Sou um entusiasta da gaita de boca. Acho seu som bacana e
agradável. Falo das gaitinhas do Neil Young e Bob Dylan. Até mesmo Ian Gillan manda
bem em Lazy. E a turma do blues, enfim. Você entendeu. Já a harmônica do Stevie
Wonder ou do Toots Thielemans me soam muito limpas, muito organizadas. E algumas
músicas – assim como alguns pratos – não funcionam bem com muita assepsia.
Imaginem um churrasco com traje black-tie. E – como tudo em música – essa questão
da gaita é uma questão de gosto.
Mas reconheço que existem os excessos. Um amigo me contou
que foi a um show de blues. Já foi a contragosto. Imagine só, ali vai ter
música com poucas notas, nada de fusion e parece que – horror! – a banda possui
vocalista. E claro, ia ter gaitinha.
O blues é uma música que se presta a improvisos. A gaitinha é um instrumento geralmente pequeno, que cabe no bolso. Muita gente acha que improviso é tocar qualquer coisa dentro do ritmo, a harmonia é um detalhe. (Isso foi Kevin quem me disse. Brabo, é claro.) E algumas pessoas, decididamente, não tem noção do ridículo. Alguns fatores, quando conjugados, só podem dar um resultado catastrófico.
Segundo esse meu amigo, no meio da apresentação vários blueseiros ali presentes sacaram de suas gaitinhas e ameaçadoramente as levaram à boca. E sopraram. Foi um festival de notas soltas pelo ar.
Outro fator que se agrega facilmente às gaitinhas é o fato de que pouca gente nesse mundo saber tocar esse instrumento com destreza. Muitas vezes – isso é por minha conta – nem quem está em cima do palco sabe tocar direito. Aí, avalie quem está na plateia, normalmente incautos, como eu.
O blues é uma música que se presta a improvisos. A gaitinha é um instrumento geralmente pequeno, que cabe no bolso. Muita gente acha que improviso é tocar qualquer coisa dentro do ritmo, a harmonia é um detalhe. (Isso foi Kevin quem me disse. Brabo, é claro.) E algumas pessoas, decididamente, não tem noção do ridículo. Alguns fatores, quando conjugados, só podem dar um resultado catastrófico.
Segundo esse meu amigo, no meio da apresentação vários blueseiros ali presentes sacaram de suas gaitinhas e ameaçadoramente as levaram à boca. E sopraram. Foi um festival de notas soltas pelo ar.
Outro fator que se agrega facilmente às gaitinhas é o fato de que pouca gente nesse mundo saber tocar esse instrumento com destreza. Muitas vezes – isso é por minha conta – nem quem está em cima do palco sabe tocar direito. Aí, avalie quem está na plateia, normalmente incautos, como eu.
Claro que, como essa apresentação de blues se deu na MuiLeal,
todos na plateia acharam lindo. “Interação
público e plateia, todos eram protagonistas do espetáculo. Um clima mágico”.
Esse amigo disse que só lamentou o fato de não ter levado um
apito para esse evento para poder bagunçar um pouco mais o que já devia ser um
caos sonoro. Imagino que tenha lamentado também o fato de não ter o poder de
fazer o chão se abrir ali e mandar toda aquela gente pro fundo do inferno com
suas gaitinhas desafinadas.
Pra coroar a noite, um sujeito por perto não só havia levado
sua gaita de bolso como puxa de baixo da mesa uma maleta com toda sua coleção
de gaitas, de todas as notas e de todos os tamanhos. E não ia arredar pé dali antes
de tocar todas elas. Esse amigo achou mais prudente terminar seu uísque
rapidamente e sair dali antes de cometer um desatino.
Luiggi
Nenhum comentário:
Postar um comentário