Escrevi ontem sobre algumas influências da MuiLeal no
dialeto guasca. Comentei que não sabia o motivo pelo qual os programas sobre o
tema serem de madrugada.
Algum leitor deverá obtemperar que o nativismo é vinculado à
vida rural, em que as pessoas acordam muito cedo para aproveitar bem o dia e
poder trabalhar tenazmente desde o primeiro raio de sol na lavoura, na lidas
com as vacas, enfim, tudo que gira no imaginário rural.
O problema é que os interessados nesse mundo rural idílico não estão no campo, muito menos na lavoura. A maioria trabalha como funcionário público na capital e tira férias em setembro pra andar fantasiado e tentar falar guascamente num favelão que chamam de acampamento aqui na MuiLeal.
O problema é que os interessados nesse mundo rural idílico não estão no campo, muito menos na lavoura. A maioria trabalha como funcionário público na capital e tira férias em setembro pra andar fantasiado e tentar falar guascamente num favelão que chamam de acampamento aqui na MuiLeal.
E os difusores desse mundo através da arte, se já não são da
MuiLeal, vêm do campo para a cidade, para a maldita perdição. E boa parte mora
na Cidade Baixa.
Eu não entendo. O sujeito abandona as vaquinhas, o laço, o
galpão, o café ao relento, o pala velho, o fumo de rolo, a morcilha (a branca e
a preta!), a pinga ardida, enfim, tudo que é bom, pra ter saudade de tudo isso
no meio de prendas nem tão mimosas, celular, internet, táxi, free light, cerveja gelada, presunto sem
capa de gordura, ar condicionado e ainda ganhar algum dinheiro cantando nos “botecos”
da cidade.
Terra estranha.
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