terça-feira, 31 de dezembro de 2013
EI, MINA, ME DÁ UM SINAL!
Ermã podia ter me poupado dessa. Mas ermã, assim como o pop,
não poupa ninguém. E me mandou um vídeo e me insta a comentar a respeito.
Sertanejos universitários, deixem o rock em paz. Chega de desserviço à música.
O vídeo é de uma dupla sertaneja ruim, mais muito ruim
mesmo, pior do que as que conhecemos sem querer, com um inglês pior ainda, mas que
toca em grandes festivais e com dinheiro pra produção de shows e videoclipes
com direito a helicóptero. É sabido que a combinação muita grana e muita falta
de gosto aliado a muita pretensão só pode dar em tragédia de proporção
hecatômbica.
Até aí nada de mais, nenhuma novidade. O problema é que
escolheram Another Brick in the Wall (parte II), do Pink Floyd, pra cantar. Tudo
bem, é a música mais pop do disco mais pop do Pink Floyd. Mas é Pink Floyd. E
claro, como toda música sertaneja que não frequentou o pré-primário e foi
direto pra perto da universidade, precisa falar de “pegação”. O refrão da
música virou “Ei, mina, me dá um sinal!”.
O riff de guitarra de David Gilmour tocado na sanfona são de constranger qualquer um. Eu só torço para que nem Gilmour e nem (principalmente) Roger Waters vejam uma coisa dessas. Eles não merecem esse desgosto.
O riff de guitarra de David Gilmour tocado na sanfona são de constranger qualquer um. Eu só torço para que nem Gilmour e nem (principalmente) Roger Waters vejam uma coisa dessas. Eles não merecem esse desgosto.
Eu só não entendo por que Pink Floyd. É sabido que essa
turma não gosta de música, de nenhum tipo de música, gosta de dançar. Ou, como diz Kevin, ouve música com
os pés. Certa vez coloquei uma música do Rush e ouvi o seguinte comentário: “Legal.
Mas como é que a gente dança isso?”
Sou obrigado a lembrar Renato Russo, que em uma de suas
músicas escreveu: “Ora, se você quiser se divertir, Invente suas próprias
canções."
Sertanejos universitários, deixem o rock em paz. Chega de desserviço à música.
VALEU A PENA
“Valeu a pena, ê, ê. Valeu a pena, ê, ê.” Assim como na música d'O Rappa, a bióloga ativista do Greenpeace, futura candidata ao Prêmio Nobel (Medalhas
Negrinho do Pastoreio, Mérito Farroupilha, Simões Lopes Neto e aquele distribuído
na Expointer são certos. Cogita-se, também, um Troféu Açorianos) e, principalmente, “gaúcha”,
Ana Paula, concedeu entrevista com o seu ursinho de pelúcia e declarou: “Valeu
a pena”.
Ana Paula certamente chegou da Rússia batendo asas ou em avião movido a biodiesel. Ou outros meios, como destacou nosso leitor Carlos Alberto.
Ana Paula certamente chegou da Rússia batendo asas ou em avião movido a biodiesel. Ou outros meios, como destacou nosso leitor Carlos Alberto.
Eu fico pensando se é pelo momento sem notícia nenhuma
relevante para o mundo ou se realmente a imprensa acha que essa moça merece
esse destaque todo.
Ela e seu ursinho de pelúcia, naturalmente.
MIL TONS GENIAIS
Meninas faceiras sobem ao palco e pedem para o músico da casa,
um simpático violonista, tocar determinada música. Prontamente, ele atende e
pergunta:
No filme The Blues Brothers, Jake, vocalista da banda, responde ao
seu pianista quando este pergunta em que tom deve tocar:
- Qual tom vocês preferem?
Uma delas solta uma sonora gargalhada embriagada e responde:
- Ah... qualquer tom, a gente quer é cantar. O tom é contigo!
- Um bom tom.
QUALQUER UM
Qualquer um (ou qualquer uma) bem que podia muito bem ser traduzido
por “o melhor” ou “o pior”. Depende do caso.
E essa época é propícia pra isso, época que você encontra aquele seu amigo que parou de fumar, mas sempre lhe pede um cigarrinho. O mesmo que para com você no posto de gasolina, quando oferece carona, e pergunta se você tem “dez pila”, fazendo aquela cara de informalidade. Esqueceu de passar no banco e tá só com uma folha de cheque. Que é pro gás de cozinha. Você conhece o tipo.
E essa época é propícia pra isso, época que você encontra aquele seu amigo que parou de fumar, mas sempre lhe pede um cigarrinho. O mesmo que para com você no posto de gasolina, quando oferece carona, e pergunta se você tem “dez pila”, fazendo aquela cara de informalidade. Esqueceu de passar no banco e tá só com uma folha de cheque. Que é pro gás de cozinha. Você conhece o tipo.
Ele chega na festa de final de ano com um pacote de latas de
cerveja Kayser: “Comprei qualquer uma”. Aproveita que tá botando as cervejas no
grande isopor com algumas pedrinhas de gelo e pega uma Stella Artois, a marca
mais gabaritada da festa: “Peguei qualquer uma”.
Chega no aniversário do cunhado e leva um Drury's de presente:
“Trouxe qualquer um”, diz ele com aquela sua informalidade característica e
irritante. E complementa falando com o rosto muito próximo: “A gente não dá
bola pra essas coisas”. E vai direto à sua prateleira de bebidas e enche o
melhor copo com o melhor uísque: “Peguei qualquer um”.
E sai atrás de alguém que possa lhe dar um cigarrinho, já com
os dedos em forma de V.
BREGA CHIQUE
José Roberto iniciou a carreira em 1967, ano em que saiu de Salvador, sua terra natal, mas o sucesso só viria na década de 70, com músicas no estilo jovem guarda. Gravou músicas de Roberto e Erasmo Carlos e de Sérgio Reis, entre outros.
Um de seus maiores sucessos foi Lágrima nos Olhos, de Raulzito.
Um de seus maiores sucessos foi Lágrima nos Olhos, de Raulzito.
Ontem nós nos despedimos com lágrimas nos olhos
Ontem nós nos despedimos com lágrimas nos olhos
Eu te amo, eu te amo, e não esperava esse adeus
Se tudo isso certo entre nós meu amor
Sei de tudo, das histórias que foram contar pra você
Mentiras de alguém que inveja nós dois
Ontem nós nos despedimos...
Você podia acreditar em mim um pouco mais
Amar sem medo, pois você já sabe muito bem
Que eu te amo mais que tudo
E não estava em mim te enganar
E se a saudade apertar algum dia
Volte logo, eu te espero, a felicidade virá
Não vamos chorar outra vez, meu amor
Ontem nós nos despedimos...
SOB CONTROLE
Um
secretário do município de Gravataí (não ouvi o nome do indivíduo e nem a sua
pasta) tem a pachorra de, em uma entrevista à rádio, dizer que o abastecimento de
água na sua cidade está “sob controle”. Ora bolas, se estar sem água há cinco
dias e não haver previsão de normalidade é estar sob controle, eu não entendo mais nada.
Falta
de banho nesse calor, de água pra cozinhar, pra lavar a roupa... É terrível! Mas e
uma senhora que não sabe o que fazer com as “bolsinhas” do marido, que fez
operação de colostomia e precisa reaproveitá-las?
Sob
controle?
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
SÃO SILVESTRE
Acho
muito bacana a corrida de São Silvestre. Pessoal saudável correndo atrás dos
quenianos no último dia do ano. Alguns fantasiados, outros querendo superar sua
própria marca pessoal e outros tantos motivos que levam alguém a correr 40 e
tantos quilômetros.
Agora
ficou pronto um documentário sobre o evento. No site do Jornal Nacional no G1,
a declaração da diretora do filme é a seguinte: “O filme tem uma coisa que é
superbacana que é: você ouve o que o corredor ouve”. Sensacional! Você vai ao
cinema e escuta um monte de gente gritando.
Ainda
no site: “Fernando Alves Pinto é ator, mas nas ruas de São Paulo não teve um
personagem, teve sim, superação para chegar ao fim e retratar tudo o que é
possível sentir na São Silvestre.”
Após
toda essa superação, o ator ainda teve inspiração para soltar a seguinte pérola superbacana:
“Não é um documentário sobre esporte. É um poema, uma odisseia lírica”.
Pobre
Homero.
DA ORLA
Rapaziada
diz que não aguenta o calorão da cidade e vai pra praia pra se refrescar. E é
só o mar que resolve esse problema. A ventania do litoral norte é mais
refrescante que qualquer ar condicionado.
Aí o maior elogio que ouço vindo do pessoal que está lá na praia é: “A água está ótima, quentinha”.
Aí o maior elogio que ouço vindo do pessoal que está lá na praia é: “A água está ótima, quentinha”.
COISAS DA MUILEAL
A MuiLeal, segundo os muilealevalerosenses, é a cidade mais
politizada do mundo. Seus moradores têm educação máxima e leem três ou quatro
livros por noite.
Tudo bem que tá calor e a cidade tá vazia (nem tanto quanto
se diz e muito menos do que eu gostaria), mas podíamos honrar nossa
educação. No mínimo.
CLÁSSICOS PARA A VIDA ETERNA
WHAT A WONDERFUL WORLD - 1967 - LOUIS ARMSTRONG
Sérgio Luiz Gallina
What a Wonderful World foi composta por Bob Thiele e George David Weiss e gravada pela primeira vez por Louis Armstrong. Foi lançada em single no início do outono de 1967. A intenção era que a música servisse como antídoto ao carregado clima racial e político nos Estados Unidos (foi escrita especialmente para Armstrong). A canção detalha o deleite pelas coisas simples do dia a dia. A música mantém, também, um tom esperançoso e otimista em relação ao futuro, incluindo uma referência aos bebês que nascem no mundo e terão muito para ver e aprender.
Inicialmente, não obteve êxito nos Estados Unidos, onde vendeu menos de 1000 cópias, mas foi um grande sucesso no Reino Unido, onde foi uma campeã de vendas em 1968.
Em 1988, a gravação original de Louis Armstrong foi apresentada no filme Good Morning, Vietnam, e foi relançada como single, alcançando a posição número 32 na Billboard Hot 100 em abril daquele ano.
I see trees of green, red roses too.
I see them bloom for me and you.
And I think to myself,
What a wonderful world.
I see skies of blue and clouds of white,
The bright blessed day, The dark sacred night.
And I think to myself,
What a wonderful world.
The colours of the rainbow so pretty in the sky.
Are also on the faces of people going by.
I see friends shaking hands, saying: "How do you do?"
They're really saying:"I love you".
I hear babies cry, I watch them grow,
They'll learn much more, than I'll never know.
And I think to myself,
What a wonderful world.
Yes, I think to myself,
What a wonderful world.
domingo, 29 de dezembro de 2013
DO FUNDO DO BAÚ
Herbert "Herb" Alpert (Los Angeles, 31 de março de 1935) ficou conhecido com o grupo Herb Alpert & Tijuana Brass. Foi fundador e executivo da A&M Records.
Durante a carreira, lançou 5 singles, 28 álbuns na Billboard e ganhou 8 Grammy Awards, 14 discos de platina e 15 de ouro. Em 1996, atingiu a marca de 72 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
Durante a carreira, lançou 5 singles, 28 álbuns na Billboard e ganhou 8 Grammy Awards, 14 discos de platina e 15 de ouro. Em 1996, atingiu a marca de 72 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
Lançado em 1964, South of the Border é o terceiro álbum de estúdio do grupo. Foi o primeiro de Herb Alpert & Tijuana Brass a figurar no Top 10 e o seu 5º disco de ouro. O single com El Presidente foi um dos mais vendidos.
CURTA NO TOA - RATÃO
RATÃO
Goma é um garoto que ajuda Tio a vender CDs piratas na
Feira do Paraguai, em Brasília. Enquanto Tio busca iluminação espiritual, Goma
se envolve com a máfia oriental que controla a Feira.
Elenco:
Mateus Palmieri, André Deca, Evandro Perissè, Larissa Salgado, Andrade Jr., Felipe Eloi, Isabela Vitelli, Mestre Dada, Lina Borba, Leonardo Goya, Lauro Montana, Willian Lopes
Direção: Santiago Dellape
Produção: Lumiô Filmes, Pavirada Filmes, TMTA Comunicações
Roteiro: Davi Mattos, Santiago Dellape
Produção Executiva: Renato Marques
Direção de Produção: J. Procópio
Direção de Arte: Maíra Carvalho
Direção de Fotografia: André Lavenère
Som Direto: Chico Bororo
Desenho de Som: Dirceu Lustosa
Trilha Sonora: Eugênio Matos
Montagem: Marcius Barbieri, Santiago Dellape
LEITURA DE DOMINGO
JORGE OXÓSSI AMADO
Carlos Coqueijo
No alto mastro da República Independente do Rio Vermelho tremula, invicta, a bandeira de Iemanjá, a dos cinco nomes. No peji, os deuses que vieram da África começam a se inquietar. Exigem o tam tam dos grandes atabaques, porque o dia é hoje.
O Pai Branco de não sei quantos capitães de areia, saveiristas, gente da beira do cais, capoeiristas, amigos de Rosa Palmeirão, de Besouro irmão, vai sair do seu terreiro para batizar novos filhos que ele deu à Grande Cidade, onde vão morar, correr, gargalhar, roubar, sofrer, amar no areal do cais, onde as negrinhas são derrubadas nas noites estreladas e perdem a sua virgindade sem muitos ais de amor.
Lá vai ele, o Pai, que é filho de Inaê e habita as terras de Aioká, onde acena a bandeira de Janaína, a que é Maria. Vai carregado de alegria e com ele vão todos os que saíram dos seus livros, como os Orixás que nasceram do ventre de Iemanjá, numa noite de temporal terrível. E desde então Inaê nunca mais teve sossego, seu filho Orungan perseguindo-a sem piedade. Vão para a Cidade Alta, onde vivem os que sorriem a boa vida e se divertem às custas de Pedro Bala, do Sem Pernas, de João Grande, do Gato, e nem se lembram que a bexiga roeu Almiro, mesmo com as rezas do Querido de Deus e com a bondade do Padre José Pedro.
Eles não sabem porque Volta Seca quer retomar ao cangaço para o seu "padrim", seu herói que vinga os meninos das malvadezas da Polícia tirando a vida e o couro dos macacos do sertão, nem conhecem as estórias que contam a valentia de João de Adão e enchem as noites de lua dos capitães de Areia, que são os donos da Cidade. O cortejo já engrossa, o chefe branco vai na frente, batendo pernas com eles por essa Cidade que é só deles.
Mas ainda há muita gente para aumentar as fileiras desse povo sofredor, que ama nas noites da Bahia como Iemanjá ama os seus filhos do mar. É preciso não esquecer Jubiabá, o pai preto, que tem o poder nas mãos, todo o mistério das rezas, dos filtros de amor, das benzeduras que curam tudo. Com ele irão Antônio Balduino, sem as suas luvas de box, que nessa hora ele não é mais escravo do empresário Luigi, e Zé Camarão, que lhe ensinou os segredos dos rabos de arraia e do violão. Augusta das Rendas diz que está vendo lobisomem mas vai sem medo. E Felipe o Belo, o Gordo sempre rezando, o Sem Dentes, o Anão Viriato, saem todos da "Lanterna dos Afogados", sob o comando do Capitão de Longo Curso Vasco Moscoso de Aragão, e se unem ao grupo.
Do cais partem os que não podem faltar à festa do Grande Pai que os gerou na Cidade da Bahia. Guma e Lívia estão de mãos dadas, tanto amor enche seus corações, mas ele vai escrabriado, porque seu peito dói quando vê Rufino, e sente na carne o pecado daquela noite em que Lívia à morte no quarto, ele no chão da sala se perdia na carne de Esmeralda.
Rosa Palmeirão deixou suas armas no cais, não leva a navalha no cós da saia nem o punhal no seio, porque hoje é dia de festa, não de lutar pelos seus direitos e de seus irmãos perseguidos. Vêm também o invencível Besouro, o velho Francisco, o misterioso Leôncio, que chegou só para a grande data, o Dr. Rodrigo, com sua maleta de médico, seu Manoel e Maria Clara cantando aquelas cantigas que embalam o saveiro nas viagens disparadas.
Todos vieram do "Farol das Estrelas" onde combinaram encontro, tomaram um trago e quem pagou foi Quincas Berro d'Água, para quem "o impossível não há". Estão todos com o olho da piedade bem aberto, que hoje é dia de festa no peji de Dmeval, na rua da Ajuda, novos irmãos vão nascer nas estórias de d. Flor e suas complicações com os dois maridos. Vão todos se misturar no mundo mágico que Oxossi do Rio Vermelho, o de corpo fechado pelas mandingas de Jubiabá, criou para eles.
sábado, 28 de dezembro de 2013
ATIVISTA II
Amigo Carlos Alberto escreve...
Lendo a entrevista dessa "celebridade", notei que, entre outras coisas, ela disse: "Não precisamos de mais petróleo." E também afirmou que quer voltar ao Ártico.
Fiquei pensando... voltar como? Sem petróleo? Nadando? Remando?
E como é que ela conseguiu voltar para a Muilealevalerosa, se é tão contra o petróleo? Por acaso o avião em que veio possui motor elétrico???
Lendo a entrevista dessa "celebridade", notei que, entre outras coisas, ela disse: "Não precisamos de mais petróleo." E também afirmou que quer voltar ao Ártico.
Fiquei pensando... voltar como? Sem petróleo? Nadando? Remando?
E como é que ela conseguiu voltar para a Muilealevalerosa, se é tão contra o petróleo? Por acaso o avião em que veio possui motor elétrico???
DE JORNAL
É muito fácil abrir o jornal e vir aqui comentar sobre o que
foi escrito. Mas desde quando eu gosto de coisa difícil? Não gosto. Se não
estiver ao alcance do braço ou se demandar alguma mão de obra, faço como a turma do
fórum mundial que vem aí: repenso. Sou um tropical indolente, eu sei. Mas, ao
jornal.
Mas eu sou muito grosso mesmo. E acho que quem escreveu não vive nesse mundo. Aliás, esse tipo de coisa é para muito pouca gente no mundo. Dos quesitos todos, só conheço “culinária brasileira”. Nesse ponto, sou “antenado” (pra não destoar do enfoque do jornal), inclusive já escrevi sobre os efeitos do consumo da mandioquinha para a nação. E a gente mais moderna que conheço é aquela que só cozinha alguma coisa no micro-ondas. E sob protestos.
E nem é todo o jornal, são só as retrospectivas e perspectivas
gastronômicas do ano que se vai e do que virá. Misericordiosamente, nessa página
não está escrito a palavra “dica”. Ou eu não estava atento. Por partes.
Na parte de retrospectiva, segundo o jornal, o que foi
destaque em 2013 foi cozinha molecular, cozimento a vácuo, cozinha brasileira,
mesa peruana, produtos gourmet, formigas saúva e espumantes servidos com gelo. Mas eu sou muito grosso mesmo. E acho que quem escreveu não vive nesse mundo. Aliás, esse tipo de coisa é para muito pouca gente no mundo. Dos quesitos todos, só conheço “culinária brasileira”. Nesse ponto, sou “antenado” (pra não destoar do enfoque do jornal), inclusive já escrevi sobre os efeitos do consumo da mandioquinha para a nação. E a gente mais moderna que conheço é aquela que só cozinha alguma coisa no micro-ondas. E sob protestos.
Para 2014, precisamos de mais bistrôs (mais?), maior
valorização da cozinha brasileira (mais mandioquinha), almoço em família, maior
utilização de ingredientes e da cozinha regional (meta mandioquinha), água em
jarra servida gratuitamente e preços mais acessíveis pra produtos orgânicos. No
quesito bistrôs, estou bem servido, pois com R$ 10,00 ou menos faço uma refeição.
Acho pouco provável que se ofereça água em jarra gratuitamente em qualquer restaurante da MuiLeal. Primeiro, porque na MuiLeal a gente gosta de pagar caro as coisas, e, segundo, porque é muito provável que a maior fonte de renda de um restaurante venha exatamente das bebidas ali servidas.
Acho pouco provável que se ofereça água em jarra gratuitamente em qualquer restaurante da MuiLeal. Primeiro, porque na MuiLeal a gente gosta de pagar caro as coisas, e, segundo, porque é muito provável que a maior fonte de renda de um restaurante venha exatamente das bebidas ali servidas.
Ainda segundo o jornal, algumas coisas devem ser esquecidas
em 2013 e, provavelmente, enterradas sob quilos de cachorro-quente. (Por sorte
ainda não chegou na MuiLeal – que eu saiba – a mania de chamar cachorro-quente
de hot-dog). São elas: gravlax de salmão (vou ter que procurar no gugol), fast
food, a combinação de rúcula, tomate seco e mussarela de búfala, couvert de pão
com manteiga e pastinhas, pagas, sushi de buffet em churrascaria.
Quando eu não gosto de uma comida eu, simplesmente, não como. Não quero que elas desapareçam do mapa. E eu que sou o radical. Até aonde sei, o couvert é pago em função do serviço do restaurante, dos copos bons, dos garçons discretos, porém, atentos, dos guardanapos bons, da água de graça. Não pelo pãozinho com manteiga. (Que bem podia vir passado na chapa.) Mas, posso estar errado.
Quando eu não gosto de uma comida eu, simplesmente, não como. Não quero que elas desapareçam do mapa. E eu que sou o radical. Até aonde sei, o couvert é pago em função do serviço do restaurante, dos copos bons, dos garçons discretos, porém, atentos, dos guardanapos bons, da água de graça. Não pelo pãozinho com manteiga. (Que bem podia vir passado na chapa.) Mas, posso estar errado.
E no ano que vem vamos ver toda essa frescura de novo.
DE RÁDIO (OU ATENÇÃO REDOBRADA)
Escutei no rádio que em trechos da rodovia em que se encontram hordas de
muilealevalerosenses rumando ao litoral está chovendo.
Pediram a esses motoristas “atenção redobrada”. O que seria atenção redobrada? É, certamente, duas vezes mais atenção, se é que isso é possível.
Pediram a esses motoristas “atenção redobrada”. O que seria atenção redobrada? É, certamente, duas vezes mais atenção, se é que isso é possível.
Aí, quando chegar no destino, ou parar de chover, o motorista
pode dirigir só com metade da atenção. De repente, até bater uma canastra com o pessoal do banco de trás.
MESA POSTA - HARMONIA EM VERMELHO
Mesa Posta - Harmonia em Vermelho, do pintor fauvista Henri
Matisse, coloca exuberância e exagero no mesmo ambiente - o que chocou os
puristas da época. Além disso, pode ser considerada um paradoxo entre
simplicidade e agressividade.
Autor: Henri Matisse
Onde ver: Hermitage, St. Petersburg, Russia
Ano: 1908
Técnica: Óleo sobre tela
Movimento: Fauvismo
Com Universia Brasil
A toalha de mesa e a parede apresentam a mesma combinação de
azul sobre vermelho, mas os planos horizontais e verticais ainda podem ser
distinguidos com segurança. A tênue linha que divide parede e mesa funciona
como marco diferenciador, além dos contornos escuros contrastando com vermelho.
Matisse ainda inclui uma ousada vista para um jardim através
da janela, onde podem ser encontradas árvores floridas. A casa ao longe também
segue os tons presentes no interior da sala, dando a impressão de que uma faz
parte da outra, se relacionando com o resto do quadro. Isso acontece porque o
artista não se submete à natureza e sim ao seu próprio olhar.
As cores primárias possuem papeis bem definidos e cada uma
os cumpre com propriedade. O azul, o amarelo e o verde dão formas e conteúdos,
enquanto o vermelho harmoniza e faz plano de fundo. Apesar de forte, a cor tem
o poder de descansar a vista e induzir o observador ao imaginário da cena.
Ficha Técnica - Mesa Posta – Harmonia em Vermelho
Autor: Henri Matisse
Onde ver: Hermitage, St. Petersburg, Russia
Ano: 1908
Técnica: Óleo sobre tela
Movimento: Fauvismo
Com Universia Brasil
COVER DO SÁBADO
For Once in my Life foi composta por Ron Miller e Orlando Murden para a Motown Records. Existem diferentes relatos de suas primeiras versões, embora pareça que foi gravada pela primeira vez por Barbara McNair, mas lançada em 1966 por Jean DuShon. Outras versões iniciais da balada foram lançadas por The Four Tops, The Temptations e Tony Bennett, cuja gravação foi a primeira a chegar às paradas de sucesso, mas a mais conhecida e bem-sucedida é a de Stevie Wonder, de 1967.
Em 1974, Gladys Knight & The Pips gravaram a canção no álbum Neither One Of Us, com enorme sucesso.
Em 1974, Gladys Knight & The Pips gravaram a canção no álbum Neither One Of Us, com enorme sucesso.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
DA SOLIDARIEDADE
Mendigos são pessoas. Logo, têm mendigos simpáticos,
emburrados, conformados, resignados, malvados, desaforados. Imagino que mendigos sintam fome. Muitas pessoas
gostam de saciar, generosamente, a fome dos mendigos.
Uma das pérolas populares correntes é que “quem tem fome,
pedras come”. (Por algum motivo, ditados populares são rimados.) O camarada está
ali, portanto, sem condições de higiene, de dignidade, de nada. Que desaforo é
esse de querer escolher comida?
Eu vejo seguidamente entregarem a mendigos (ou deixarem
aquela sacolinha pendurada na lixeira) embalagens de Delivery (é mais phyno)
dizendo que ali tem filé com alguma coisa.
Normalmente, é na proporção de um naquinho de filé (resto do
prato) para quilos de arroz. E alfaces murchas (a salada). E essa gente fina, elegante e sincera se espanta com a falta de agradecimento dos mendigos.
Ora, por favor... Eu acho que ninguém tem obrigação de
alimentar mendigo (Luiggi, o desalmado). Mas, se o fizer, pelo menos que o faça
com decência.
MÚSICA NA SEXTA
Rui (Ruy) Maurity de Paula Afonso nasceu em Paraíba
do Sul, RJ, em 1949.
Sua mãe foi violinista. É irmão do compositor e pianista
Antonio Adolfo. Autodidata, aprendeu sozinho a tocar violão.
Em 1970, foi vencedor do Festival Universitário do Rio de Janeiro, interpretando "Dia Cinco", sua e de Zé Jorge. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Este é Rui Maurity".
Em 1971 formou o Ruy Maurity Trio, que se tornou um dos precursores do rock rural e gravou o LP "Em Busca do Ouro", no qual destacou-se a composição "Serafim e Seus Filhos", em parceria com Zé Jorge, e que tornou-se um grande sucesso, recebendo diversas regravações.
A gravação do disco teve a seguinte formação: Ruy Mauriti (viola, violão e vocal), Helvécio (viola, violão e vocal), Daniel (baixo) e Chaplin (percussão). O quinto elemento na capa do disco é para mim não identificado e um mistério.
Serafim e Seus Filhos
Ruy Maurity
São três machos e uma fêmea, por sinal Maria,
Que com todas se
parecia.
Todos de olhar
esperto, para ver bem perto,
Quem de muito longe é
que vinha.
Filhos de dois
juramentos, todos dois sangrentos,
Em noite clarinha,
eia-ô,
O João Quebra-Toco,
Mané-Quindim, Lourenço e Maria . . .
Noite alta de silêncio e Lua, Serafim,
O bom pastor de casa
saía.
Dos quatro meninos,
dois levavam rifle,
E os outros dois
levavam fumo e farinha.
Bandoleros de los
campos verdes, Don Quijotes,
De nuestro desierto,
eia-ô,
Serafim bom de corte,
Mané, João, Lourenço
e Maria . . .
Mas o tal Lourenço, dos quatro o mais novo,
Era quem dos quatro
tudo sabia.
Resolveu deixar o
bando e partir pra longe,
Onde ninguém lhe
conhecia.
Serafim jurou
vingança,
Filho meu não dança
conforme a dança, eia-ô,
E mataram o Lourenço
em noite alta de lua mansa . . .
Todo mundo dessas redondezas
Conta que o tal
Lourenço não deu sossêgo.
Fez cair na vida sua
irmã Maria
E os outros dois
matou, só de medo.
Serafim depois que
viu o filho lobisomem,
Perdeu o juízo,
eia-ô,
E morreu sete vezes,
Até abrir caminho pro paraíso
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
APELIDOS II
Vanderlei Luxemburgo, em uma de suas primeiras entrevistas no Brasil, após treinar o Real Madrid, falava, a todo momento, nas instruções que dava a Zizou. Lá pelas tantas, um dos entrevistadores pergunta a ele quem era Zizou, e ele reponde: "Zidane."
Jornalista muilealevalerosense, instada a dar um depoimento sobre um show de Daniel Drexler que ela havia assistido em Montevidéu, referia-se, a toda hora, à performance de "Dani" no palco (ela é amiga do gajo).
Em determinado evento, uma das convidadas, em altos brados, referia-se, de tempos em tempos, a alguma entrevista feita pelo "Géio", como se todo mundo soubesse quem era o sujeito. Até que alguém resolveu fazer o que ela queria e perguntou quem era. O "Géio" era um jornalista chamado Rogério de Tal, famoso, primo da dita.
Vão se catar!
Jornalista muilealevalerosense, instada a dar um depoimento sobre um show de Daniel Drexler que ela havia assistido em Montevidéu, referia-se, a toda hora, à performance de "Dani" no palco (ela é amiga do gajo).
Em determinado evento, uma das convidadas, em altos brados, referia-se, de tempos em tempos, a alguma entrevista feita pelo "Géio", como se todo mundo soubesse quem era o sujeito. Até que alguém resolveu fazer o que ela queria e perguntou quem era. O "Géio" era um jornalista chamado Rogério de Tal, famoso, primo da dita.
Vão se catar!
DE RÁDIO III
Comentarista esportivo, que se acha o soldadinho do passo certo, o bom moço, faz veemente discurso contra a prática da imprensa de publicar o salário de jogadores de futebol, sob o argumento de que isso expõe o jogador e a sua família à mira de criminosos.
Concordo. Até porque os boleiros, a exemplo de outros famosos, não gostam de desfilar com carrões de 400 mil reais, postar suas excentricidades e esfregar sua fortuna na cara de todo mundo nas redes sociais.
DA SOLIDARIEDADE
Não levo fé no ser humano. Para quem acompanha o blog não é
novidade.
Mas nem nesse clima natalino? Pois foi esse clima natalino que me
chamou a atenção a declaração de quase todos os voluntários envolvidos na
entrega de presentes para despossuídos, preparação de ceias francas de natal em
bandejões e outros congêneres.
Inclusive já escrevi AQUI que muita generosidade sempre
parece um tipo de faxina na consciência. Mas esse tipo de pensamento é para os
descrentes, como eu.
Assistindo às reportagens sobre os solidários do Natal, vejo
a maioria dos comentários com o seguinte jaez: “O presente, verdadeiramente, acaba
sendo pra mim”, “É uma alegria poder ajudar a esses necessitados”, “Eu é que
saio daqui alimentado”.
Mas parecem vampiros de miséria...
APELIDOS
Camarada escreve um livro e assina com o nome dele. Faz um
site e coloca o nome dele. Grava um disco e coloca o nome dele. Nome. Registro.
Cartório. Essas coisas.
Qual a necessidade de quando se fala nessa pessoa fazer
questão de chamar pelo apelido? Pra dizer que é íntimo? Mas que use dessa intimidade
justamente na intimidade.
PROCURA NO GUGOL (OU TEMPOS MODERNOS)
Tem gente que ainda fala mal desses novos tempos.
Antigamente, quando a gente não sabia responder a alguma pergunta que nos era
feita, éramos obrigados a dizer: “Não sei.”
Agora podemos fazer cara de Vitor Ramil e responder com desdém: “Procura no gúgol”. Querendo dizer, é claro, “Eu saberia lhe responder isso detalhadamente, mas não vou perder meu precioso tempo respondendo a uma pergunta banal dessas. Ainda mais com você.”
Agora podemos fazer cara de Vitor Ramil e responder com desdém: “Procura no gúgol”. Querendo dizer, é claro, “Eu saberia lhe responder isso detalhadamente, mas não vou perder meu precioso tempo respondendo a uma pergunta banal dessas. Ainda mais com você.”
Coisa boa esses novos tempos.
DE RÁDIO
Prefeito da MuiLeal comparece a uma emissora de rádio para, segundo ele, “refletir 2013”. Para uma das titulares do horário, “passar a limpo 2013”.
Ainda bem, porque responder a alguma pergunta estava
difícil. Nada como ter um entrevistado na frente para a gente poder mostrar como é sabido.
Que Deus abençoe a todos.
ÁLBUM DA QUINTA
OS MUTANTES - 1968 - OS MUTANTES
Os Mutantes é o álbum de estreia da banda homônima. Foi lançado em junho de 1968 e reeditado em CD em 1992 e 2006 pela gravadora Polydor. É considerado um dos mais importantes álbuns da história da música brasileira, por conter um som inovador para a época, misturando elementos da música brasileira com o rock psicodélico e experimental e usando de diversas técnicas de estúdio. Foi classificado em 9° lugar na lista da revista Rolling Stone dos 100 maiores discos da música brasileira.
O álbum foi considerado uma obra de vanguarda, graças à influência do Tropicalismo, que fez com que Os Mutantes misturassem o rock psicodélico com elementos brasileiros, criando um tipo de música inédita no Brasil, que ainda sofria muita influência da fase mais pop dos Beatles.
Lado 1
1. Panis Et Circensis (Gilberto Gil - Caetano Veloso)
2. A Minha Menina (Jorge Ben)
3. O Relógio (Mutantes)
4. Adeus Maria Fulô (Sivuca - Humberto Teixeira)
5. Baby (Caetano Veloso)
6. Senhor F (Mutantes)
Lado 2
1. Bat Macumba (Gilberto Gil - Caetano Veloso)
2. Le Premier Bonheur Du Jour (Françoise Hardy)
3. Trem Fantasma (Caetano Veloso - Mutantes)
4. Tempo no Tempo (John Phillips - versão: Mutantes)
5. Ave Gengis Khan (Mutantes)
Arnaldo Baptista - baixo, teclados, voz
Rita Lee - voz, flauta doce, percussão
Sérgio Dias - guitarras, voz
Dr. César Baptista - voz em "Ave Gengis Khan"
Dirceu - bateria
Jorge Ben - violão em "A Minha Menina"
Manoel Barenbein - produtor
Rogério Duprat - arranjos
Stélio Carlini - técnico de som
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