Eu já escrevi, e deve ter sido aqui, que políticos não caem
do céu ou brotam nos congressos. São eleitos pelo povo. Portanto reclamar dos
políticos é reclamar da sociedade que os elege e os coloca lá. Ou seja, nós.
É verdade. Tenho dito e não me arrependo. E também não é nenhuma
grande novidade. Mas não é inteira verdade.
Por um dispositivo da lei eleitoral, o “Quociente Eleitoral”,
acabam sendo eleitas como vereadores ou deputados, pessoas com pífias votações
nominais. O caso clássico é o do folclórico deputado do Prona, o já falecido
Enéas Carneiro, que por conta de sua expressiva votação, levou junto com ele
para a Câmara Federal mais seis deputados, incluindo um candidato que teve menos
de 400 votos.
Outra forma bem comum de alçar gente despreparada às câmaras
de deputados e vereadores é votar nos candidatos que normalmente “compõe o
quadro” do partido vencedor das eleições majoritárias. Você vota no sujeito pra
vereador e acaba elegendo o seu vizinho, já que seu candidato vai ser
secretário de alguma coisa e o simpático vizinho fez “uma boa votação”.
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