Elomar Figueira Mello nasceu em Vitória da Conquista, BA, em 1937. Seu nome aparece com variações nos primeiros discos, o que contribuiu para difundir dúvidas e confusões sobre a grafia. A forma adotada na publicação de suas obras desde o álbum Na Quadrada das Águas Perdidas, de 1978, fixou-se como Elomar Figueira Mello, que é seu nome civil.
A formação protestante foi herdada da família. Passagens do Velho Testamento estão sempre presentes nas letras de sua obra, como na música "Ecos de uma Estrofe de Abacuc".
Lançou, em 1968, seu primeiro disco, um compacto simples que trazia suas composições "O Violeiro" e "Canções da Catingueira". No mesmo ano, teve "O Robot" e "Mulher Imaginária" gravadas por Israel Filho, também em compacto simples. Em 1972, lançou o LP "Das Barrancas do Rio Gavião". O disco, independente, gravado no estúdio J.S. Gravações Bahia, vinha com apresentação de Vinícius de Morais, na qual o poeta declarava fazer Elomar "uma sábia mistura do romanceiro medieval e do cancioneiro do nordeste".
O LP trazia doze faixas, todas de sua autoria, e prenunciava a carreira de um compositor fiel às suas raízes, guardando os jeitos, falares e sonoridades do povo do semiárido e também as influências medievais europeias tão presentes no interior do nordeste, entre elas: "O Violêro", "Zefinha", "Incelença do Amor Retirante", "Cantiga de Amigo" e "Cavaleiro do São Joaquim". Em 1979, lançou, com Arthur Moreira Lima, o LP "Parcelada Malunga", pelo selo Marcus Pereira.
É do LP Das Barrancas do Rio Gavião a música "O Pidido".
A formação protestante foi herdada da família. Passagens do Velho Testamento estão sempre presentes nas letras de sua obra, como na música "Ecos de uma Estrofe de Abacuc".
Lançou, em 1968, seu primeiro disco, um compacto simples que trazia suas composições "O Violeiro" e "Canções da Catingueira". No mesmo ano, teve "O Robot" e "Mulher Imaginária" gravadas por Israel Filho, também em compacto simples. Em 1972, lançou o LP "Das Barrancas do Rio Gavião". O disco, independente, gravado no estúdio J.S. Gravações Bahia, vinha com apresentação de Vinícius de Morais, na qual o poeta declarava fazer Elomar "uma sábia mistura do romanceiro medieval e do cancioneiro do nordeste".
O LP trazia doze faixas, todas de sua autoria, e prenunciava a carreira de um compositor fiel às suas raízes, guardando os jeitos, falares e sonoridades do povo do semiárido e também as influências medievais europeias tão presentes no interior do nordeste, entre elas: "O Violêro", "Zefinha", "Incelença do Amor Retirante", "Cantiga de Amigo" e "Cavaleiro do São Joaquim". Em 1979, lançou, com Arthur Moreira Lima, o LP "Parcelada Malunga", pelo selo Marcus Pereira.
É do LP Das Barrancas do Rio Gavião a música "O Pidido".
O Pidido
Elomar Figueira Melo
Já qui tu vai lá prá fêra
Traga di lá para mim
Água da fulô qui chêra
Um nuvelo e um carrin
Trais um pacote de misse
Meu amigo ah se tu visse
Aquele cego cantadô!
Um dia ele me disse
Jogano um mote de amô
Qui eu havéra de vivê
Pur esse mundo
E morrê ainda em flô
Passa naquela barraca
Daquela mulé reizêra
Onde almuçamo paca
Panelada e frigidêra
Inté você disse vã lõa
Gabano a boia bôa
Qui das casas da cidade
Aquela era a primêra
Trais pra mim uãs brividade
Qui eu quero matá a sôdade
Fais tempo qui fui na fêra
Ai sôdade...
Apois sim vê se num isquece
Quinda nessa lua chêa
Nós vai brincá na quermesse
Lá no Riacho d'Arêa
Na casa daquêle home
Feiticêro e curadô
Qui o dia intêro é home
Fiiho de Nosso Sinhô
Mais dispois da mêa noite
É lubisome cumedô
Dos pagão qui as mãe isqueceu
Do batismo salvadô
E tem mais dois garrafão
Cum dois canguin responsadô
Apois sim vê se num isquece
De trazê ruge e carmim
Ah se o dinheiro desse!
Eu queria um tracilin
E mais treis metro de chita
Qui é preu fazê um vistido
E ficá bem mais bunita
Qui Madô de Juca Dido
Qui Zefa de Iô Joaquim
Já qui tu vai lá prá fêra
Meu amigo trais
Essas coisinhas para mim...
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