sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
O HOMEM
Esta temperatura absurda que tem feito nas últimas semanas
tem deixado todo mundo aborrecido, injuriado e estupefacto. Nenhuma novidade.
Nesta época, os ecochatos sempre sorriem com ar de
superioridade e dizem: “É o homem.”.
O “homem”, no caso, não aquela entidade acionada quando é
preciso arrumar um cano ou furar uma parede na sua casa: “Tem que chamar um
homem!”.
Esse “homem”, dos atentos verdes, somos todos nós. Em especial, os com vocação industrial.
O aquecimento global, suas causas e consequências são cantadas
e decantadas com tons apocalípticos. (Aliás, o que acompanho sobre isso – e consigo
entender – em documentários e reportagens, também gera controvérsia. Existem
cientistas que negam o aquecimento global e outros que afirmam que derreteremos
em poucos anos, que as geleiras avançarão derretidas sobre nós como famélicos
trabalhadores ao buffet. Como não entendo nada sobre o assunto, impressiono-me igualmente com argumentos de ambos os lados.)
Mas leio hoje que em diversas datas dos anos 40, por
exemplo, a temperatura também ultrapassou os 40°. Ou seja, já existiam indústrias.
Poluindo – e muito –, inclusive. Mas não tantas e tão pujantes como hoje. Então, querer
dizer que as temperaturas estão altas por causa só da fumaça é distorcer a
verdade. Até eu que não entendo os documentários que vejo sei disso.
Pouca gente é mais cética do que eu em relação ao “homem”.
Mas nessa aí não podemos carregar a culpa sozinhos.
E ainda por cima, as mimosas vaquinhas ficam soltando pum e
bagunçando a camada de ozônio.
POP
Trecho do comentário de Regis Tadeu no yahoo sobre uma cantora chamada Lorde, a nova sensação instantânea do pop:
É por isto que venho dizendo que as pessoas hoje em dia andam ouvindo música como “trilha sonora” para outras coisas que estejam fazendo. É esta a proposta de Lorde e seus produtores. Não adianta nem mesmo botar uma bateria com timbre “vintage” em “White Teeth Teens” e nem terminar o disco com uma canção climática e deprê como “A World Alone”. O disco inteiro foi especialmente forjado para sonorizar a lavagem de sua louça suja na pia, os preparativos para uma balada, as carícias preliminares ou um café da manhã depois do sexo matinal. Tanto faz.
É, a música pop já teve dias melhores...
É por isto que venho dizendo que as pessoas hoje em dia andam ouvindo música como “trilha sonora” para outras coisas que estejam fazendo. É esta a proposta de Lorde e seus produtores. Não adianta nem mesmo botar uma bateria com timbre “vintage” em “White Teeth Teens” e nem terminar o disco com uma canção climática e deprê como “A World Alone”. O disco inteiro foi especialmente forjado para sonorizar a lavagem de sua louça suja na pia, os preparativos para uma balada, as carícias preliminares ou um café da manhã depois do sexo matinal. Tanto faz.
É, a música pop já teve dias melhores...
GAUCHÃO
Acompanho as notícias e os programas sobre futebol. E as outras
todas também.
Mas em meio a rumores de crise cambial, a greve de ônibus mais extravagante da história, rolezinhos, “vaquinhas” de enorme sucesso em prol de políticos presos, um calor infernal, cidades sem energia e sem água, soa tão fútil a preocupação com a escalação de um time reserva que vai jogar uma partida pelo campeonato gaúcho...
Mas em meio a rumores de crise cambial, a greve de ônibus mais extravagante da história, rolezinhos, “vaquinhas” de enorme sucesso em prol de políticos presos, um calor infernal, cidades sem energia e sem água, soa tão fútil a preocupação com a escalação de um time reserva que vai jogar uma partida pelo campeonato gaúcho...
MÚSICA NA SEXTA
Celso Ricardo Furtado de Carvalho, Celso Blues Boy, nasceu no Rio de Janeiro em 1956.
Começou a estudar guitarra com o pai, aos 14 anos. Com 17
anos, acompanhava Raul Seixas (com quem gravou Rock do Diabo) e a dupla Sá &
Guarabira. Em seguida, fundou o grupo Legião Estrangeira e depois a Aero Blues.
Certa vez disse que "Desde pequeno ouço B. B. (King),
que funciona para mim como um ponto de referência. Clapton, meu ídolo, entra
como um ponto de equilíbrio e Hendrix como desabafo".
Chegou a gravar com B.B. King a canção “Mississipi”, que está
em seu disco Indiana Blues, de 1996.
Morreu em agosto de 2012 em Joinville, SC, cidade onde morava desde 1996.
Participou, em 1984, da trilha sonora do filme "Bete
Balanço”. Nesse mesmo ano, lançou pela gravadora Warner seu primeiro disco,
"Som na guitarra", cuja faixa de abertura é "Aumenta que isso aí
é rock and roll".
Aumenta que isso aí é rock and roll
Celso Blues Boy
Estava deitado dormindo acordado
Sem ter nada o que
fazer
Ah, liguei o rádio no
meio da noite
O rítmo do som era
pesado
Subi o volume e o
vizinho gritou
Aumenta que isso aí é
Rock and Roll
Aumenta que isso aí é
Rock and Roll
Rock and
Roll, Rock and Roll, Rock and Roll
Rock and Roll, Rock and Roll, Rock and Roll
Era como um trem sacudindo a cabeça
Parado é que não dava
pra ficar
O guarda noturno as
meninas da esquina
Todo mundo que escutou
Gritaram mais alto
ninguém segurou
Aumenta que isso aí é
Rock and Roll
Aumenta que isso aí é
Rock and Roll
Rock and
Roll, Rock and Roll, Rock and Roll
Rock and Roll, Rock and Roll, Rock and Roll
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
MANCHETES
Eu já devia estar acostumado com as manchetes idiotas dos sites de notícias, mas os gênios da área não param de me surpreender. É muita criatividade.
Tenho a impressão de que nos sonegaram até agora informações sobre pessoas que morreram no mesmo automóvel, no mesmo ônibus, no mesmo trem em que pediram a namorada em casamento...
"Goleiro de 16 anos morre afogado sem receber prêmio por torneio" (UOL)
"Jovem morre no mesmo avião em que pediu a namorada em casamento" (G1)
VEJA BEM...
Matéria publicada na ZH de ontem (29/01) dá conta de que o governador gaúcho Tarso Genro já superou os seus antecessores Yeda Crusius e Germano Rigotto nos gastos com diárias.
Dados do Portal da Transparência mostram que os pagamentos já somam R$ 325,2 milhões na gestão petista. O gasto médio anual de Tarso com diárias é 89,7% maior que o de Yeda e 68,4% em relação ao de Rigotto.
A justificativa do Piratini é o aumento das políticas públicas em relação aos governos anteriores.
Em nota, o Gabinete do Governador argumenta que o aumento no valor das diárias é proporcional ao avanço de políticas públicas executadas. “Os dois governos anteriores juntos não realizaram nem a metade do número de obras rodoviárias que o atual governo está fazendo”, diz o texto.
O governo alega que o aumento da despesa é resultado da "maior participação da população gaúcha nas definições das estratégias de governo, por meio, por exemplo, das interiorizações." E segue enumerando uma série de orientações do governador que englobam "aproximação com a comunidade", "relação direta com a cidadania, em todo o território e em todas as faixas da sociedade, especialmente em relação aos mais pobres", além de investimentos na área da saúde, parques tecnológicos, apoio ao cooperativismo, atração de investimentos externos...
Ah, bom... Agora eu entendi.
Dados do Portal da Transparência mostram que os pagamentos já somam R$ 325,2 milhões na gestão petista. O gasto médio anual de Tarso com diárias é 89,7% maior que o de Yeda e 68,4% em relação ao de Rigotto.
A justificativa do Piratini é o aumento das políticas públicas em relação aos governos anteriores.
Em nota, o Gabinete do Governador argumenta que o aumento no valor das diárias é proporcional ao avanço de políticas públicas executadas. “Os dois governos anteriores juntos não realizaram nem a metade do número de obras rodoviárias que o atual governo está fazendo”, diz o texto.
O governo alega que o aumento da despesa é resultado da "maior participação da população gaúcha nas definições das estratégias de governo, por meio, por exemplo, das interiorizações." E segue enumerando uma série de orientações do governador que englobam "aproximação com a comunidade", "relação direta com a cidadania, em todo o território e em todas as faixas da sociedade, especialmente em relação aos mais pobres", além de investimentos na área da saúde, parques tecnológicos, apoio ao cooperativismo, atração de investimentos externos...
Ah, bom... Agora eu entendi.
Zero Hora - 29/01/2014 |
ÁLBUM DA QUINTA
MACHINE HEAD - 1972 - DEEP PURPLE
Machine Head é o sexto álbum de estúdio da banda britânica de rock Deep Purple. Foi gravado no Grand Hotel de Montreux, na Suíça, em dezembro de 1971, no estúdio móvel dos The Rolling Stones, e foi lançado em março de 1972 nos Estados Unidos pela Warner Bros. Records.
O álbum é frequentemente citado como um dos mais influentes no desenvolvimento do heavy metal como gênero musical, e é uma das gravações mais bem-sucedidas da banda, liderando as paradas de sucesso em diversos países depois de seu lançamento. Em 2001, a revista Q o classificou como um dos "50 álbuns mais pesados de todos os tempos".
As condições nas quais as gravações originais foram feitas são um tanto extraordinárias. Após contratar o equipamento do Rolling Stones Mobile One, estúdio móvel dos Rolling Stones, a banda gravou todas as faixas nas instalações de um hotel de Montreux, sem overdubs. A letra de "Smoke on the Water" menciona o fato, e a citação "Frank Zappa and the Mothers" se refere ao show de Zappa num cassino vizinho, que se incendiou alguns dias antes do início das sessões de gravação.
Machine Head atingiu o primeiro lugar nas paradas britânicas no prazo de sete dias de seu lançamento, permanecendo lá por duas semanas antes de voltar em maio para mais uma semana. Nos Estados Unidos, o álbum alcançou o número sete, permanecendo nas paradas por dois anos.
Lado 1
1. Highway Star - 6:05
2. Maybe I'm a Leo - 4:51
3. Pictures of Home - 5:03
4. Never Before - 3:56
Lado 2
1. Smoke on the Water - 5:40
2. Lazy - 7:19
3. Space Truckin - 4:31
Todas as canções foram compostas por Ritchie Blackmore, Ian Gillan, Roger Glover, Jon Lord e Ian Paice.
Ian Gillan - vocal
Ritchie Blackmore - guitarra
Jon Lord - teclado
Roger Glover - baixo
Ian Paice - bateria
wikipediaquarta-feira, 29 de janeiro de 2014
DO DELÍRIO COTIDIANO
Distraidamente, enquanto tomava um café pela manhã (sem
legumes), ouvi a moça do telejornal falar: “Cada escola de Florianópolis terá
direito a R$ 500.000,00”.
Naqueles segundos, enquanto tentava compreender a notícia
por inteiro, fiquei pensando: “Mas que estado avançado, preocupado com educação”.
Quando fixei o olhar na televisão e vi um sujeito de camisa
de física floreada e em frente a um monte de plumas, entendi tudo. São as escolas
“de samba”. Elas é que terão direito a essa grana. Desde que preencham alguns
requerimentos e entreguem outros documentos na Secretaria de Turismo do Estado.
A reclamação das “escolas” é que elas querem o dinheiro, mas não
sabem como lidar direito com a documentação.
A preocupação da Secretaria de Estado é de que não tenha desfile
na passarela Nego Quirido. Ou que as escolas façam feio na Nego Quirido.
Eu entendo que o carnaval pro estado é um negócio etc. E
pra isso, é preciso fazer bonito na Nego Quirido. E eu duvido que as escolas estaduais,
as que não desfilam na Nego Quirido, tenham essa moleza pra conseguir 500 milhas.
CRIATURAS QUE O MUNDO ESQUECEU
Os Brasas era uma banda gaúcha formada por Luís Vagner (vocal e guitarra), Anyres Rodrigues (guitarra), Franco Scornavacca (baixo) e Eddy (bateria).
Franco Scornavacca, ex-baixista da banda, é pai dos integrantes e empresário da banda paulistana KLB. Luis Vagner, o guitarreiro, tem carreira solo e é autor de vários sucessos.
wikipedia
A banda foi formada em 1960 com o nome "The Jetsons". Em 1966, já em São Paulo, gravaram seu primeiro registro, um compacto com as músicas "Vivo a Sofrer / Lutamos para Viver", já com o nome "Os Brasas". Em 1968 lançaram seu único LP, que também têm as músicas dos compactos lançados pela banda.
Franco Scornavacca, ex-baixista da banda, é pai dos integrantes e empresário da banda paulistana KLB. Luis Vagner, o guitarreiro, tem carreira solo e é autor de vários sucessos.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
BERMUDA
“De calção, sem camisa, você fica com uma liberdade muito
grande.” Ouvi essa pérola, essa frase lapidar, numa dessas “zapeadas” da vida.
É claro que o sujeito que falou isso estava de sunga e com uns óculos escuros
do tamanho de um para-brisa de caminhão.
Estou, neste momento, de calça, camisa e sapato. E não me
sinto nem um pouco preso. Se eu tenho limitadores na vida – e tenho: grana,
tempo, espaço – não vai ser ficar de cuecas que vai resolver esse problema.
Agora surgiu o movimento “bermuda sim”. Obviamente, o
movimento já conta com milhares, quiçá milhões, de apoiadores nas “redes
sociais”. Me parece que o movimento “é pontual”, tem meia dúzia de adeptos.
Não li nada do que vi a respeito. Mas tenho certeza que os
argumentos pró-bermuda vão desde o científico “com este calorão é brabo” até a
tentativa de sensibilizar malvados chefes que aprisionam seus funcionários em
calças compridas com promessas de melhor produtividade por arejar as canelas.
Eu posso estar completamente enganado, mas desconheço um
escritório qualquer sem ar condicionado. O movimento, claro, é encabeçado por
funcionários de escritórios. Você já viu operário de chão de fábrica com tempo
ou disposição pra entrar no tuíter ou feicebuque pra dar uma queixadinha?
O movimento vai ser vencedor, tenho certeza. Se não neste, noutro
ano. É uma questão de tempo. E aí virão novos movimentos, por um mundo sem
sapatos, sem banho e por aí a fora. Tramita na Câmara o dia do orgulho sans culottes.
Vai chegar o dia que você vai entrar no banco peladão, esperar
o atendimento coçando as frieiras. Pelo menos, sem calças, ele deve perder o
ímpeto de reclamar de seu saldo negativo.
BREGA CHIQUE
Ademir Rodrigues de Araujo, o Ovelha, nasceu em Olinda, Pernambuco, em 1955, mas passou a infância em Recife. A adolescência ele passou em Caruaru, capital do agreste pernambucano, onde começou sua trajetória musical.
Canta desde pequeno, mas como profissional, a partir de 1973, quando foi descoberto por Luiz Gonzaga, depois de participar de um show de calouros apresentado pelo Rei do Baião no centro da cidade. Acompanhava Luiz Gonzaga nessa empreitada a bandinha do "Camarão" que, após ver a performance do garoto no palco, o contratou.
Depois disso, Ovelha não parou mais. Passou por diversas bandas, sempre cantando como crooner, até conhecer Chacrinha, em 1977, que lhe deu o apelido, devido aos seus cabelos. No programa de calouros de Raul Gil, ganhou como prêmio, por ter vencido todas as etapas, um contrato com a gravadora Copacabana.
Seu maior sucesso é Te Amo, Que Mais Posso Dizer?, versão de More Than I Can Say, de Bobby Vee, que ficou nas paradas por quatro anos.
wikipedia
Canta desde pequeno, mas como profissional, a partir de 1973, quando foi descoberto por Luiz Gonzaga, depois de participar de um show de calouros apresentado pelo Rei do Baião no centro da cidade. Acompanhava Luiz Gonzaga nessa empreitada a bandinha do "Camarão" que, após ver a performance do garoto no palco, o contratou.
Depois disso, Ovelha não parou mais. Passou por diversas bandas, sempre cantando como crooner, até conhecer Chacrinha, em 1977, que lhe deu o apelido, devido aos seus cabelos. No programa de calouros de Raul Gil, ganhou como prêmio, por ter vencido todas as etapas, um contrato com a gravadora Copacabana.
Seu maior sucesso é Te Amo, Que Mais Posso Dizer?, versão de More Than I Can Say, de Bobby Vee, que ficou nas paradas por quatro anos.
Ou, ou, ei, ei
Sem você não viverei
Volte logo não suporto
Essa distância de você
Ou, ou, ei, ei
Sem você não viverei
Todo amor desse mundo
Pra você eu entreguei
Por isso peço que escreva
Uma carta por favor
Meu coração está pedindo
Volte logo meu amor
Ou, ou, ei, ei
Sem você não eu viverei
Todo amor desse mundo
Pra você eu entreguei
Por isso peço que escrevas
Uma carta por favor
Meu coração está pedindo
Volte logo meu amor
Ou, ou, ei, ei
Sem você não eu viverei
Todo amor desse mundo
Pra você eu entreguei
Só pra você eu entreguei
Só pra você eu entreguei
Meu amor, volte pra mim
Só você eu amarei
PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS
"A senhora condessa de Lorsange era uma dessas sacerdotisas
de Vênus cuja fortuna é obra de uma figura encantadora, de muito comportamento
mau e de muita trapaça, e cujos títulos, por mais pomposos que sejam, não se
encontram nos arquivos de Cítera, forjados pela impertinência que lhes dá forma
e mantidos pela tola incredulidade de quem os dá. Morena, muito viva, de belo
corpo, olhos negros e dotados de uma expressão prodigiosa, muito espírito e,
sobretudo, aquela incredulidade da moda que, dando mais chiste às paixões, faz
procurar com muito mais cuidado hoje a mulher em quem julgamos encontrá-lo.
Filha de grande comerciante da Rue Saint-Honoré, foi criada com uma irmã três
anos mais nova que ela, num dos melhores conventos de Paris onde, até os quinze
anos, nenhum conselho, mestre, bom livro ou talento lhe foi recusado. Nessa
época fatal para a virtude de uma jovem, tudo lhe faltou num único dia."
Justine ou As Desgraças da Virtude - Marquês de Sade -
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
O MUNDO TODO
Acabo de ler na ZH que é comum no mundo todo as pessoas
comerem vegetais no café da manhã. Na verdade, o parágrafo começa assim: “Coma
vegetais no café da manhã. Você já come frutas no café, então, por que isso
seria estranho? Desjejuns baseados em vegetais são comuns no mundo todo.”
Pode ser que eu receba de contra-argumento que essa pessoa de vez em quando banha crianças pobres e tira delas seus piolhos, que ela invade vilas noite adentro em kombis cheias de sopa quente pra confortar as noites frias dos desvalidos. Reitero – impiedoso que sou – que isso é mais um alívio próprio, um sonrisal pra consciência, do que propriamente bondade.
Mas que mundo todo é esse? No “meu” mundo, e no das pessoas
que eu conheço, mesmo as mais extravagantes, não tem café da manhã com pepino,
feijão ou rúcula.
Aliás, não só não conheço esse mundo de que me fala a
matéria como não conheço muitos mundos. E pouca gente conhece mais do que um. Não me refiro a Marte ou outras galáxias distantes. Falo de
qualquer favela da MuiLeal ou de qualquer cidade do planeta.
Falei AQUI semana passada sobre pessoas que atravessam o mundo
atrás de um mato diferente. Essas pode ser que tenham pretensão de “conhecer o
mundo”. Engano. Nunca vão conhecer o mundo. Como disse, não conhecem nem o
mundo a um quilômetro da sua casa.Pode ser que eu receba de contra-argumento que essa pessoa de vez em quando banha crianças pobres e tira delas seus piolhos, que ela invade vilas noite adentro em kombis cheias de sopa quente pra confortar as noites frias dos desvalidos. Reitero – impiedoso que sou – que isso é mais um alívio próprio, um sonrisal pra consciência, do que propriamente bondade.
Parece que o (a) jornalista escreve pensando que seus
leitores vivem num mundo de telenovela ou propaganda de margarina, todos com
tempo e dinheiro para um lauto café da manhã, e desconheça que na maioria dos
mundos as pessoas se dão por satisfeitas com um pão com manteiga e uma caneca
de café com leite.
Esses mundos diferentes convivem bem, num acordo tácito, há
gerações. Mas provocação com salada de pepino no café da manhã já é demais.
CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA
GOING TO CALIFORNIA - 1971 - LED ZEPPELIN
Sérgio Luiz Gallina
Going to California é uma canção do Led Zeppelin que faz parte do álbum Led Zeppelin IV, de 1971. Para gravar o solo, Jimmy Page utilizou um double drop D tuning, recurso inovador na época.
Robert Plant disse que a música era sobre "os primeiros anos do grupo, quando eu tinha apenas cerca de 20 anos e estava lutando para me encontrar no meio de toda a loucura da Califórnia, da banda e das groupies."
Spent my days with a woman unkind
Smoked my stuff and drank all my wine
Made up my mind to make a new start
Going to California with an aching in my heart
Someone told me there's a girl out there
With love in her eyes and flowers in her hair
Took my chances on a big jet plane
Never let them tell you that they're all the same
The sea was red and the sky was grey
Wondered how tomorrow could ever follow today
The mountains and the canyons started to tremble and shake
As the children of the sun began to awake
Seems that the wrath of the Gods
Got a punch on the nose and it started to flow
I think I might be sinking
Throw me a line if I reach it in time
I'll meet you up there where the path
Runs straight and high
To find a queen without a king
They say she plays guitar and cries and sings la la la la
Ride a white mare in the footsteps of dawn
Trying to find a woman who's never, never, never been born
Standing on a hill in my mountain of dreams
Telling myself it's not as hard, hard, hard as it seems
Smoked my stuff and drank all my wine
Made up my mind to make a new start
Going to California with an aching in my heart
Someone told me there's a girl out there
With love in her eyes and flowers in her hair
Took my chances on a big jet plane
Never let them tell you that they're all the same
The sea was red and the sky was grey
Wondered how tomorrow could ever follow today
The mountains and the canyons started to tremble and shake
As the children of the sun began to awake
Seems that the wrath of the Gods
Got a punch on the nose and it started to flow
I think I might be sinking
Throw me a line if I reach it in time
I'll meet you up there where the path
Runs straight and high
To find a queen without a king
They say she plays guitar and cries and sings la la la la
Ride a white mare in the footsteps of dawn
Trying to find a woman who's never, never, never been born
Standing on a hill in my mountain of dreams
Telling myself it's not as hard, hard, hard as it seems
domingo, 26 de janeiro de 2014
DO FUNDO DO BAÚ
Francisco Petrônio, nome artístico de Francisco Petrone, nasceu em São Paulo em 1923 e morreu no Rio de Janeiro em 2007. Era filho de imigrantes italianos e começou a cantar ainda criança.
"Quando eu era criança, meu pai chamava amigos e companheiros e me colocava sobre uma cadeira para que eu cantasse. Ser cantor era um sonho de criança que apenas em 1961 tornou-se realidade. Eu era taxista e costumava cantar enquanto dirigia. Numa dessas corridas um passageiro e cantor chamado Nerino Silva gostou de minha voz e me levou para fazer um teste na TV Tupi. Cantei, e o Cassiano Gabus Mendes, que na época era diretor artístico da emissora, gostou da minha voz e me contratou para a Rádio e a TV Tupi".
Em 1964 gravou a música "Baile da Saudade", que marcou sua carreira e bateu recordes de vendas. Na televisão, em 1966, Petrônio criou o programa "Baile da Saudade", apresentado na TV Paulista - atual Rede Globo -, aproveitando a boa receptividade da música que levava o mesmo nome. Posteriormente, passou por várias emissoras brasileiras, como Band, Gazeta, com o programa "Trasmontano em Família", Cultura, com "Festa Baile", Record, com "O Grande Baile" e Rede Vida, com o programa "Cantando com Francisco Petrônio".
Em 46 anos de carreira, gravou cerca de 750 músicas e teve lançados 55 discos e CD´s, entre gravações solo, participações especiais e regravações.
wikipedia
"Quando eu era criança, meu pai chamava amigos e companheiros e me colocava sobre uma cadeira para que eu cantasse. Ser cantor era um sonho de criança que apenas em 1961 tornou-se realidade. Eu era taxista e costumava cantar enquanto dirigia. Numa dessas corridas um passageiro e cantor chamado Nerino Silva gostou de minha voz e me levou para fazer um teste na TV Tupi. Cantei, e o Cassiano Gabus Mendes, que na época era diretor artístico da emissora, gostou da minha voz e me contratou para a Rádio e a TV Tupi".
Em 1964 gravou a música "Baile da Saudade", que marcou sua carreira e bateu recordes de vendas. Na televisão, em 1966, Petrônio criou o programa "Baile da Saudade", apresentado na TV Paulista - atual Rede Globo -, aproveitando a boa receptividade da música que levava o mesmo nome. Posteriormente, passou por várias emissoras brasileiras, como Band, Gazeta, com o programa "Trasmontano em Família", Cultura, com "Festa Baile", Record, com "O Grande Baile" e Rede Vida, com o programa "Cantando com Francisco Petrônio".
Em 46 anos de carreira, gravou cerca de 750 músicas e teve lançados 55 discos e CD´s, entre gravações solo, participações especiais e regravações.
CURTA NO TOA - DOSSIÊ RÊ BORDOSA
DOSSIÊ RÊ BORDOSA
Sinopse: Fama? Ego Inflado? Espírito de Porco? Quais os reais motivos que levaram Angeli a matar Rê Bordosa, sua mais famosa criação? Este documentário em animação stopmotion investiga este vil crime.
Gênero: Animação, Conteúdo Adulto
Subgênero: Policial Diretor: Cesar Cabral
Duração: 16 min
Ano: 2008
Formato: 35mm
País: Brasil
Local de Produção: SP
Cor: ColoridoLEITURA DE DOMINGO
Recado ao Senhor 903
Rubem Braga
“Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal.
Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito a repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor; é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros.
Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua.
Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21h45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois as 8h15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará ate o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada: e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
[...] Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: ‘Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou’. E o outro respondesse: ‘Entra vizinho e come do meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela’.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.”
(Rubem Braga. "Para gostar de ler". São Paulo: Ática, 1991)
sábado, 25 de janeiro de 2014
COVER DO SÁBADO
The Fool on the Hill é uma canção escrita por Paul McCartney (creditada como Lennon/McCartney) e gravada em 1967 no álbum Magical Mystery Tour e na trilha sonora do filme homônimo.
Fool on the Hill é o nome do quarto álbum lançado por Sergio Mendes & Brazil 66 e o trabalho que representou o ápice do sucesso de músico e arranjador brasileiro e seu grupo nos Estados Unidos, que havia se tornado popular no país desde dois anos antes, com o lançamento do álbum de estréia Herb Alpert presents Sergio Mendes & Brazil 66, com o grande sucesso mundial da versão de Mas Que Nada, de Jorge Ben.
A banda que gravou o álbum foi a segunda geração do Brazil 66, que manteve da formação original, quase toda substituída, apenas a cantora Lani Hall, responsável pelos vocais principais dos discos anteriores. A futura mulher de Sérgio, a cantora brasileira Gracinha Leporace, participa pela primeira vez de uma gravação do Brazil 66.
O single The Fool on the Hill, que dá nome ao disco, vendeu mais de quatro milhões de cópias em todo mundo, mais do que a própria versão original dos Beatles, e alcançou o sexto lugar na parada da Billboard.
wikipedia
A banda que gravou o álbum foi a segunda geração do Brazil 66, que manteve da formação original, quase toda substituída, apenas a cantora Lani Hall, responsável pelos vocais principais dos discos anteriores. A futura mulher de Sérgio, a cantora brasileira Gracinha Leporace, participa pela primeira vez de uma gravação do Brazil 66.
O single The Fool on the Hill, que dá nome ao disco, vendeu mais de quatro milhões de cópias em todo mundo, mais do que a própria versão original dos Beatles, e alcançou o sexto lugar na parada da Billboard.
A DAMA DE SHALLOT
A Dama de Shallot, do pintor britânico John William
Waterhouse, foi inspirada em um poema que leva o mesmo nome, escrito por Alfred
Tennyson. O poema, por sua vez, teve inspiração na lenda do rei Arthur.
Neste trecho, a dama da lenda está presa há anos em uma
torre de uma ilha fluvial, onde a única coisa que tem permissão para fazer é
tecer. A dama não tem permissão para olhar pela janela, ou será amaldiçoada.
Por isso, ela vê o mundo através de um espelho. No entanto, ao ouvir Sir
Lancelot cantar, esquece a maldição e olha pela janela. Então, a dama entra em
um barco em direção à sua morte, em Camelot.
Ficha Técnica - A Dama de Shallot:
Autor: John William Waterhouse
Onde ver: Tate Britain, Londres, Reino Unido
Ano: 1888
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 1,53m x 2,00m
Movimento: Pré-Rafaelismo
Com Universia Brasil
Para transformar o poema em pintura, John William Waterhouse
se concentrou nos versos: "Rio abaixo, onde a vista não alcança/ Como um
vidente em pleno transe.../ Um brilho opaco no semblante/ Ela olhou para
Camelot."
O pintor escolheu retratar este momento devido ao tema da
mulher que abandonava a vida celibatária por uma paixão condenada, que era
muito popular na literatura, na arte e no teatro vitorianos.
5 detalhes de A Dama de Shallot se destacam:
1. O rosto da dama:
A expressão da modelo e a sua cabeça ereta lembram uma
situação de sofrimento. A dama sabe que a sua morte é iminente.
2. As velas e o crucifixo:
Das três velas na proa do barco, duas foram apagadas pelo
vento, indicação de que a dama está quase no fim de sua jornada e de sua vida.
O crucifixo à sua frente, símbolo da morte sacrificial, é uma sugestão de que a
moça vai encontrar o seu caminho até o céu.
3. Folhas flutuando na água:
As folhas aparecem sobre a água para representar não só o
outono da vida como a noção vitoriana da "mulher caída", ou seja, a
que sucumbiu à tentação sexual.
4. O bordado:
O bordado que a dama tecia em sua torre aparece sobre a
lateral do barco. Nos círculos são retratadas cenas que ela viu através do
espelho durante a sua permanência na torre.
5. A corrente:
A dama segura uma corrente em sua mão direita. Esta corrente
matinha o barco ancorado à ilha, mas também tem um significado metafórico:
representa o medo da dama a respeito da maldição que a privou da vida. Ao
deixar para trás as correntes e seus temores, a moça está se libertando.
Ficha Técnica - A Dama de Shallot:
Autor: John William Waterhouse
Onde ver: Tate Britain, Londres, Reino Unido
Ano: 1888
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 1,53m x 2,00m
Movimento: Pré-Rafaelismo
Com Universia Brasil
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
CASSAVA POWDER
Por falar em viagem, que no meu caso é sempre a trabalho,
costumo ficar em um hotel que tem “Room Service”, “Fitness center” e outras
frescuras do tipo. Drink Room, que seria importante, não tem. Não que serviço de quarto ou sala de exercícios seja
frescura, mas tratá-las com esse nome é.
O cardápio é todo bilíngue, português e inglês. E se algum
desafortunado hóspede não souber nenhuma das duas línguas não fará nenhuma
diferença: tudo tem o mesmo gosto.
Mas folgo em saber que nunca vou encontrar um
americano de calção e toalha no ombro, perdido, procurando uma esteira pra
caminhar e uma barra de ferro com alteres pra levantar.
Digo isso por que acho estranho um hotel se preparar pra
receber gente de outro país e não estar preparado pra receber gente de outro
estado. Claro, não precisam saber o que é mogango com leite gordo e nem ter
água sempre quente para o mate. Mas perguntar se farinha de mandioca é aipim em
pó já é demais.
O MUNDO MONGO
Leio que o diretor Joe Wright (“Desejo e Reparação”, “Orgulho e Preconceito” e “Anna Karenina”) proibiu a atriz Keira Knightley de fazer "biquinho" em seus filmes. O gajo estaria irritado com a moda "degustadora" e acha que a moçoila abusa do "recurso", que tem até nome: duckface.
“Eu já tirei do meu sistema. Eu não sabia que fazia tanto bico!’, disse a atriz em uma entrevista.
Já falei várias vezes sobre isso, acho idiota a pessoa se fotografar ou ser fotografada fazendo bico e postar em redes sociais. Podem dizer que não tenho nada com isso, que cada um faz o que bem entende e que todo mundo quer ser igual a todo mundo, mas é uma modinha muito idiota.
“Eu já tirei do meu sistema. Eu não sabia que fazia tanto bico!’, disse a atriz em uma entrevista.
Já falei várias vezes sobre isso, acho idiota a pessoa se fotografar ou ser fotografada fazendo bico e postar em redes sociais. Podem dizer que não tenho nada com isso, que cada um faz o que bem entende e que todo mundo quer ser igual a todo mundo, mas é uma modinha muito idiota.
DAS FÉRIAS
Ver fotos das férias alheias é sempre uma emoção. Pra mim, a
mesma emoção de ficar parado em uma fila de banco pra pagar uma conta. Mas uma
emoção, de qualquer maneira.
Enquanto eu olho - sempre sorrindo, simpatia é meu forte - as
fotos das pessoas se exibindo a milhas e milhas e milhas de distância de casa, dá tempo de pensar: mato é mato.
O sujeito pega um avião, um jegue, duas canoas e um cipó pra
chegar num matagal remoto. Não seria mais prático e mais barato ficar num mato
mais perto de casa? Se é pra fazer xixi em touceira e ser picado por mosquito
pra que ir tão longe?
Mas, Luiggi é compreensivo e entende que cada um brinca
de Jim das Selvas onde quiser. E sempre com a máquina pra tirar milhares de
fotos, naturalmente.
MÚSICA NA SEXTA
Arrigo Barnabé nasceu em Londrina, Paraná, em 1951. Foi um dos artistas mais importantes do que se convencionou
chamar de Vanguarda Paulistana, junto com outros tantos nomes, como Vânia
Bastos, o saudoso Itamar Assumpção, Grupo Rumo, Premeditando o Breque e tantas
outras pessoas de talento.
O primeiro disco de Arrigo foi "Clara Crocodilo", cujo maior
destaque foi a música que deu nome ao álbum. O nome Clara
Crocodilo lhe veio à cabeça após ler “Aura Amada”, poema de Arnaut Daniel.
Disse que procurava a sonoridade que contivesse em si a oposição. Em som e
imagem. Clara, a luz, crocodilo, o profundo, o pantanoso. E também a diferença “Cla/Crô”.
Em outra feita, perguntado por Rogério Skylab, sobre o
porquê de os primeiros discos serem sempre tão emblemáticos e diferentes na
carreira dos artistas, Arrigo respondeu que “o motivo disso é muito simples, é
o disco em que tivemos uma vida inteira pra pensar”. Ou algo parecido.
A música Clara Crocodilo trata do personagem homônimo, um
bandido que é libertado quando da execução do disco.
Quando Arrigo termina a música com “Ouvinte meu, meu irmão?”,
queria, na verdade, citar Baudelaire, no poema “Ao leitor”, que termina com:
“Hipócrita leitor, meu igual, meu irmão.”
O disco foi gravado com a banda Sabor de
Veneno e lançado em 1980.
São Paulo, 31 de dezembro de 1999.
Falta pouco, pouco, muito pouco mesmo para o
ano 2000 e você, ouvinte incauto, que no
aconchego de seu lar, rodeado de seus
familiares, desafortunadamente colocou
este disco na vitrola, você que, agora,
aguarda ansiosamente o espocar da
champanha e o retinir das taças, você,
inimigo mortal da angústia e do
desespero, esteja preparado... o pesadelo
começou. Sim, eu sei, você vai dizer que é
sua imaginação, que você andou lendo
muito gibi ultimamente, mas então por
que suas mãos tremeram, tremeram,
tremeram tanto, quando você acendeu
aquele cigarro... e por que você ficou tão
pálido de repente? Será tudo isto fruto da
sua imaginação? Não, meu amigo, vá ao
banheiro agora, antes que seja tarde
demais, porque neste mero disco que você
comprou num sebo, esteve aprisionado
por mais de 20 anos, o perigoso marginal,
o delinquente, o facínora, o inimigo
público número um, Clara Crocodilo...
Quem cala consente, eu não me calo
Não vou morrer nas mãos de um tira
Quem cala, consente, eu desacato
Não vou morrer nas mãos de um rato
Não vou ficar mais neste inferno
Nem vou parar num cemitério
Metralhadora não me atinge
Não vou ficar mais neste ringue
Ei, você que está me ouvindo, você acha
Que vai conseguir me agarrar? pois então,
Tome...
Já vi que você é perseverante. vamos ver
Se você segura esta...
Meninas, vocês acham que eles querem
Mais?
Querem sim!
Você, que então é tão espertinho, vamos
Ver se você consegue me seguir neste
Labirinto.
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Olha o holofote no olho,
Sorte, você não passa de um repolho
Onde andará Clara Crocodilo? Onde
andará? Será que ela está roubando algum
supermercado? Será que ela está
assaltando algum banco? Será que ela está
atrás da porta de seu quarto, aguardando o
momento oportuno para assassiná-lo com
os seus entes queridos? Ou será que ela
está adormecida em sua mente esperando
a ocasião propícia para despertar e descer
até o seu coração... ouvinte meu, meu
irmão?
Falta pouco, pouco, muito pouco mesmo para o
ano 2000 e você, ouvinte incauto, que no
aconchego de seu lar, rodeado de seus
familiares, desafortunadamente colocou
este disco na vitrola, você que, agora,
aguarda ansiosamente o espocar da
champanha e o retinir das taças, você,
inimigo mortal da angústia e do
desespero, esteja preparado... o pesadelo
começou. Sim, eu sei, você vai dizer que é
sua imaginação, que você andou lendo
muito gibi ultimamente, mas então por
que suas mãos tremeram, tremeram,
tremeram tanto, quando você acendeu
aquele cigarro... e por que você ficou tão
pálido de repente? Será tudo isto fruto da
sua imaginação? Não, meu amigo, vá ao
banheiro agora, antes que seja tarde
demais, porque neste mero disco que você
comprou num sebo, esteve aprisionado
por mais de 20 anos, o perigoso marginal,
o delinquente, o facínora, o inimigo
público número um, Clara Crocodilo...
Quem cala consente, eu não me calo
Não vou morrer nas mãos de um tira
Quem cala, consente, eu desacato
Não vou morrer nas mãos de um rato
Não vou ficar mais neste inferno
Nem vou parar num cemitério
Metralhadora não me atinge
Não vou ficar mais neste ringue
Ei, você que está me ouvindo, você acha
Que vai conseguir me agarrar? pois então,
Tome...
Já vi que você é perseverante. vamos ver
Se você segura esta...
Meninas, vocês acham que eles querem
Mais?
Querem sim!
Você, que então é tão espertinho, vamos
Ver se você consegue me seguir neste
Labirinto.
Clara crocodilo fugiu
Clara crocodilo escapuliu
Vê se tem vergonha na cara
E ajuda Clara, seu canalha
Olha o holofote no olho,
Sorte, você não passa de um repolho
Onde andará Clara Crocodilo? Onde
andará? Será que ela está roubando algum
supermercado? Será que ela está
assaltando algum banco? Será que ela está
atrás da porta de seu quarto, aguardando o
momento oportuno para assassiná-lo com
os seus entes queridos? Ou será que ela
está adormecida em sua mente esperando
a ocasião propícia para despertar e descer
até o seu coração... ouvinte meu, meu
irmão?
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