A pintura "Atanor", do pintor e escultor alemão Anselm Kiefer levanta questões fundamentais sobre o lugar do homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória
A imagem apresenta um homem deitado de costas no chão, mas
não fica claro se ele está sonhando ou se está morto.
Acima do homem, ocupando quase todo o espaço da pintura,
aparece um cosmos redemoinhante e cheio de estrelas, ao qual seu corpo se liga
por um fio de luz prateada. A paleta usada por Kiefer é bastante restrita e a
obra, com exceção dos minúsculos vislumbres de azul e marrom-avermelhado que
empastam o primeiro plano, é essencialmente monocromática. Linhas horizontais
douradas e prateadas cortam a composição e a superfície é polvilhada com prata
e ouro em pó.
A pintura levanta questões fundamentais sobre o lugar do
homem no universo, além de explorar as noções de espaço, tempo e memória, bem
como o poder transcendente da arte. O título remete ao forno usado por
alquimistas medievais para transformar metais comuns em ouro.
3 detalhes de Atanor se destacam:
1. Autorretrato:
A cabeça do homem no retrato lembra a do pintor. De fato,
durante uma entrevista, Kiefer descreveu-a como um autorretrato, além de uma
imagem da humanidade.
2. Filete de luz:
Um filete de luz conecta o homem ao céu e também parece
descer pelo corpo dele para o centro da terra. A luz entra pelo plexo solar,
onde o prana - força vital - é armazenado. É esse raio que cria o movimento
ascendente da pintura, ligando o homem ao universo.
3. Prata e ouro:
Diversas camadas espessas de tinta preta evocam as
profundezas do cosmos. As estrelas parecem furos de alfinete de luz recuando
para o infinito. A leveza dos pontos, feita com pó de ouro e prata, equilibra a
pintura.
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