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sábado, 28 de fevereiro de 2015

PAISAGEM EM CHAPONVAL

O pintor impressionista francês Camille Pissarro é o autor de Paisagem em Chaponval. As obras do pintor retratavam muitos camponeses, fornecendo um contraste com outros pintores impressionistas, como Pierre-Auguste Renoir e Edgar Degas, que mostravam o mundo elegante e burguês de Paris.

 Paisagem em Chaponval

O tema da obra apresentada hoje inclui um cenário rural perto de Pontoise, ao norte de Paris, com uma camponesa. Isso revela a preocupação artistica de Pissarro em obter uma técnica de pintura mais esboçada e com maior foco na vida no campo. O centro da tela é ocupado pela camponesa com a vaca e apesar de relativamente anônima, a moça está em harmonia com a paisagem. Isso confere dignidade e serenidade ao conjunto da obra.

A integração das pessoas e das construções ao cenário dá uma forte identidade ao local. Entretanto, nesta obra, a atenção do espectador se volta para a camponesa e a vaca, em parte porque elas estão em primeiro plano e em parte por causa do contraste sutil entre tons.

A ausência de detalhes leva o espectador a explorar mais a situação, mas por outro lado, o vilarejo iluminado pelo sol e instalado aos pés de uma colina, forma um conjunto suave que interrompe a composição entre o campo próximo e a colina ao fundo.

3 detalhes de Paisagem em Chaponval se destacam:

1. Moça:

Para que a mossa se sobressaia na quantidade de verde presente na tela, há uma complexa mistura de tons de azul em sua roupa. Essa mesma mistura se repete na vegetação azul-esverdeada diante das casas e nos telhados.

2. Pormenores da cena:

Para criar os pequenos detalhes da cena, Pissarro escolheu com cuidado as suas pinceladas. Nos telhados, por exemplo, aparecem mais marcas paralelas que os traços aleatórios das folhas e folhagens. Também é possível identificar mais detalhes precisos nas janelas e construções.

3. Densidade:

As pinceladas são aplicadas com densidade, fazendo com que a textura do empaste adicione profundidade e movimento aos pequenos detalhes da cena.

Ficha Técnica - Paisagem em Chaponval:

Autor: Camille Pissarro
Onde ver: Museu d'Orsay, Paris, França
Ano: 1880
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 54,4cm x 65cm
Movimento: Impressionismo


Com Universia Brasil

COVER DO SÁBADO

Carango, de Carlos Imperial e Nonato Buzar, foi gravada por Erasmo Carlos em seu segundo disco, Você me Acende, em 1966. A gravadora apostava na música como um dos sucessos do disco, o que não ocorreu. "Gatinha Manhosa", "É Duro ser Estátua" e "A Carta" foram as que estouraram.



No mesmo ano, Wilson Simonal faz uma parceria com o Som Três, formado por Toninho (bateria), Sabá (baixo) e César Camargo Mariano (piano), que passaria a lhe acompanhar em shows e gravações. Em 2 de fevererio de 1966, Simonal e o grupo gravaram um compacto simples com Carango. É um de seus maiores sucessos.


wikipedia

FRASE DO DIA

"Eu sei como é estar morto."
Peter Fonda

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

MANCHETE


Mais uma pérola (Terra):

Time inglês investiga invasão de casal e sexo em estádio

CORREIO DO CORVO

Leonard Nimoy
(26/03/1931 - 27/02/2015)

MÚSICA NA SEXTA

Djavan Caetano Viana nasceu em Maceió, em 1949.

Djavan poderia ter sido jogador de futebol. Lá pelos 11, 12 anos dividia seu tempo e sua paixão entre o jogo de bola nas várzeas de Maceió e o equipamento de som quadrifônico da casa de Dr. Ismar Gatto, pai de um amigo de escola.

Da primeira paixão, despontava como talentoso meio-campo no time do CSA, onde poderia ter feito tranquilamente carreira profissional. Mas é na viagem sonora pela coleção de discos do Dr. Ismar - que para o pequeno alagoano parecia conter toda a música do mundo - que desponta um artista: o compositor, cantor, violonista e arranjador Djavan.

Nascido de família pobre, aprende violão sozinho nas deficientes cifras de revistas do jornaleiro. Aos 18, já anima bailes da cidade com o conjunto Luz, Som, Dimensão (LSD). Não demora a ter certeza: precisa compor.

Aos 23, chega ao Rio de Janeiro para tentar a sorte no mercado musical.   É crooner de boates famosas - Number One e 706. Com a ajuda de Edson Mauro, radialista e conterrâneo, conhece João Mello, produtor da Som Livre, que o leva para a TV Globo. Passa a cantar trilhas sonoras de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como Dori Caymmi, Toquinho e Vinícius e Marcos e Paulo Sérgio Valle.

Em três anos, nas horas vagas do microfone, compõe mais de 60 músicas, de variados gêneros.   Com uma delas, "Fato Consumado", tira segundo lugar no Festival Abertura, realizado pela TV Globo em 1975, e chega ao estúdio da Som Livre. De lá sai com seu primeiro disco, das mãos do mítico produtor Aloysio de Oliveira (o mesmo de Carmen Miranda e Tom Jobim).  Seria apenas o primeiro de uma longa discografia, que colocou Djavan definitivamente entre os maiores e mais influentes artistas da música brasileira.

Em 1980 Djavan lança seu terceiro disco, Alumbramento, e mostra que, além de completo, dialoga bem com seus pares. Nele, inaugura parcerias com Aldir Blanc, Cacaso e Chico Buarque, agora definitivamente colegas de primeiro time da MPB.  A esta altura, talento reconhecido por crítica e público, Djavan vê algumas de suas músicas ganharem outras vozes: Nana Caymmi grava "Dupla traição", Maria Bethânia, “Álibi, Roberto Carlos, “A ilha”, Gal Costa, “Açaí".

A canção "Faltando um Pedaço" foi lançada no mesmo ano em um disco promocional, sendo que o álbum Seduzir, que inclui a música, foi lançado em maio de 1981.


Faltando um Pedaço
Djavan

O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha

O amor é como um raio galopando em desafio
Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho
Na pureza de um limão ou na solidão do espinho

O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços

FRASE DO DIA

"Justo a mim coube ser eu!"
Mafalda

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

MOMENTO VERCILLO

Outro dia o ator Wagner Moura se referiu à colega Alice Braga como "uma reserva de afeto". Agora foi a vez do Rodrigo Santoro elogiar o colega Will Smith, com quem trabalha no filme Golpe Duro.

"Durante toda a filmagem nós nos divertimos. Ele é uma pessoa muito solar, com energia, um cara que fala com todo mundo, está sempre com um astral incrível." 

Menos, Xerxes, menos...

ÁLBUM DA QUINTA

O ROMANCE DO PAVÃO MYSTERIOZO - 1974 - EDNARDO

Ednardo iniciou a carreira musical em Fortaleza, Ceará, no início da década de 1970, junto com outros artistas conterrâneos, como Fagner, Belchior e Amelinha. Já no início da carreira, venceu o Festival Nordestino da Música Brasileira, momento a partir do qual passou a ter maior projeção na cena musical cearense.


O Romance do Pavão Mysteriozo é o primeiro disco solo de Ednardo, ainda com a referência “Do Pessoal do Ceará” abaixo de seu nome.

Usada como tema da novela “Saramandaia” em 1976, a música título - um maracatu cearense - não só trouxe o ritmo para todo o país como tornou Ednardo um nome consagrado nacionalmente. Até hoje é impossível que ele faça um show e não toque o “Pavão” que virou sua marca registrada.

O LP tem outros destaques como a incrível “Carneiro” sua parceria com Augusto Pontes e a deliciosa “Dorothy Lamour”, uma parceria dos sonhos para qualquer admirador da música cearense: Petrúcio Maia e Fausto Nilo.


O LP original saiu acompanhado de um livreto de cordel que além das letras das músicas e da ficha técnica possuía o texto abaixo , de autoria de Ednardo:

“Uma capa é uma EMBALAGEM um ENVO-LUCRO. Que não traduz satisfatoriamente o que está dentro dela, e mesmo porque nem precisa ser assim. O Pavão é uma coisa bonita que "voa". "Voa" assim como eu enxerguei que ele voasse. Quando li o romance tudo estava daquele jeito - escrito.Todas as piruetas que o rapaz fez para livrar a moça do castelo do conde, resultaram num sentimento final anti-repressivo, livremente bonito, sem preocupações, porque o começo de cada coisa já contêm o seu fim.E eu topei fazer este disco assim, como uma estória, para que ele se impregnasse e fosse irmão desse mesmo sentimento final:O Vôo, o Rapaz, a Moça, o Pavão, (e eu), sem assumir nenhuma pose * "fox-lórica" e/ou ** "folclórica".O desenho do pavão foi um jogo de paciência, minha atividade lúdica enquanto o disco não vinha, enquanto não dava o carneiro.”(Ednardo)


Lado 1
1. Carneiro (Ednardo / Augusto Pontes) - 00:00
2. Avião de Papel (Ednardo) - 02:31
3. Mais um Frevinho Danado (Ednardo) - 05:58
4. Ausência (Ednardo) - 08:02
5. Varal (Ednardo / Tânia Cabral) - 11:30
6. Dorothy Lamour (Petrúcio Maia e Fausto Nilo) - 15:31

Lado 2
1. Desembarque (Ednardo) - 19:38
2. Trem do Interior (Ednardo / Fausto Nilo) - 22:22
3. Alazão (Clarões) (Ednardo / Brandão) - 25:35
4. A Palo Seco (Belchior) - 29:51
6. Água Grande (Ednardo / Augusto Pontes) - 33:49
6. Pavão Mysteriozo (Ednardo) - 38:01


Arranjos e Regências - Hareton Salvanini / Heraldo do Monte / Isidoro Longano
Violão e Percussões - Ednardo
Viola e Guitarra - Heraldo do Monte
Flauta e Sax Tenor - Isidoro Longano (Bolão)
Banjo - Luiz de Andrade
Contra Baixo (Acústico e Elétrico) - Gabriel J. Bahlis
Bateria - Antonio de Almeida (Toniquinho)
Tímpanos - Ernesto de Lucca
Tumbadoras - Rubens de S. Soares
Percussões - José Eduardo P. Nazário / Jorge H. Silva / Dirceu S. de Medeiros (Xuxu)
Piano Cravo (elétrico) - José Hareton Salvanini
Flauta / Pícolo - Demétrio S. de Lima
Flauta / Sax Alto - Eduardo Pecci
Clarinete - Franco Paioletti
Oboé - Benito S. Sanchez
Baixo Tuba - Drausio Chagas
Pistons - Sebastião J. Gilberto (Botina) / Settimo Paioletti
Trombones - Roberto J. Galhardo / Antônio Secato
Violoncelos - Ezio Dal Pino / Flabio Antonio Russo
Violinos - Jorge G. Izquierdo / Oswaldo J. Sbarro / Caetano D. Finelli / Dorisa Soares
Antonio F. Ferrer / German Wajnrot / Alfredo P. Lataro / Joel Tavares
Participação Especial - Amelinha no Vocal da faixa "Ausência"


wikipedia / musicadoceara.blogspot.com

FRASE DO DIA

"O cara que inventou a punheta era um inventor de mão cheia."
Ary Toledo

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

DO DELÍRIO COTIDIANO

No R7:

Idosa de 73 anos é presa com cocaína e se defende: "Pensei que fosse polvilho"

A polícia apreendeu 25 quilos de cocaína, que ela afirmou ser do filho e que pensou que o pó fosse polvilho.

Vai ser fácil sair dessa. Ela não tem culpa de ter se confundido. Afinal de contas, é super normal uma pessoa guardar 25 quilos de polvilho em casa.

CRIATURAS QUE O MUNDO ESQUECEU

Eduardo dos Santos Gudin nasceu em São Paul em 1950. O início de sua carreira se deu aos 16 anos, em 1966, quando foi convidado por Elis Regina para se apresentar no extinto O Fino da Bossa, musical da TV Record. Dois anos depois, classificou "Choro do Amor Vivido" (em parceria com Walter de Carvalho e interpretada por Os Três Morais e com arranjo de Hermeto Pascoal) para o Festival de Música Popular Brasileira, da mesma emissora, no qual se apresentaram Chico Buarque, Edu Lobo, Caetano Veloso, entre outros.

Em 1969, chega ao 3º lugar no mesmo festival, com "Gostei de Ver" (parceria com Marco Antônio Ramos), na voz de Márcia e os Originais do Samba. Nesse mesmo ano, "Lá Se Vão Meus Anéis" (com Paulo Cesar Pinheiro e na voz dos Originais do Samba) vence o 4º Festival Universitário da TV Tupi.

O primeiro disco, porém, só viria em 1970, firmando a parceria com Paulo César Pinheiro, que duraria várias décadas e renderia cerca de 80 músicas. Em 1973, o primeiro LP, pela gravadora Odeon, com arranjos seus e de José Briamonte e Hermeto Pascoal, além da participação vocal de Jane Morais.


No ano seguinte, a Odeon lança outro LP, desta vez com as canções do espetáculo O Importante é que a Nossa Emoção Sobreviva (que teria o 2º volume em 1976), interpretadas por ele, Márcia e Paulo César no Teatro Oficina, em São Paulo. Também é de 1974 o LP Brasil, Flauta, Bandolim e Violão, ao lado do Regional do Evandro, pela Discos Marcus Pereira. Em 1978, vem o LP Coração Marginal, pela gravadora Continental, com participação de Adauto Santos, MPB4 e Marília Medalha.

Gudin também idealizou o Festival Universitário da TV Cultura, de 1979, que lançou artistas vanguardistas como Arrigo Barnabé e outros. Em 1985, novo festival, desta vez o Festival dos Festivais (TV Globo), em que "Verde" (com Costa Netto) ficou em 3º e lançou a cantora Leila Pinheiro. Nessa época, compôs com Arrigo Barnabé e Roberto Riberti o tema de abertura de Cidade Oculta, filme de Chico Botelho.

Entre seus parceiros estão Hermínio Belo de Carvalho, Paulo Vanzolini, Aldir Blanc, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Francis Hime, Sérgio Natureza, Roberto Riberti, Cacaso e Guinga, entre outros.

wikipedia

GRANDES FRASES DE GRANDES FILMES

"Na minha modesta opinião, homenagem de homem é pau duro!"

Tieta (Sônia Braga) - Tieta do Agreste - 1996

FRASE DO DIA

"Muita gente fica melhor com uma tarja preta no rosto. A revista Caras devia usar mais este recurso."
Hélio de La Peña

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

NEW JOURNALISM

O pessoal dos sites de notícia anda se puxando. No Terra, semana passada:

Tiger Woods assiste jogo do filho ao lado da mulher após traí-la com 120 amantes

O golfista Tiger Woods e a modelo Elin Nordegren deixaram as adversidades de lado para acompanhar um jogo de futebol do filho, fruto do casamento entre os dois de cinco anos, que terminou em 2010 após um escândalo de traições envolvendo o atleta.

PRIMEIROS PARÁGRAFOS INESQUECÍVEIS

"No início da infância, quando tinha seis ou sete anos, comecei a desenvolver a sensação de que havia algo diferente comigo. Talvez fosse o jeito como falavam de mim, como se eu não estivesse presente. Minha família morava em The Green, 1, uma casa minúscula em Rippley, Surrey, com acesso direto ao parque do povoado. A casa fazia parte do que havia sido um asilo de pobres e dividia-se em quatro cômodos: dois quartos exíguos no andar de cima, e uma saleta e cozinha embaixo. O banheiro ficava do lado de fora, em um galpão de ferro nos fundos do jardim; e não tínhamos banheira, apenas uma bacia grandona de zinco pendurada atrás da porta. Não lembro de jamais tê-la usado."
Eric Clapton - A Autobiografia - 2007

BREGA CHIQUE

Altemar Dutra de Oliveira (Aimorés, 6 de outubro de 1940 - Nova York, 9 de novembro de 1983) foi um cantor brasileiro. 

Em 1964 gravou com grande sucesso "Que queres tu de mim", "O trovador", "Sentimental demais" e "Somos iguais" (todas de Evaldo Gouveia e Jair Amorim). Destacou-se também na América Latina, fazendo apresentações em vários países e gravando um LP com Lucho Gatica: El bolero se canta así. Com suas versões em espanhol, chegou a vender mais de 500 mil cópias na América Latina. 

Depois de ter dominado as paradas de sucesso locais, a partir de 1969 passou a conquistar fãs de origem latina nos Estados Unidos. Em pouco tempo, tornou-se um dos mais populares cantores estrangeiros nos Estados Unidos. Apresentava um show para a comunidade latino-americana, no clube noturno "El Continente", em Nova York, quando faleceu aos 43 anos, de derrame cerebral.



Sentimental Demais

Sentimental eu sou
Eu sou demais
Eu sei que sou assim
Porque assim ela me faz

As músicas que eu
Vivo a cantar
Têm o sabor igual
Por isso é que se diz
Como ele é sentimental

Romântico é sonhar
E eu sonho assim
Cantando estas canções
Para quem ama igual a mim

E quem achar alguém
Como eu achei
Verá que é natural
Ficar como eu fiquei
Cada vez mais
Sentimental

wikipedia

FRASE DO DIA

“Nunca desista do seu sonho. Se não encontrar numa padaria, procure na próxima.” 
Bussunda

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

???


No globo.com:

Morre antes de operar 3ª vítima de acidente entre ônibus e caminhão em SC

CORREIO DO CORVO

Clark Terry
(12/12/1920 - 21/02/2015)

CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA

HOMEWARD BOUND* (1975) PAUL SIMON

Sérgio Luiz Gallina


I'm sitting in the railway station
Got a ticket to my destination
On a tour of one-night stands my suitcase and guitar in hand
And every stop is neatly planned for a poet and one-man band
----
Homeward bound
I wish I was
Homeward bound
----
Home where my thought's escaping
Home where my music's playing
Home where my love lies waiting
Silently for me
----
Every day's an endless stream
Of cigarettes and magazines
And each town looks the same to me, the movies and the factories
And every stranger's face I see reminds me that I long to be
----
Homeward bound
I wish I was
Homeward bound
----
Home where my thought's escaping
Home where my music's playing
Home where my love lies waiting
Silently for me
----
Tonight I'll sing my songs again
I'll play the game and pretend
But all my words come back to me in shades of mediocrity
Like emptiness in harmony I need someone to comfort me
----
Homeward bound
I wish I was
Homeward bound
----
Home where my thought's escaping
Home where my music's playing
Home where my love lies waiting
Silently for me
Silently for me
----------------------
*Simon & Garfunkel

FRASE DO DIA

domingo, 22 de fevereiro de 2015

GALERIA DE NOTÁVEIS - JECE VALADÃO

LEITURA DE DOMINGO


Resultado de imagem para luis fernando verissimoGRANDE EDGAR

Luis Fernando Verissimo

Já deve ter acontecido com você.

- Não está se lembrando de mim?

Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar no arquivo desativado. Ele está ali, na sua frente, sorrindo, os olhos iluminados, antecipando a sua resposta. Lembra ou não lembra?
Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir. Um, o curto, grosso e sincero.

- Não.

Você não está se lembrando dele e não tem por que esconder isso. O "Não" seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. Pelo menos não entre pessoas educadas. Você devia ter vergonha. Não me lembro de você e mesmo que lembrasse não diria. Passe bem.
Outro caminho, menos honesto mas igualmente razoável, é o da dissimulação.

- Não me diga. Você é o... o...
"Não me diga", no caso, quer dizer "Me diga, me diga". Você conta com a piedade dele e sabe que cedo ou tarde ele se identificará, para acabar com a sua agonia. Ou você pode dizer algo como:

- Desculpe deve ser a velhice, mas...

Este também é um apelo à piedade. Significa "Não torture um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!" É uma maneira simpática de dizer que você não tem a menor idéia de quem ele é, mas que isso não se deve à insignificância dele e sim a uma deficiência de neurônios sua. E há o terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.

- Claro que estou me lembrando de você!

Você não quer magoá-lo, é isso. Há provas estatísticas que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:

- Há quanto tempo!

Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, ele o desafiará.

- Então me diga quem eu sou.
Neste caso você não tem outra saída senão simular um ataque cardíaco e esperar, falsamente desacordado, que a ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso e dizer apenas:

- Pois é.

Ou:
- Bota tempo nisso.

Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. Quem é esse cara, meu Deus?Enquanto resgata caixotes com fichas antigas do meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras como "jabs" verbais.

- Como cê tem passado?
- Bem, bem.
- Parece mentira.
- Puxa.

(Um colega da escola. Do serviço militar. Será um parente? Quem é esse cara, meu Deus?)
Ele está falando:

- Pensei que você não fosse me reconhecer...
- O que é isso?!
- Não, porque a gente às vezes se decepciona com as pessoas.
- E eu ia esquecer você? Logo você?
- As pessoas mudam. Sei lá.
- Que idéia!

(É o Ademar! Não, o Ademar já morreu. Você foi ao enterro dele. O... o... como era o nome dele? Tinha uma perna mecânica. Rezende! Mas como saber se ele tem uma perna mecânica? Você pode chutá-lo, amigavelmente. E se chutar a perna boa? Chuta as duas. "Que bom encontrar você!" e paf, chuta uma perna. "Que saudade!" e paf, chuta a outra. Quem é esse cara?)

- É incrível como a gente perde contato.
- É mesmo.

Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.

- Cê tem visto alguém da velha turma?
- Só o Pontes.
- Velho Pontes!
(Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...)
- Lembra do Croarê?
- Claro!
- Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.
- Velho Croarê!

(Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece nenhum Croarê e nunca fez tiro ao alvo. É inútil. As pistas não estão ajudando. Você decide esquecer toda a cautela e partir para um lance decisivo. Um lance de desespero. O último, antes de apelar para o enfarte.)

- Rezende...
- Quem?

Não é ele. Pelo menos isso está esclarecido.

- Não tinha um Rezende na turma?
- Não me lembro.
- Devo estar confundindo.

Silêncio. Você sente que está prestes a ser desmascarado.

- Sabe que a Ritinha casou?
- Não!
- Casou.
- Com quem?
- Acho que você não conheceu. O Bituca.

Você abandonou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador. Você está tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do abismo. Como que não conhece o Bituca?

- Claro que conheci! Velho Bituca...
- Pois casaram...

É a sua chance. É a saída. Você passa ao ataque.

- E não me avisaram nada?!
- Bem...
- Não. Espera um pouquinho. Todas essas coisas acontecendo, a Ritinha casando com o Bituca, o Croarê dando tiro, e ninguém me avisa nada?!
- É que a gente perdeu contato e...
- Mas o meu nome está na lista, meu querido. Era só dar um telefonema. Mandar um convite.
- É...
- E você ainda achava que eu não ia reconhecer você. Vocês é que esqueceram de mim!
- Desculpe, Edgar. É que...
- Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam...

(Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima idéia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de "Já?!")

- Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?
- Certo, Edgar. E desculpe, hein?
- O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido.
- Isso.
- Reunir a velha turma.
- Certo.
- E olha, quando falar com a Ritinha e o Mutuca...
- Bituca.
- E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hein?
- Tchau, Edgar!

Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer "Grande Edgar". Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar "Você está me reconhecendo?" não dirá nem não. Sairá correndo.

Nota da Redação: Essa é a edição número 100 do "Leitura de Domingo". Muito justo que tenha o texto de um dos melhores do ramo.

CURTA NO TOA - O ESTRANHO MUNDO DE VON VICTOR


O ESTRANHO  MUNDO DE VON VICTOR

Sinopse: Quadrinhos, tatuagem, rock, mulheres safadas, molhadas e taradas. Um pastor com idéias daquelas que os pais rezam para que não aflorem nas cabeças de seus filhos. O estranho mundo de Von Victor é totalmente impróprio para menores. Para alguns ele é um artista. Para outros, não passa de um pervertido. A porta está aberta: entre e sinta-se a vontade se puder.

Documentário, de Carol Thomé, Duração: 11 min,
Gênero: Documentário
Diretor: Carol Thomé
Produção: Carol Thomé
Roteiro: Carol Thomé
Edição: Carol Thomé
Direção de Arte: Duca Mendes
Animação: Rodrigo Resende
Trilha original: Alê Souza, Duca Mendes
Edição de som: Alê Souza
Câmera: Carol Thomé
Pós-produção: Rodrigo Resende
Design de Som: Duca Mendes
Assist de Produção Executiva: Carol Thomé, Duca Mendes 
Elenco: Chris Lima, Simone Rodrigues, Von Victor
Duração: 11 min Ano: 2009 Formato: Vídeo
País: Brasil Local de Produção: SP
Cor: Colorido


FRASE DO DIA

"Sem querer, ajudei a inventar e refinar um tipo de música que faz com que seus maiores divulgadores fiquem surdos."
Pete Towshend

sábado, 21 de fevereiro de 2015

NO LIMIAR DA LIBERDADE

Embora sejam surrealistas, essas imagens extravagantes e naturalisticamente pintadas de René Magritte em No Limiar da Liberdade não são produtos de sonhos nem de estados psicológicos autoinduzidos. Na verdade, elas são o resultado da contemplação e do questionamento do artista em relação aos fenômenos da vida diária. 

No Limiar da Liberdade

Magritte acreditava que o pensamento consciente conduz a uma ideia, e é ela que importa para pintura. Segundo ele, se o conceito essencial de uma pintura for viável, então a sua reprodução pode servir da mesma maneira que a original.

Isso é particularmente no caso de No Limiar da Liberdade porque a obra contém vários temas essenciais à carreira do artista. Os espaços vazios, a sensação de calma estagnada, as pinturas dentro de uma pintura e o posicionamento dos objetos fora de seus contextos normais ganham uma importância "super-real" no trabalho do artista.

Todos esses temas são desenhos que Magritte tirou de seus trabalhos anteriores a 1929.


4 detalhes de No Limiar da Liberdade se destacam:


1 - Torso Feminino
Magritte pinta essa silhueta com curvas sugestivas, tons de pele naturais e contrastes típicos do Renascimento. Reduzida a um torso, a mulher permanece anônima. O tema feminino como ojbeto sexual é recorrente em numereosos trabalhos do século XX.

2 - Painel de mogno
O mogno simulado na parede do fundo é um tema relevante nas pinturas de Magritte entre 1927 e 1930. Ele evoca a importância das texturas de fibra de madeira na obra do colega Max Ernst, também surrealista. Talentoso, o belga não tinha dificuldades no uso dessa técnica.

3 - Arma de artilharia
A sala está vazia, com exceção de um objeto - a pesada peça de artilharia. A arma está voltada para o torso, enfatizando suas associações fálicas. Sua presença sugere que a possibilidade de cruzar o limiar da liberdade pode ser dificultada por um poderoso intruso.

4 - Painel celeste
Os céus de verão de Magritte são sempre uniformes, como Magrite explicou:"Usei azul-claro onde o céu seria representado, mas nunca representei o céu, como outros pintores fazem, só para ter uma desculpa para expor um dos meus azuis prediletos ao lado de um de meus cinzas preferidos."
Ficha Técnica - No Limiar da Liberdade:


Autor: René Magritte
Onde ver: Museu Bojiman van Beuningen, Roterdã, Holanda
Ano: 1937
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 2,39m x 1,85m
Movimento: Surrealismo

Com Universia Brasil