Ronaldo Lindenberg Von Schilgem Cintra Nogueira, Ronnie Von, nasceu no Rio de Janeiro
em 1947.
Cantor, compositor e apresentador. Antes de se tornar
cantor, foi piloto de avião, ator amador e se interessava por literatura e
pintura. Chegou a cursar a Escola Superior da Aeronáutica e a Faculdade de Economia.
Iniciou a carreira se apresentando como cantor de blues e gospels em boates no
Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro.
Em 1965, lançou seu primeiro disco. Logo recebeu o epíteto
de Pequeno Príncipe, e passou a apresentar um programa de televisão.
Em 1968, juntou-se a Damiano Cozzella, responsável pelos
arranjos e pela direção musical, para lançar o primeiro de três discos que seriam
considerados retumbantes fracassos: "Ronnie Von", "A Misteriosa
Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais", de 1969, e
"A Máquina Voadora", de 1970, que hoje são cultuados e
conseguiram a classificação de psicodélicos e até mesmo “lisérgicos”.
Sobre esses três discos, Ronnie Von fala: “Tudo o que fiz depois não foi tão
interessante. Quando deixei de experimentar, me violentei musicalmente”.
É do disco de 1968 a gravação de “Espelhos Quebrados”. Sobre
essa música o cantor declara:
“Espelhos Quebrados
para mim é um sonho. Gravei com quarteto duplo de cordas e madeiras. A minha
idéia era fazer uma coisa elisabetana pré-barroca, como eventualmente Eleanor
Rigby, que foi gravada com quarteto de cordas. Eu coloquei fagote,
contrafagote, oboé, clarone, enfim, muita madeira junta.
É um álbum quase irretocável,
cheio de invenções dignas de Caetano, Mutantes e Tom Zé. Meu
único desespero é que eu tenha cantado tão
mal. Cantei mal nesse disco todo.”
Existiu a possibilidade de Ronnie Von reparar essa – a seu
ver – falha. O produtor João Marcello Bôscoli queria pegar a trilha do disco,
remasterizar sem voz e gravar a voz de Ronnie hoje. Mas a gravadora não cedeu
os masters porque ia relançar o disco em CD.
Atenção na letra nonsense de Arnaldo Saccomani para Espelhos Quebrados.
ESPELHOS QUEBRADOS
(Arnaldo Saccomani)
(Arnaldo Saccomani)
Sinto as nuvens de papel
Hoje um carro sobe ao céu
O sapato é de jornal
Mas o incenso é nacional
Vem me dizer se a cadeira vai morrer
De tédio, sozinha, sem você
Morrer de tédio, sozinha, sem você
O amarelo fica azul
E os habitantes vão pro sul
Sinto a vela se apagando
E os marcianos vem chegando
Vem sem saber se a cadeira vai morrer
De tédio, sozinha, sem você
Morrer de tédio, sozinha, sem voê
Sinto as nuvens de papel
Hoje um carro sobe ao céu
O sapato é de jornal
Mas o incenso é nacional
Vem me dizer se a cadeira vai morrer
De tédio, sozinha, sem você
Morrer de tédio, sozinha, sem você
O amarelo fica azul
E os habitantes vão pro sul
Sinto a vela se apagando
os marcianos vem chegando
Vem sem saber se a cadeira vai morrer
de tédio, sozinha, sem você
Morrer de tédio, sozinha, sem você
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