“O gugol criou uma geração de especialistas em tudo”. Já
ouvi essa frase e concordo. Mas acho que não é só o gugol. É a internet e a
quantidade de informações, de maneira geral. Qualquer evento vem com perícia e
contraperícia. E sai todo mundo repetindo o pouco que ouviu ou leu como se
aquele fosse um conhecimento acumulado de décadas de estudo profundo.
No dia seguinte ao lamentável ocorrido na Boate Kiss, em
Santa Maria, já tínhamos centenas de peritos em segurança em qualquer
botequim da cidade. Da mesma forma, quando ocorreu o acidente com Michael
Schumacher. Todo mundo entendia de esquiar na neve.
Os especialistas do momento são em política internacional,
comentando a situação da Crimeia, e em aviação, dizendo o que pode ou não
acontecer com um avião que decola na Malásia.
Mas a melhor, a que eu nunca vou esquecer, foi em 2009, quando
houve um golpe em Honduras (depois o presidente Manuel Zelaya retornaria ao
seu país escondido, refugiando-se na embaixada do Brasil em Honduras). Um
escritor que sempre é chamado nessas ocasiões, lasca: “A situação em Tegucigalpa
é muito simples de compreender.” Como se ele estivesse atualizado sobre todas as
capitais e querelas do mundo.
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