Há algumas semanas, em um programa de rádio, ouvi uma entrevista com dois dirigentes de centros acadêmicos de faculdades de medicina (uma privada e outra pública) sobre a proposta do governo de estender por mais dois anos, que serviriam como residência médica, o curso de medicina. Os dois estudantes expuseram o seu descontentamento com a proposição.
O que mais me chamou a atenção, na ocasião, foi a saia justa em que o apresentador, habilmente, colocou os dois estudantes ao perguntar a eles o que os atrairia a trabalhar no interior ou em uma comunidade carente. Os dois recorreram a chavões, reforçaram o óbvio e não disseram coisa nenhuma. O que os ouvintes mais atilados puderam depreender é que nenhum deles se mostrou disposto a encarar essa tarefa.
É muito bom e cômodo ser médico, jornalista, músico, professor, advogado ou qualquer outra coisa em uma capital. Encarar o desafio de se enfiar numa biboca é muito complicado. E eu entendo. Sério. Conheci, ao longo da vida, pouquíssimas pessoas interessadas em embarcar na ideia de partir para o interior do país para trabalhar. Em qualquer atividade.
Algumas profissões são muito glamorosas. A medicina é uma delas. E acho justo que alguém sue e se esforce tanto para entrar numa faculdade de medicina com o objetivo de ir atrás de seu sonho. O que não acho justo é que esses mesmos sonhadores se revoltem contra pessoas que se dispõem a sair de seu país, enfrentar outra cultura e modificar seus hábitos em busca de seu objetivo, que é diferente, porque eles pertencem a outro universo cultural e social.
Por força da minha atividade profissional, acabei tendo contato com a literatura voltada à medicina da família e comunidade. Costuma-se dizer que uma educação de qualidade começa no ensino fundamental. Da mesma maneira, a saúde da população começa com as coisas básicas. O estudante de medicina tem todo o direito de não querer ir para o interior atender às populações carentes, mas não tem o direito de se insurgir contra quem se dispõe a fazer isso. A manifestação de alguns estudantes de medicina em Fortaleza contra os médicos estrangeiros que faziam curso de capacitação na capital cearense foi uma coisa vergonhosa.
Quem é contra a contratação de médicos estrangeiros que se candidate ao trabalho que eles vieram fazer. Mas chamá-los de escravos é, no mínimo, uma profunda demonstração de ignorância, preconceito e falta de educação
O que mais me chamou a atenção, na ocasião, foi a saia justa em que o apresentador, habilmente, colocou os dois estudantes ao perguntar a eles o que os atrairia a trabalhar no interior ou em uma comunidade carente. Os dois recorreram a chavões, reforçaram o óbvio e não disseram coisa nenhuma. O que os ouvintes mais atilados puderam depreender é que nenhum deles se mostrou disposto a encarar essa tarefa.
É muito bom e cômodo ser médico, jornalista, músico, professor, advogado ou qualquer outra coisa em uma capital. Encarar o desafio de se enfiar numa biboca é muito complicado. E eu entendo. Sério. Conheci, ao longo da vida, pouquíssimas pessoas interessadas em embarcar na ideia de partir para o interior do país para trabalhar. Em qualquer atividade.
Algumas profissões são muito glamorosas. A medicina é uma delas. E acho justo que alguém sue e se esforce tanto para entrar numa faculdade de medicina com o objetivo de ir atrás de seu sonho. O que não acho justo é que esses mesmos sonhadores se revoltem contra pessoas que se dispõem a sair de seu país, enfrentar outra cultura e modificar seus hábitos em busca de seu objetivo, que é diferente, porque eles pertencem a outro universo cultural e social.
Por força da minha atividade profissional, acabei tendo contato com a literatura voltada à medicina da família e comunidade. Costuma-se dizer que uma educação de qualidade começa no ensino fundamental. Da mesma maneira, a saúde da população começa com as coisas básicas. O estudante de medicina tem todo o direito de não querer ir para o interior atender às populações carentes, mas não tem o direito de se insurgir contra quem se dispõe a fazer isso. A manifestação de alguns estudantes de medicina em Fortaleza contra os médicos estrangeiros que faziam curso de capacitação na capital cearense foi uma coisa vergonhosa.
Quem é contra a contratação de médicos estrangeiros que se candidate ao trabalho que eles vieram fazer. Mas chamá-los de escravos é, no mínimo, uma profunda demonstração de ignorância, preconceito e falta de educação
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