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sábado, 21 de fevereiro de 2015

NO LIMIAR DA LIBERDADE

Embora sejam surrealistas, essas imagens extravagantes e naturalisticamente pintadas de René Magritte em No Limiar da Liberdade não são produtos de sonhos nem de estados psicológicos autoinduzidos. Na verdade, elas são o resultado da contemplação e do questionamento do artista em relação aos fenômenos da vida diária. 

No Limiar da Liberdade

Magritte acreditava que o pensamento consciente conduz a uma ideia, e é ela que importa para pintura. Segundo ele, se o conceito essencial de uma pintura for viável, então a sua reprodução pode servir da mesma maneira que a original.

Isso é particularmente no caso de No Limiar da Liberdade porque a obra contém vários temas essenciais à carreira do artista. Os espaços vazios, a sensação de calma estagnada, as pinturas dentro de uma pintura e o posicionamento dos objetos fora de seus contextos normais ganham uma importância "super-real" no trabalho do artista.

Todos esses temas são desenhos que Magritte tirou de seus trabalhos anteriores a 1929.


4 detalhes de No Limiar da Liberdade se destacam:


1 - Torso Feminino
Magritte pinta essa silhueta com curvas sugestivas, tons de pele naturais e contrastes típicos do Renascimento. Reduzida a um torso, a mulher permanece anônima. O tema feminino como ojbeto sexual é recorrente em numereosos trabalhos do século XX.

2 - Painel de mogno
O mogno simulado na parede do fundo é um tema relevante nas pinturas de Magritte entre 1927 e 1930. Ele evoca a importância das texturas de fibra de madeira na obra do colega Max Ernst, também surrealista. Talentoso, o belga não tinha dificuldades no uso dessa técnica.

3 - Arma de artilharia
A sala está vazia, com exceção de um objeto - a pesada peça de artilharia. A arma está voltada para o torso, enfatizando suas associações fálicas. Sua presença sugere que a possibilidade de cruzar o limiar da liberdade pode ser dificultada por um poderoso intruso.

4 - Painel celeste
Os céus de verão de Magritte são sempre uniformes, como Magrite explicou:"Usei azul-claro onde o céu seria representado, mas nunca representei o céu, como outros pintores fazem, só para ter uma desculpa para expor um dos meus azuis prediletos ao lado de um de meus cinzas preferidos."
Ficha Técnica - No Limiar da Liberdade:


Autor: René Magritte
Onde ver: Museu Bojiman van Beuningen, Roterdã, Holanda
Ano: 1937
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 2,39m x 1,85m
Movimento: Surrealismo

Com Universia Brasil

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