Páginas

sábado, 31 de agosto de 2013

ATANOR


A pintura "Atanor", do pintor e escultor alemão Anselm Kiefer levanta questões fundamentais sobre o lugar do homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória

A imagem apresenta um homem deitado de costas no chão, mas não fica claro se ele está sonhando ou se está morto.
 
 

Acima do homem, ocupando quase todo o espaço da pintura, aparece um cosmos redemoinhante e cheio de estrelas, ao qual seu corpo se liga por um fio de luz prateada. A paleta usada por Kiefer é bastante restrita e a obra, com exceção dos minúsculos vislumbres de azul e marrom-avermelhado que empastam o primeiro plano, é essencialmente monocromática. Linhas horizontais douradas e prateadas cortam a composição e a superfície é polvilhada com prata e ouro em pó.

A pintura levanta questões fundamentais sobre o lugar do homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória, bem como o poder transcendente da arte. O título remete ao forno usado por alquimistas medievais para transformar metais comuns em ouro.

3 detalhes de Atanor se destacam:

1. Autorretrato:
A cabeça do homem no retrato lembra a do pintor. De fato, durante uma entrevista, Kiefer descreveu-a como um autorretrato, além de uma imagem da humanidade.

2. Filete de luz:
Um filete de luz conecta o homem ao céu e também parece descer pelo corpo dele para o centro da terra. A luz entra pelo plexo solar, onde o prana - força vital - é armazenado. É esse raio que cria o movimento ascendente da pintura, ligando o homem ao universo.

3. Prata e ouro:
Diversas camadas espessas de tinta preta evocam as profundezas do cosmos. As estrelas parecem furos de alfinete de luz recuando para o infinito. A leveza dos pontos, feita com pó de ouro e prata, equilibra a pintura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário