Você sai do trabalho e senta no banco de um ônibus. Você 1)
coloca os fones no ouvido, 2) abre um livro.
É muito provável que você 1) vá ouvir música (você pode fazer download
do Pauta Extra pra ouvir quando quiser, como nesse momento feliz, por exemplo), 2) vai
ler. No meu caso, teria uma terceira opção: dormir com fone no ouvido e livro no
colo.
- É brabo
- É... Não é mole...
- Mas é isso...
- É isso aí... não é fácil
- Ô..
- Mas vamos lá...
Mas você está ali, quieto, feliz por ser um cidadão
trabalhador que vai descansar um pouco agora. E é nesse momento que aquele
colega distante, simpático, ancora do seu lado.
A primeira pergunta; “Que livro é esse?” A pergunta é
desnecessária, porque ele já arrancou o livro de sua mão, aproveitando para
desmarcar a página que você lia. A cara de decepção dele fica evidente quando percebe que o
livro é de literatura e não algo como "Enriqueça chateando seus colegas!
Dinheiro Já!”
E, então, você é obrigado a fazer uma viagem com diálogos
nonsenses e reticentes:
- É...
- Pois é...- É brabo
- É... Não é mole...
- Mas é isso...
- É isso aí... não é fácil
- Ô..
- Mas vamos lá...
E a semana só está começando.
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