinhos”.
Tem gente que tem coragem de ir pra televisão e dizer que as
famílias devem alimentar suas crianças com tantas proteínas, tantos
carboidratos, frutas, legumes, peixes e verduras. Parece que desconhecem a
realidade. Se a realidade não é a ideal, é outro problema.
O conhecimento é mais fácil. Todo vilarejo – até onde eu sei – tem uma escola. E toda escola tem uma biblioteca, por mais miserável que seja.
A fome de feijão é real. A fome de leitura, conhecimento, é
relativa, abstrata. E sempre tem alguém pra dizer que é só frequentar a
biblioteca. Mesmo com a fome de feijão roncando na barriga.
ENCHENTES
Escutando boletins sobre as inundações, lembrei dos
noticiários do ano passado por essa época. Ou um pouco antes, ou um pouco
depois. É a mesma coisa. Deve ser terrível ter a casa inundada pela água (e
esgoto, barro, e tudo que a água encontra pelo caminho). O próximo passo agora
é mostrarem os ginásios de futebol com gente esparramada por cima de um monte
de colchões. Depois os mutirões. E, claro, endereço para doações e números de
contas bancárias. E eu aposto que no ano que vem tem tudo isso de novo. Não
duvido que nos mesmos lugares.
Lembrei que antigamente, inclusive, falava-se na “enchente de
São Miguel”, que acontecia sempre por essa época. Curioso com o evento, fui
procurar dados sobre a famosa enchente. Achei, no site do Metroclima
(Sistema de Vigilância Meteorológica de Porto Alegre), o seguinte texto:
Grandes inundações e enchentes marcaram a cidade de Porto
Alegre ao longo da história. A primeira documentada em registros históricos é
de 1823, quando as inundações destruíram grande parte das plantações da cidade.
Setembro é, historicamente, um mês marcado por intensas precipitações no Rio
Grande do Sul a ponto de no vocabulário popular ter sido criada a expressão
"Enchente de São Miguel", em alusão ao dia 29 de setembro que marca
este arcanjo.
As enchentes na área urbana principal da cidade foram
registradas pela última vez na década de sessenta. Após a grande inundação de
1941 foram adotadas diversas medidas de contenção contra cheias que tornaram as
enchentes menos freqüentes na cidade, mas não impediram as inundações de 1965 e
1967. O maior volume de chuva em 24 horas no mês de setembro em Porto Alegre na
série histórica 1961-1990 deu-se justamente em 1967 com 95 milímetros no dia
19. Nestes últimos quarenta anos as enchentes em Porto Alegre têm se limitado
às ilhas, o que pode novamente ocorrer agora nos próximos dias. Mas a cidade
sofreu gravemente com inundações ao longo da história no mês de setembro. Em
1833, por exemplo, relatos históricos da época descrevem uma inundação de
grandes proporções com as águas atingindo a Rua Marechal Floriano. Em 1847, uma
outra enchente, também em setembro, castigaria a cidade. Uma grande imundação
voltaria a castigar Porto Alegre em 1873 devido às intensas precipitações
ocorridas no final de setembro e começo de outubro na Bacia do Jacuí. A Rua dos
Andradas e o Caminho Novo (Voluntários da Pátria) ficaram debaixo d’água. O
serviço de bondes foi interrompido em inúmeros pontos. Foi uma das maiores
inundações na capital gaúcha de todo o século XIX com o Guaíba 3,5 metros além
da cota.
Veio então 1926. A maior "Enchente de São Miguel"
de Porto Alegre no século XX. A cheia atingiu grandes proporções. Algumas ruas
do Centro e do Menino Deus ficaram cobertas de água e era possível andar de
barco. Entre 13 de setembro e 3 de outubro daquele ano choveu 317,7 milímetros
em Porto Alegre, observando-se chuva em 16 dias.
Em setembro de 1928, o Guaíba chegou a ficar 3,20 metros
além da cota, novamente produzindo-se uma cheia. Mas nenhum dos episódios
seguintes no século XX durante o mês de setembro superou em gravidade o que
ocorreu em 1926, quando grande parte da cidade ficou submersa. (Pesquisa:
Alexandre Amaral de Aguiar/MetSul Meteorologia).
Para mais informações e imagens clique AQUI.
O GÊNERO BREGA
Terça-feira o TOA tem entre uma de suas atrações o quadro “Brega
Chique”. Acerca do assunto, segue texto de Zeca Baleiro publicado na Revista
Piauí.
"Odair José, cujo último disco (último mesmo, segundo o próprio!) eu tive a honra e o prazer de produzir, costuma disparar frases geniais do alto de sua sabedoria de gente do povo. Frases como “brega não é gênero, nunca foi”. Apesar da minha admiração por sua incrível argúcia, neste caso sou obrigado a discordar do amigo poeta.
"Odair José, cujo último disco (último mesmo, segundo o próprio!) eu tive a honra e o prazer de produzir, costuma disparar frases geniais do alto de sua sabedoria de gente do povo. Frases como “brega não é gênero, nunca foi”. Apesar da minha admiração por sua incrível argúcia, neste caso sou obrigado a discordar do amigo poeta.
Para além de sua função de adjetivo que nomeia tudo o que é
cafona, kitsch ou piegas, acho que brega é gênero sim, mas não um gênero no
qual a obra de Odair se enquadre por exemplo. Afinal, este goiano de Morrinhos
está mais para um autor de folk-rock caboclo, espécie de Willie Nelson, ou quem
sabe um Johnny Cash (por que não?) do cerrado, guardadas as devidas proporções.
Nem Waldick, mestre bolerista, estaria aqui enquadrado – embora ele deva ser a
grande matriz disto que seria o “gênero brega”, segundo minha teoria de
botequim. Tampouco Fernando Mendes, com seus beguines interioranos, de caráter
ora social ora romântico. Nem Márcio Greyck, baladista primoroso, ou Gilliard,
modinheiro dos bons. Nem Nilton César, nem Jerry Adriani, nem Paulo Sérgio, nem
Agnaldo Timóteo, todos herdeiros do legado musical da jovem guarda.
Refiro-me a uma música que é mistura disso tudo acima
citado, e que ainda leva em sua receita uma dose de Caribe e muito de Nordeste,
quase um gênero nordestino. Uma música um tanto “lupicínica”, cujo tema
obsessivo é o amor e suas tormentas – traições, abandono, fugas, casamentos
interesseiros, prostituição, porres apaixonados e ressacas idem. Uma música
feita por homens do povo para homens do povo, subcultural até a medula (e em
toda a sua glória).
Na linha de frente deste “gênero”, pode-se colocar nomes
como Carlos Alexandre (dos megahits Feiticeira e A Ciganinha); o genial Genival
Santos, que tem entre seus sucessos a divertida Flagra; Carlos André (“eu hoje
quebro esta mesa, se meu amor não chegar...”); José Ribeiro (“tens a beleza da
rosa, uma das flores mais formosas...”); Maurício Reis, autoproclamado “o poeta
do cravo branco”, dono do clássico Verônica; e mais Balthazar, Evaldo Freire,
Adelino Nascimento, Bartô Galeno, etc (a lista é sem fim).
Mais da tese: o gênero ainda teria gerado um subgênero, o
“brega dance”, de pegada mais dançante, com temperos do Pará e do Maranhão e
até pitadas de disco music, cujos arautos são Alípio Martins, Carlos Santos,
Raimundo Soldado, José Orlando, Betto Douglas e Beto Barbosa, dentre outros
tantos. O som desses caras viria desembocar na lambada no fim dos anos 80,
gerando uma febre cujo maior emblema foi o grupo Kaoma, com seu
arrasa-quarteirão Chorando se Foi, versão de uma música lançada originalmente
pelo grupo boliviano Los Kjarkas. Mas aí já é outro assunto."
Para mais ilustrações das músicas e artistas citados clique
AQUI.
CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA
JUST A SONG BEFORE I GO (1977) CROSBY, STILLS AND NASH
Sérgio Luiz Gallina
Just a Song Before I Go é uma canção de Graham Nash gravada por Crosby, Stills e Nash ,no álbum CSN, de 1977 . Também foi lançada em single e chegou ao número sete da Billboard.
Just a song before I go,
To whom it may concern.
Travelling twice the speed of sound
It's easy to get burned.
When the shows were over
We had to get back home,
And when we opened up the door
I had to be alone.
She helped me with my suitcase,
She stands before my eyes
Driving me to the airport,
And to the friendly skies.
Going through security
I held her for so long.
She finally looked at me in love,
And she was gone.
Just a song before I go,
A lesson to be learned.
Travelling twice the speed of sound
It's easy to get burned.
Just a Song Before I go
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